domingo, 10 de dezembro de 2006

Geração Recibo Verde… Não Obrigado?!?!

É curioso ver uma juventude partidária de um partido que proclama a flexibilização do mercado de trabalho a defender agora ideias tão “esquerdistas” e “ultrapassadas”…

Alguém me disse há muitos anos que, se se quer fazer política, dificilmente se consegue nos partidos, muito menos nas juventudes partidárias. Não querendo entrar em clichés, julgo que este tipo de organizações de jovens tem tudo o que os partidos possuem, de bom e de mau, mas multiplicado.

As “jotas” pretendem, de facto, ser organizações de introdução à política dos mais jovens. Tal facto é, sem dúvida, meritório. As juventudes partidárias conseguem de facto trazer para a política a força, a garra, a genuinidade do debate e combate político. As suas lutas por ideais apresentam-se muito mais aguerridas, muito mais sentidas por todos aqueles que os defendem.

No entanto, as “jotas” conseguem também ser facilmente simples correias de transmissão dos respectivos partidos, empunhando causas que aos seus partidos convém, mas que não o podem fazer de forma tão extremada. No fundo, conseguem, muitas vezes, ser verdadeiros “cães de fila” lançados pelos seus partidos com vista a criar ruído no debate político.

A presente campanha da JSD Lisboa, lançada a 21 de Novembro, parece ser isso mesmo. Admito um saudável distanciamento entre as ideias das “jotas” e dos partidos que representam. No entanto, verificar que a juventude do PSD vem agora dizer aos portugueses que é contra a “geração do recibo verde”, é no mínimo hipócrita.

Bem sei que o PSD se encontra agora na oposição. No entanto, tal não justifica que chamem estúpidos a todos os portugueses.

Gostaria de terminar dizendo: “cresçam e apareçam”… Tenho, no entanto, medo que tal venha mesmo a acontecer.

PS: Já agora, e porque sabemos que campanhas com outdoors são extremamente caras, deviam mostrar a todos os portugueses quem deu uma ajudinha... Terá sido o PSD? Daí podemos induzir que o PSD é agora contra os recibos verdes?

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Entre o Sebastianismo e a Procuradoria-Geral (do Governo)

De Ministro a Comissário Europeu, de “candidatável” a comentador político às segundas-feiras, habituamo-nos nos últimos tempos a ver António Vitorino sempre próximo da arena política, embora evitando constantemente entrar no “pântano” da mesma.

Se procurarmos fazer um flashback sobre a presença de António Vitorino nos últimos anos na arena política, verificamos que esta tem sido quase permanente. De braço direito de Guterres nos primeiros anos da sua primeira legislatura, Vitorino enveredou depois pelo percurso europeu.

Com a demissão de António Guterres, diversas foram as vozes que sugeriram o seu nome para encabeçar o PS. Expectativas deflagradas para muitos: Vitorino optou por se manter em Bruxelas. Com a tomada de posse da Comissão de Barroso, Vitorino regressou à cena nacional.

O seu percurso tornou-o imediatamente um poderoso “candidatável” a qualquer cargo de relevo em Portugal. No entanto, contrariando constantemente as expectativas do seu vastíssimo grupo de admiradores, Vitorino não quis lutar pela liderança do PS após a saída de Ferro Rodrigues. Mais recentemente, e para tristeza de muitos, declinou também perante a hipótese de ser o candidato do PS às presidenciais.

Enfim, um percurso digno de um D. Sebastião que, apesar de se saber do seu paradeiro, declina constantemente aquando do acto da coroação.

Hoje, podemos ver António Vitorino todas as segundas-feiras em curtas entrevistas conduzidas por Judite de Sousa. Acredito não ser o cargo que os seus admiradores ambicionaram para o seu ídolo. No entanto, e mesmo assim, Vitorino não desilude totalmente os seus “fãs”. Bate-se todas as semanas pelo seu Governo, defendendo as suas políticas com argumentos que o próprio o Executivo e seu grupo parlamentar desconhecem.

No entanto, e quase inevitavelmente, o presente cargo de Procurador-Geral do Governo ajuda Vitorino a manter o seu estatuto de eterno candidatável. Não tenho dúvidas que o seu nome voltará a surgir em próximas eleições. Tenho poucas dúvidas que voltará a recusar o cargo que lhe pretendem atribuir. Tenho, no entanto, fortes dúvidas (possivelmente devido á minha fraca imaginação) sobre qual o lugar que Vitorino ocupará após a presente Procuradoria-Geral.

domingo, 3 de dezembro de 2006

Windows: Um Património de Todos?


O Windows afirma-se hoje como ferramenta quase indissociável da utilização dos computadores pessoais. Acaba, no entanto, por fazer confusão pensar que tão importante ferramenta a nível mundial possui, quase paradoxalmente, um só proprietário.

Hoje conseguimos olhar o Windows, e outros softwares Microsoft, como ferramentas incontornáveis na massificação das tecnologias da informação e da comunicação. Neste sentido, torna-se estranho pensar que tal ferramenta, utilizada por cerca de 90% dos computadores em todo o mundo possui um só proprietário.

Torna-se difícil encontrar um paralelismo com a presente situação de monopólio. Conseguimos imaginar um mundo em que 90% dos carros possuem a mesma marca de motor? Ou um mundo em que uma só companhia de distribuição de TV por Cabo abarca 90% do mercado mundial? Quais seriam as consequências de tais factos? Que riscos implicariam?

È difícil de imaginar tal paralelismo… Daí que o domínio da Microsoft no mercador de software, apesar de real, torna-se mesmo assim difícil de imaginar.