Depois das reações à Uber que se verificaram em diversos países , também o Airbnb enfrenta agora alguns percalços, nomeadamente na sua cidade mãe - São Francisco. Mas qual é o problema com este tipo de aplicações?
Como é evidente, o problema não está nas aplicações em si, mas sim na mudança que vieram despoletar nos respetivos sectores. No fundo, vieram potenciar o que há muito existia - transporte privado e alojamento local respetivamente - permitindo que atinja agora proporções até pouco inimagináveis. E vieram colocar a nu diferenças gritantes na regulação no seio destes sectores que importa agora acautelar.
Impedir as Uber ou as Airbnb de operar equivale, com o devido respeito pela história, à destruição de máquinas pelos operários. Não faz sentido.
Faz sim sentido que se comece imediatamente a rever a regulação dos respetivos sectores. Se o setor dos taxis tem de obedecer a determinadas regras para operar, e o mundo do transporte privado de passageiros existe hoje quase sem regras, importa que a regulamentação destes dois mundos seja revista, aproximando as duas realidades (eventualmente flexibilizando o sector dos taxis e endurecendo a regulação do transporte privado de passageiros).
O mesmo acontece com o mundo do alojamento local. Está visto que necessita de maior regulação. De outro modo, canibalizará injustamente o sector hoteleiro, ao mesmo tempo que impulsionará ainda mais a especulação imobiliária, sobretudo nos centros históricos das cidades. Lisboa é a aliás um exemplo claro de como a desregulação do alojamento local começa a ter efeitos muito pouco saudáveis para quem vive no centro das cidades.
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