quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Afinal, afinal...
Apesar de todo o discurso sublinhando a importância do investimento público em tempos de crise, parece que afinal os números vem demonstrar que o investimento até desceu nos primeiros 9 meses deste ano quando comparados com os números de igual período em 2008.
.Pode ser possivel, digo eu, que entre aquilo que já foi anunciado ou assumido e as contas do INE haja alguma discrepância. Despesas assumidas mas ainda não liquidadas, por exemplo. Caso contrário, a notícia acima pode também confirmar um fenómeno já muito conhecido de todos os portugueses: entre o discurso e a prática política efectiva deste governo, pode sempre existir uma abismal distância.
(Imagem: Soda Head - Fat Bastard)
Esticar a corda
O actual cenário político veio proporcionar que os mais diversos actores se entretenham a esticar a corda. O Governo estica-a sempre em busca de tensões com o Presidente e com a oposição. Cair tornou-se num objectivo sempre presente. Cavaco, por seu turno, procura um volte de face depois da humilhação das escutas. Também não parece muito disposto a deixar de levar a sua avante.
Como é evidente, toda esta dinâmica mais não é do que o jogo político no seu melhor. E o jogo político está muito longe de ser mau por si só. Mas os excessos de umbiguismo de Governo e Presidente, que se materializam num esticar da corda permanente, dificilmente poderão ser saudáveis para o país.
Como é evidente, toda esta dinâmica mais não é do que o jogo político no seu melhor. E o jogo político está muito longe de ser mau por si só. Mas os excessos de umbiguismo de Governo e Presidente, que se materializam num esticar da corda permanente, dificilmente poderão ser saudáveis para o país.
Back to business
Depois de um mês em que quase não estive por cá, e à beira de terminar o ano, sabe bem estar de volta. Este espaço andou bastante abandonado neste mês de Dezembro... As férias são do melhor que há. Mas o regresso às rotinas (no bom sentido) também tem um sabor muito especial.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Férias
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
É pouco
Apesar das críticas, Obama foi inamovível no compromisso de apenas reduzir 17% das emissões até 2020, em relação a 2005. É certo que tal já é um passo grande para um país que se recusou a assinar Quioto e onde os seus cidadãos parecem estar ainda pouco sensibilizados sobre a “verdade inconveniente”.
Mas tal não esconde o facto dos Estados Unidos serem o maior poluidor do mundo. É um facto inegável e que dificilmente pode ser relativizado. Com que moralidade o maior poluidor se esquiva a compromissos como este? Esperava-se mais dos americanos. E esperava-se sobretudo muito mais de Obama.
Mas tal não esconde o facto dos Estados Unidos serem o maior poluidor do mundo. É um facto inegável e que dificilmente pode ser relativizado. Com que moralidade o maior poluidor se esquiva a compromissos como este? Esperava-se mais dos americanos. E esperava-se sobretudo muito mais de Obama.
(Imagem: Ideia Fixa)
Um Portugal melhor
Apesar de já vir tarde e de introduzir novas discriminações claríssimas, a aprovação ontem do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Conselho de Ministros foi um momento importante. Não tenho dúvidas que Portugal será um país muito mais avançado quando este processo legislativo terminar. E terei orgulho por Portugal passar a integrar o pelotão da frente a nível internacional nestes domínios. Longe de permitir um baixar de braços, este avanço deve demonstrar que ainda há muito a fazer na luta pela igualdade.
(Imagem: Diálogos Políticos)
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Um pouco para inglês ver
Lopes da Mota renunciou finalmente ao cargo no Eurojust depois de ser praticamente certo que exerceu de facto pressões sobre os magistrados do caso Freeport. E é bom que tal tenha acontecido, que se consiga fazer alguma justiça nestes casos e que sirva de exemplo.
Mas, vá-se lá saber porquê, parece que fica sempre no ar a sensação de que a sua pena de suspensão das funções de magistrado durante 30 dias é algo para inglês ver. Uma punição que apenas aconteceu porque não havia escapatória e porque era preciso sacrificar alguém para conter um pouco a ideia de impunidade que começa a ganhar dimensões perigosas na opinião pública.
Mas se calhar amanhã, quando tudo estiver um pouco mais calmo, tudo poderá voltar à normalidade, tudo poderá voltar ao business as usual...
(Imagem: Horta do Zorate)
Mas, vá-se lá saber porquê, parece que fica sempre no ar a sensação de que a sua pena de suspensão das funções de magistrado durante 30 dias é algo para inglês ver. Uma punição que apenas aconteceu porque não havia escapatória e porque era preciso sacrificar alguém para conter um pouco a ideia de impunidade que começa a ganhar dimensões perigosas na opinião pública.
Mas se calhar amanhã, quando tudo estiver um pouco mais calmo, tudo poderá voltar à normalidade, tudo poderá voltar ao business as usual...
(Imagem: Horta do Zorate)
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
A Regra do Jogo
Surgiu em Outubro e já era para o ter destacado há mais tempo. A Regra do Jogo (http://aregradojogo.blogs.sapo.pt/) reúne uma série de caras conhecidas da blogosfera. A maioria andou junta no Simplex, o blog de apoio aos socialistas nas últimas legislativas. Estou longe de concordar com muito do que lá se escreve. Mas, claro, é uma opinião que vale a pena ir acompanhando.
Excêntrico
Num momento em que vemos algumas igrejas a modernizarem-se, a abrirem-se, a adaptarem-se , Bento XVI opta por empurrar o catolicismo no sentido inverso. É um excêntrico, só pode…
(Imagem: Cão Azul)
Who cares?!?
Esforcei-me por não falar do caso Tigers Woods, mas tornou-se impossível não dizer algo sobre esta febre, assumindo naturalmente o risco de estar assim também a contribuir para a dita. Mas porque raio é que temos de saber se o casamento do golfista está ou não nos seus melhores dias? Quem é que se interessa por isso? Onde é que está a notícia nesta questão? Enfim...
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E se em Portugal o caso começa agora a merecer algum acompanhamento jornalistico, nos Estados Unidos há duas semanas atrás a CNN abria com o caso Tiger Woods. (?!?) Desculpem o desabafo cliché mas não percebo como é que alguém se pode interessar por estas coisas... E também ainda não percebi como é que dediquei um post para falar destas coisas...
(Imagem: Piot Family)
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Corporativismo que até nos deixa tontos
O corporativismo do Bastonário dos Ordem dos Médicos é algo sem paralelo. Sempre que se lança qualquer medida para contrariar a falta de médicos em Portugal, seja contratando estrangeiros, seja abrindo novos cursos ou novas vagas nos cursos existentes, Pedro Nunes vem a público dizer que não existe falta de médicos em Portugal e que tais medidas vão contribuir para o desemprego futuro da classe...
Como se médias de 18 valores de entrada nas faculdades de medicina fossem normais, como se fosse normal não existirem médicos em meios mais pequenos de todo o país, como se fosse normal uma profissão onde quem possui apenas um emprego é uma excepção, como se fosse normal um meio onde o profissional praticamente consegue escolher onde quer trabalhar pois quase todos o aceitarão.
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As declarações do bastonário dos médicos chegam a ser insultuosas para o país e são uma vergonha para a classe. E é lamentável que a Associação de Estudantes de Medicina pareça estar a seguir os ensinamentos do bastonário.
(Imagem: 1º Congresso Virtual de Medicina Geral e Familiar)
(Imagem: 1º Congresso Virtual de Medicina Geral e Familiar)
Ao que as coisas chegaram
A dramatização do Governo em torno da governabilidade tem sido tão manifesta que nem se tem escusado a pedir a ajuda do Presidente da República. Ajuda do mesmo PR que tão achincalhado foi no caso das escutas e que agora naturalmente também se limita a sorrir e a aconselhar o governo a acalmar-se, a não dramatizar e a procurar consensos com a oposição. Ver Cavaco Silva, o homem das maiorias absolutas, a assumir este papel é curiosissimo.
Como é óbvio, o PS não esperava a ajuda de Cavaco nesta questão. O pedido de ajuda foi, em si mesmo, mais uma peça importante no jogo da dramatização. Abandonado pela oposição e pelo PR, não tarda nada e o Governo começará a pedir a ajuda do eleitorado. É todo um caminho a triar.
(Imagem: Fragmentos do Apocalipse)
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Isento e imparcial? You're fired!
"Pode até parecer absurdo, mas o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) afastou do serviço um dos seus mais antigos advogados, só porque este insistia em manter uma postura de isenção e imparcialidade." No país dos jeitinhos, do "tu sabes que eu sei que tu sabes", do "hoje pagas tu, amanhã pago eu", ser isento e imparcial é uma excentricidade.
(Imagem: Associação Comercial de Braga)
Discurso gasto
É normal que Sócrates se refugie na lógica do "não nos deixam governar". Estranho seria se assim não acontecesse e é natural que tal se sinta com particular incidência nos momentos de debate orçamental. Até ao momento é evidente que não existiram momentos significativos na Assembleia que justifiquem minimamente tal alarme socialista. Mas tal discurso tem vindo a ser usado com tanta insistência que até já parece gasto apenas 1 mês e meio depois do Governo ter tomado posse.
(Imagem: Tree Hugger)
(Imagem: Tree Hugger)
domingo, 13 de dezembro de 2009
Vintage Mania
Vale a pena ler a entrevista de Catarrina Portas no i sobre a sua famosa loja "A Vida Portuguesa". Aproveitando a vintage mania que tem vindo a explodir nos últimos anos, eis um negócio e um conceito predestinado a crescer.
sábado, 12 de dezembro de 2009
Estamos todos a torcer por ti
Cavaco regozija-se com a candidatura de Constâncio à vice-presidência do BCE. E acredito que desta vez o Presidente da República está totalmente sintonizado com a maioria dos portugueses . Ver Constâncio partir para a Europa seria um grande momento, sem dúvida...
(Imagem: Reflexos)
(Imagem: Reflexos)
Casa das Histórias Paula Rego
Só hoje visitei e recomendo vivamente. Não só pelas obras expostas, mas também por todo o espaço, esplanada incluída. A entrada é gratuita. Ver mais informações aqui. Sabe mesmo bem quando a cultura é assim tão acessível. Porque é que não pode ser sempre assim?
(Imagem: Canela e Hortelã)
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Semipresidencialismo nos Países de Língua Portuguesa
O livro Semipresidencialismo nos Países de Lingua Portuguesa, de Marina Costa Lobo e Octávio Amorim Neto (Orgs.) será lançado hoje às 18h na Livraria Bulhosa de Entrecampos (Lisboa).
2009 – Ano Português da Corrupção
O ano que está a terminar bem podia ser “comemorado” como o Ano Português da Corrupção. O caso CTT que hoje faz manchetes é apenas mais um na lista infindável que encheu a imprensa durante este famigerado ano.
(Imagem: Zoenet)
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Brilhante
Só hoje tive conhecimento do artigo de Ricardo Araújo Pereira na Visão da semana passada. Muito bom.
E em vésperas do Dia Mundial do Palhaço...
... o Parlamento ofereceu carinhosamente aos portugueses uma monumental palhaçada. Os portugueses nem sabem como agradecer tão nobre gesto aos deputados Maria José Nogueira Pinto e Ricardo Gonçalves...
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Ironia das ironias
Como muito bem nos recordou a Diana Ribeiro e o Arcebispo no Twitter, hoje é o Dia Mundial de luta contra a Corrupção e amanhã é o Dia Mundial do Palhaço...
(Imagem: Crooked House)
Perder a razão
Como é evidente, o programa Novas Oportunidades pode e deve ser alvo de inúmeras críticas. Pessoalmente destacava o facto do seu impacto ser permanentemente inflacionado pelo Governo. Esconde-se deliberadamente que já existiam regimes de ensino alternativo que já formavam muita gente e que foram agora englobados pelo Novas Oportunidades. Ou seja, da forma como os números são apresentados, parece que de um dia para o outra passaram a formar-se centenas de milhares de pessoas.
E muitas outras críticas podem ser apontadas. Mas a forma como Medina Carreira as faz, afirmando que “Eles (alunos) não sabem nada”, questionando o que é que se vai fazer com esta “cambada” e que nenhum patrão vai querer esta “tropa-fandanga”, retira-lhe toda a razão. As suas afirmações, segundo estão a ser retratadas pelos jornais, são lamentáveis.
E muitas outras críticas podem ser apontadas. Mas a forma como Medina Carreira as faz, afirmando que “Eles (alunos) não sabem nada”, questionando o que é que se vai fazer com esta “cambada” e que nenhum patrão vai querer esta “tropa-fandanga”, retira-lhe toda a razão. As suas afirmações, segundo estão a ser retratadas pelos jornais, são lamentáveis.
(Imagem: A caneta indomável)
O Estado porreiro
A confusão em torno da Fundação que gere o Magalhães é apenas mais um exemplo dos meandros que encerram a administração autónoma do Estado. No fundo, toda aquele mundo moderno e dinâmico do Estado que prefere ser um Estado assim assim e que prefere encerrar-se atrás de empresas públicas, fundações e outros organismos do género.
É que por detrás da modernidade, flexibilidade e gestão empresarial, estes organismos deixam de estar sujeitos às normas (burocráticas, é certo) de transparência, imparcialidade e forte fiscalização a que está sujeita a administração pública dita tradicional.
Paradoxalmente, quando os problemas vêm ao de cima, assistimos todos à estranha indignação das mesmas forças políticas que promovem e beneficiam com a proliferação desta Administração Pública porreiraça. Enfim, é preciso ter muita paciência...
É que por detrás da modernidade, flexibilidade e gestão empresarial, estes organismos deixam de estar sujeitos às normas (burocráticas, é certo) de transparência, imparcialidade e forte fiscalização a que está sujeita a administração pública dita tradicional.
Paradoxalmente, quando os problemas vêm ao de cima, assistimos todos à estranha indignação das mesmas forças políticas que promovem e beneficiam com a proliferação desta Administração Pública porreiraça. Enfim, é preciso ter muita paciência...
(Imagem: Towards a Cosmopolitan Cosmopolitanism)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Os comunistas estão a tomar a América
Passear na movimentada zona da 34th Street em Nova Iorque tornou-se uma experiência política muito estranha. Vemos milhares de pessoas com sacos com estrelas revolucionárias estampadas e grandes outdoors da JCP. Os comunistas estão a tomar a América... ;)
(Imagens: Insidesocal e Dallas News)
Impressões telegráficas das férias nos States
Da viagem feita à terra do Tio Sam, eis a conclusão óbvia e mais do que batida: é um grande país, com uma diversidade dificilmente enquadrável em estereótipos. E regresso com a nítida a sensação de que as três cidades visitadas são meros grãos de areia numa realidade tão imensa.
Washington
Foi a cidade que mais me surpreendeu, certamente por ter partido para a mesma com expectativas limitadas. Tem todas as características de uma capital não muito antiga. A baixa da cidade é bonita, clara, muito limpa e bastante organizada. O facto de albergar a Casa Branca, o Congresso e uma bateria impressionante de museus e monumentos transforma a capital americana numa cidade que vale mesmo a pena visitar.
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Filadélfia
Para além de ser naturalmente o berço da nação americana, com todos os seus monumentos em torno da independência, Filadélfia mostrou ser aquele tipo de cidade americana “dura” que nos habituamos a ver nos filmes. Sobretudo na zona antiga parece que entramos na América escura da Balada de Hill Street. Mas tem o seu encanto, sem dúvida.
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Nova Iorque
Foi a segunda vez que lá estive. Corresponde na íntegra à forma como normalmente é retratada. É uma selva no bom sentido da palavra. É uma selva cultural, uma selva de diversidade, uma selva comercial. É uma cidade que deixamos sempre com a sensação que temos de lá voltar porque ainda há muito, mas mesmo muito para ver. É Nova Iorque, what else?
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Vou só ali aos States e já venho
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Falta de chá
Vieira da Silva vai ser ouvido no Parlamento a propósito da sua declaração de que existia "espionagem política" no caso Face Oculta. A audição tem um objectivo meramente simbólico, mas ainda bem que acontece. É que parece ter-se tornado corriqueiro vermos altas figuras do Estado (sobretudo socialistas) acusarem a justiça de se mover por motivos políticos. Sócrates, por exemplo, já o fez diversas vezes.
É uma acusação que coloca por terra todo o Estado de Direito e o sistema político democrático, assumindo particular gravidade quando feita por altos responsáveis políticos. Caramba, porque não deixam este trabalho sujo de achincalhanço ao Estado de Direito para os militantes de base ou para as irreverentes jotas, hein? Fica a sugestão.
(Imagem: Samuel Cantigueiro)
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Obrigado, sr. Presidente
Embora aparentemente insuficiente, António Costa está a fazer um esforço para minimizar o mau impacto do projecto do terminal de contentores de Alcântara. Acrescentou, contudo, que tal não toca minimamente no facto da concessão ser até 2042 por tal "extravasar" as competências municipais. Os munícipes lisboetas devem estar muito orgulhosos pelo quão zeloso está a ser o seu presidente em toda esta questão...
(Imagem: Gente de Lisboa)
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Cuidado com as reflexões
Passou-se já um mês e meio desde as últimas eleições e um mês e meio desde que a saída de Ferreira leite foi dada como certa. E, se o calendário for cumprido à risca, faltam ainda 5 meses para as directas no partido. Quem será o próximo líder do partido?
Por um lado até pode ser positivo este interregno temporal para que o partido possa reflectir sem grandes pressas. É certo que o PSD está decapitado. Mas num momento em que o PS ainda beneficia de um ligeiro estado de graça, tal pode não ser tão mau quanto isso. Preserva, desde modo, uma liderança futura, ao mesmo tempo que a actual liderança se sente solta o suficiente para levar a cabo golpes baixos sem remorsos.
O problema é que, se seis meses de pura reflexão já é muito tempo para qualquer força política, para um PSD que está sempre em convulsão quando não está no poder, seis meses são uma autêntica eternidade. A reflexão dá lugar ao nervosismo e à batatada, o que acaba por piorar seriamente a imagem do partido perante o eleitorado. Esperar mais cinco meses para escolher um novo líder será muito contraproducente para os sociais-democratas, penso eu de que…
Por um lado até pode ser positivo este interregno temporal para que o partido possa reflectir sem grandes pressas. É certo que o PSD está decapitado. Mas num momento em que o PS ainda beneficia de um ligeiro estado de graça, tal pode não ser tão mau quanto isso. Preserva, desde modo, uma liderança futura, ao mesmo tempo que a actual liderança se sente solta o suficiente para levar a cabo golpes baixos sem remorsos.
O problema é que, se seis meses de pura reflexão já é muito tempo para qualquer força política, para um PSD que está sempre em convulsão quando não está no poder, seis meses são uma autêntica eternidade. A reflexão dá lugar ao nervosismo e à batatada, o que acaba por piorar seriamente a imagem do partido perante o eleitorado. Esperar mais cinco meses para escolher um novo líder será muito contraproducente para os sociais-democratas, penso eu de que…
(Imagem: Parque dos Poetas)
Retórica de Assis traduzida para miúdos
«Nós não queremos ganhar nenhum campeonato de quem combate mais eficazmente a corrupção, nós queremos concorrer para combater, de facto e com resultados efectivos, a corrupção em Portugal», salientou Francisco Assis a propósito da presente vontade socialista para combater a corrupção.
E que tal tentarmos traduzir o que o líder parlamentar socialista tentou de facto dizer com a frase acima, hein? Vamos a isso: «Nós estamos bué incomodados por termos chumbado em 2006 o pacote anti-corrupção de João Cravinho, ok? Vamos todos tentar esquecer que isso aconteceu, tá? Mas pronts, visto que agora nos dá jeito, buga lá combater a corrupção em Portugal.»
E que tal tentarmos traduzir o que o líder parlamentar socialista tentou de facto dizer com a frase acima, hein? Vamos a isso: «Nós estamos bué incomodados por termos chumbado em 2006 o pacote anti-corrupção de João Cravinho, ok? Vamos todos tentar esquecer que isso aconteceu, tá? Mas pronts, visto que agora nos dá jeito, buga lá combater a corrupção em Portugal.»
(Imagem: Memorial)
domingo, 22 de novembro de 2009
Antes da dívida temos direitos
Quatro associações de trabalhadores precários juntaram-se numa campanha com vista a acabar com as injustiças nas constribuições para a Segurança Social. Estão a recolher assinaturas para uma petição à Assembleia da República. Assinem, por favor, aqui.
Entrevista a Medvedev
Boa entrevista no i ao presidente russo. Vale a pena dar uma vista de olhos. Entre aspectos e visões interessantes de uma figura algo enigmática, vale a pena constatar os pequenos tiques autoritários de alguém que muitos no seu país encaram como liberal.
(Imagem: Kiev Ukraine News Blog)
Best of Fim-de-Semana
Sábado, fim da tarde, chove a potes lá fora e temos o filho de pouco menos de dois anos irrequieto em casa. Estamos em época de pré-natal, os centros comerciais estão a transbordar. Onde ir? É preciso encontrar um sitio coberto, bom para uma criança estar e que seja pouco provável que esteja cheio num fim de tarde assim. Hum... Que tal o Museu Berardo e dar uma vista de olhos na exposição da Amália, hein?
.E assim foi. Chegamos lá e estava vazio (certamente por causa do mau tempo que estava lá fora). A exposição está engraçada, mesmo para quem não morre de amores pela Amália. Lá tenta-se criar uma espécie de Amália pop - ver aqui. O espaço é amplo, perfeito para a pequenada. Além disso tem umas salas com projectores e música que são excelentes para crianças em busca da experimentação visual ou sonora. O meu filho adorou. Foi o programa best of deste fim-de-semana.
(Imagem: Idade Maior)
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Recuar depressa
No mesmo dia, duas medidas emblemáticas do anterior governo foram revogadas: as taxas de internamento e cirurgia e a avaliação dos professores. E tal não aconteceu perante um PS foribundo, mas sim um PS que até prefere que estes recuos aconteçam desde já. É conhecida a máxima "fazer o mal depressa para poder fazer o bem devagar". O PS deve estar a tentar usar uma variante: "recuar depressa para depois poder voltar a avançar devagar".
(Imagem: O Repobratório)
Sobre a France 24
Existir um canal noticioso francês com uma transmitissão 100% em inglês já é um pouco esquisito. Se a isto adicionarmos o facto de, nesta emissão, todos os seus apresentadores, comentadores e até entrevistados falarem com um sotaque british perfeito, sem qualquer vestígios de français, a coisa fica ainda mais estranha. Parece uma emissão feita para mundo se esquecer que em França se fala uma lingua que por acaso até é bem conhecida. É muito à frente...
(Imagem: France 24)
(Imagem: France 24)
Ainda sobre a nomeação de Rompuy
Vale a pena ler o curto artigo de Teresa de Sousa no Público que explica porque é que em Bruxelas esá tudo muito tranquilo com a eleição do ilustre desconhecido.
(Imagem: Marataízes)
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Van quê?!?
Os chefes de Estado e de Goveno já chegaram a um consenso sobre o novo presidente da União Europeia. Herman Van Rompuy é o nome escolhido... Enquanto suposto cidadão europeu gostava de conseguir dizer alguma sobre este nosso novo presidente... Sei lá, dizer que concordo ou discordo, que estou contente ou não... Mas não sei nada sobre o senhor Van que agora conduzirá os destinos comunitários. Não consigo sequer emitir uma opinião. Sintomático, não?
(Imagem: Daylife)
(Imagem: Daylife)
E nós ficamos a assistir
Bem longe das polémicas nacionais que nos vão entretendo diariamente, estão agora a ocorrer em Bruxelas as negociações para o cargos de Presidente e de Alto Representante da União Europeia. Cargos cuja importância nem necessita de ser aqui explicada.
E quem escolhe as caras para ocupar tais cargos? Não são os cidadãos de forma directa. Nem sequer são os seus representantes no Parlamento Europeu. É o Conselho Europeu (Chefes de Estado e Chefes de Governo) que possui tal competência. Aos cidadãos compete-lhes assistir e, naturalmente, bocejar perante este tema. Eis um exemplo perfeito de como há um longo caminho a fazer para tornar esta Europa mais democrática, para tornar esta Europa dos cidadãos.
E quem escolhe as caras para ocupar tais cargos? Não são os cidadãos de forma directa. Nem sequer são os seus representantes no Parlamento Europeu. É o Conselho Europeu (Chefes de Estado e Chefes de Governo) que possui tal competência. Aos cidadãos compete-lhes assistir e, naturalmente, bocejar perante este tema. Eis um exemplo perfeito de como há um longo caminho a fazer para tornar esta Europa mais democrática, para tornar esta Europa dos cidadãos.
(Imagem: The ISN Blog)
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
3 anos de Activismo de Sofá
Por pouco não me esqueci deste terceiro aniversário do Activismo de Sofá. Três aninhos, hein. Já é alguma coisa. É olhando agora para trás, nomeadamente para o primeiro post deste blog e para os posts do primeiro e do segundo aniversário, que me apercebo do tempo que já passou e do quanto este espaço já evoluiu.
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Evoluiu muito no número de visitas diárias, no número de comentários que recebe e evoluiu também no tipo de posts feitos. Ao fim de três anos, mais de 1400 posts foram aqui publicados.
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Mas destaria neste último ano dois aspectos em particular. Por um lado, este foi o ano das redes sociais aqui no Activismo de Sofá. A utilização do Twitter, do Facebook, mas também do You Tube ou do Flickr vieram transformar bastante este espaço, permitindo-lhe jogar em novas realidades e chegar a novas audiências.
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Em segundo lugar destacaria o círculo de amizades blogosféricas que, ao longo do tempo, se vão consolidando. Parecendo que não, com o passar dos anos, vamo-nos habituando a determinados espaços aqui na blogosfera, a determinados nomes e vamo-nos sentido parte de algo, sentindo-nos membros de determinados círculos. Esta coisa do virtual é intrigante. Diria, sendo um pouco lamechas é certo, que é este sentimento de comunidade, de amizades e empatias virtuais que também nos vai dando gás diariamente para continuarmos.
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Por tudo isto, a todos os amigos e simpatizantes, a todos os que por aqui vão passando, dêem cá um abraço e sirvam-se de uma fatiazita de bolo. :)
(Imagem: PET Brasil)
Com anticastristas destes...
Começo a desconfiar destes anti-castristas. Segundo aqui é indicado, as suas doações a membros do Congresso norte-americano com vista à manutenção das sanções à ilha têm aumentado. Mas quem disse que as sanções enfraquecem o regime? Quem disse que a legitimidade dos Castro no poder é enfraquecida pelas sanções? Enfim... Com inimigos destes, quem é que precisa de amigos?
Parecendo que não, é muito grave
Segundo relatório da Transparency Internacional, Portugal piorou no índice de percepção da corrupção por parte dos cidadãos. É certo que se tratam de percepções. E é também certo que no momento actual, com tantos casos na agenda, estranho seria se se verificasse uma melhoria da posição portuguesa.
De qualquer modo, as percepções dos cidadãos relativamente a este tipo de fenómenos não são de menosprezar. Quando se fala aliás de temas como a percepção de corrupção, como a confiança dos cidadãos nas instituições, como a confiança no sistema de justiça, o que está em causa é nada mais nada menos do que a qualidade da democracia.
De qualquer modo, as percepções dos cidadãos relativamente a este tipo de fenómenos não são de menosprezar. Quando se fala aliás de temas como a percepção de corrupção, como a confiança dos cidadãos nas instituições, como a confiança no sistema de justiça, o que está em causa é nada mais nada menos do que a qualidade da democracia.
(Imagem: Favourite joke of the day)
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Temos recorde...
"A taxa de desemprego em Portugal disparou, durante o terceiro trimestre deste ano, para 9,8 por cento..."(...) "Com este resultado, é ultrapassado o máximo de 9,2 por cento para a taxa de desemprego que se registou no primeiro trimestre de 1986..." (Público, 17/10/2009)
(Imagem: United Social Community)
(Imagem: United Social Community)
Vamos negociar
Jardim quer um referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Hum... Podemos sempre negociar. Concordo se em troca Jardim concordar com um referendo de âmbito nacional à sua pessoa. Que tal, vamos a isso? É justo, não?
(Imagem: Arouca Online)
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Tréguas
Este consenso entre PS e PSD quanto aos malefícios das violações do segredo de justiça é curioso. Até agora cada um ia tirando partido da desgraça do outro sem grandes remorsos. Parece ter sido necessário que ambos se sentissem simultaneamente prejudicados para conseguirem chegar a um acordo de cavalheiros sobre a premência de resolver esta questão. No fundo, uma espécie de tréguas. Que grande mudança de paradigma, sem dúvida.
domingo, 15 de novembro de 2009
Hipocondria da vacina
É natural que uma vacina levante dúvidas. É natural que não seja absolutamente consensual. Mas o que parece estar a passar-se com os medos em torno da vacina contra a Gripe A é, no mínimo, paradoxal. Parece uma tipo de hipocondria muito à frente. Uma hipocondria tão avançada tão avançada que até teme a vacina.
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Como é evidente, e até seria escusado dizer, tal não se aplica a quem lamentavelmente acabou de ter uma perda irreparável. Embora seja certo contatar que o que se passou em Portalegre dará um contributo para esta hipocondria que começa a generalizar-se em torno da vacina.
(Imagem: Philadelphia Reflections)
(Imagem: Philadelphia Reflections)
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Uma questão de fé
A ser verdade o que hoje noticia o Sol, tal representa mais um forte tiro na confiança que os cidadãos terão no seu primeiro-ministro. E a própria negação de Sócrates, ao sublinhar que não tinha conhecimento oficial do caso, pode significar uma situação de pior a emenda do que o soneto. Dela se pode deduzir que Sócrates tinha apenas conhecimento informal do caso e estava já a comentar o mesmo com o seu duvidoso amigo, metendo financiamentos partidários ao barulho? Enfim...
É certo que o Sol é dos jornais cujas manchetes são menos fiáveis e é evidente que, mesmo para um primeiro-ministro, a publicação de conversas telefónicas privadas num jornal é algo que justifica a sua total indignação. Mas tal não apaga os efeitos de tais notícias nos cidadãos. Nos dias que correm, e depois de tantas suspeitas de que tem sido alvo, a confiança pública na total integridade de Sócrates é cada vez mais uma questão de fé.
(Imagem: Viriatovitch)
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Operação Duas Faces
Como seria de esperar, quanto mais se escava o processo Face Oculta, mais suspeitas de podridão vêm ao de cima. E as mesmas caras e forças políticas que negaram há pouco tempo atrás pacotes anti-corrupção mostram-se agora indignadas e cheias de força para tomar medidas. Enfim… Como se já não bastasse a operação Face Oculta, temos agora também a operação Duas Faces.
(Imagem: O Veneno da Viúva)
Pedro Lomba no Público
Ora aqui está uma contratação de peso. A partir de hoje, Pedro Lomba integrará o leque de cronistas da última página do Público. Mesmo estando longe do posicionamento político de Pedro Lomba, tal não impede naturalmente de apreciar os seus textos. Este seu primeiro no Público não parece, à primeira vista, muito feliz. Teorias um pouco pacheco pereiristas a mais, julgo eu. Mas enfim, já diz o povo que "a primeira vez nunca é nada de especial".
(Imagem: Público)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
O regresso dos aleijados
E eis que, de um momento para o outro, vemos Ferreira Leite a ressurgir no Parlamento, cheia de força, pedindo explicações sobre o processo Face Oculta. Cavaco, por seu turno, também aparece hoje revigorado a não comentar, mas a dizer-se preocupado com o caso. Quem os viu há apenas duas semanas atrás e quem os vê agora... Estão como novos. Há casos revigorantes para alguns, lá isso há.
(Imagem: My piece of tail)
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