quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Vou só ali aos States e já venho

E eis que chegaram finalmente aquelas mini-férias que esperamos há meses. Nos próximos dias andarei por Washington, Filadélfia e Nova Iorque. Regressarei no dia 7. Até lá.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Falta de chá

Vieira da Silva vai ser ouvido no Parlamento a propósito da sua declaração de que existia "espionagem política" no caso Face Oculta. A audição tem um objectivo meramente simbólico, mas ainda bem que acontece. É que parece ter-se tornado corriqueiro vermos altas figuras do Estado (sobretudo socialistas) acusarem a justiça de se mover por motivos políticos. Sócrates, por exemplo, já o fez diversas vezes.

É uma acusação que coloca por terra todo o Estado de Direito e o sistema político democrático, assumindo particular gravidade quando feita por altos responsáveis políticos. Caramba, porque não deixam este trabalho sujo de achincalhanço ao Estado de Direito para os militantes de base ou para as irreverentes jotas, hein? Fica a sugestão.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Obrigado, sr. Presidente

Embora aparentemente insuficiente, António Costa está a fazer um esforço para minimizar o mau impacto do projecto do terminal de contentores de Alcântara. Acrescentou, contudo, que tal não toca minimamente no facto da concessão ser até 2042 por tal "extravasar" as competências municipais. Os munícipes lisboetas devem estar muito orgulhosos pelo quão zeloso está a ser o seu presidente em toda esta questão...
(Imagem: Gente de Lisboa)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cuidado com as reflexões

Passou-se já um mês e meio desde as últimas eleições e um mês e meio desde que a saída de Ferreira leite foi dada como certa. E, se o calendário for cumprido à risca, faltam ainda 5 meses para as directas no partido. Quem será o próximo líder do partido?

Por um lado até pode ser positivo este interregno temporal para que o partido possa reflectir sem grandes pressas. É certo que o PSD está decapitado. Mas num momento em que o PS ainda beneficia de um ligeiro estado de graça, tal pode não ser tão mau quanto isso. Preserva, desde modo, uma liderança futura, ao mesmo tempo que a actual liderança se sente solta o suficiente para levar a cabo golpes baixos sem remorsos.

O problema é que, se seis meses de pura reflexão já é muito tempo para qualquer força política, para um PSD que está sempre em convulsão quando não está no poder, seis meses são uma autêntica eternidade. A reflexão dá lugar ao nervosismo e à batatada, o que acaba por piorar seriamente a imagem do partido perante o eleitorado. Esperar mais cinco meses para escolher um novo líder será muito contraproducente para os sociais-democratas, penso eu de que…

Retórica de Assis traduzida para miúdos

«Nós não queremos ganhar nenhum campeonato de quem combate mais eficazmente a corrupção, nós queremos concorrer para combater, de facto e com resultados efectivos, a corrupção em Portugal», salientou Francisco Assis a propósito da presente vontade socialista para combater a corrupção.

E que tal tentarmos traduzir o que o líder parlamentar socialista tentou de facto dizer com a frase acima, hein? Vamos a isso: «Nós estamos bué incomodados por termos chumbado em 2006 o pacote anti-corrupção de João Cravinho, ok? Vamos todos tentar esquecer que isso aconteceu, tá? Mas pronts, visto que agora nos dá jeito, buga lá combater a corrupção em Portugal.»
(Imagem: Memorial)

domingo, 22 de novembro de 2009

Antes da dívida temos direitos

Quatro associações de trabalhadores precários juntaram-se numa campanha com vista a acabar com as injustiças nas constribuições para a Segurança Social. Estão a recolher assinaturas para uma petição à Assembleia da República. Assinem, por favor, aqui.

Entrevista a Medvedev

Boa entrevista no i ao presidente russo. Vale a pena dar uma vista de olhos. Entre aspectos e visões interessantes de uma figura algo enigmática, vale a pena constatar os pequenos tiques autoritários de alguém que muitos no seu país encaram como liberal.

Best of Fim-de-Semana

Sábado, fim da tarde, chove a potes lá fora e temos o filho de pouco menos de dois anos irrequieto em casa. Estamos em época de pré-natal, os centros comerciais estão a transbordar. Onde ir? É preciso encontrar um sitio coberto, bom para uma criança estar e que seja pouco provável que esteja cheio num fim de tarde assim. Hum... Que tal o Museu Berardo e dar uma vista de olhos na exposição da Amália, hein?
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E assim foi. Chegamos lá e estava vazio (certamente por causa do mau tempo que estava lá fora). A exposição está engraçada, mesmo para quem não morre de amores pela Amália. Lá tenta-se criar uma espécie de Amália pop - ver aqui. O espaço é amplo, perfeito para a pequenada. Além disso tem umas salas com projectores e música que são excelentes para crianças em busca da experimentação visual ou sonora. O meu filho adorou. Foi o programa best of deste fim-de-semana.
(Imagem: Idade Maior)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Recuar depressa

No mesmo dia, duas medidas emblemáticas do anterior governo foram revogadas: as taxas de internamento e cirurgia e a avaliação dos professores. E tal não aconteceu perante um PS foribundo, mas sim um PS que até prefere que estes recuos aconteçam desde já. É conhecida a máxima "fazer o mal depressa para poder fazer o bem devagar". O PS deve estar a tentar usar uma variante: "recuar depressa para depois poder voltar a avançar devagar".
(Imagem: O Repobratório)

Sobre a France 24

Existir um canal noticioso francês com uma transmitissão 100% em inglês já é um pouco esquisito. Se a isto adicionarmos o facto de, nesta emissão, todos os seus apresentadores, comentadores e até entrevistados falarem com um sotaque british perfeito, sem qualquer vestígios de français, a coisa fica ainda mais estranha. Parece uma emissão feita para mundo se esquecer que em França se fala uma lingua que por acaso até é bem conhecida. É muito à frente...
(Imagem: France 24)

Ainda sobre a nomeação de Rompuy

Vale a pena ler o curto artigo de Teresa de Sousa no Público que explica porque é que em Bruxelas esá tudo muito tranquilo com a eleição do ilustre desconhecido.
(Imagem: Marataízes)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Van quê?!?

Os chefes de Estado e de Goveno já chegaram a um consenso sobre o novo presidente da União Europeia. Herman Van Rompuy é o nome escolhido... Enquanto suposto cidadão europeu gostava de conseguir dizer alguma sobre este nosso novo presidente... Sei lá, dizer que concordo ou discordo, que estou contente ou não... Mas não sei nada sobre o senhor Van que agora conduzirá os destinos comunitários. Não consigo sequer emitir uma opinião. Sintomático, não?
(Imagem: Daylife)

E nós ficamos a assistir

Bem longe das polémicas nacionais que nos vão entretendo diariamente, estão agora a ocorrer em Bruxelas as negociações para o cargos de Presidente e de Alto Representante da União Europeia. Cargos cuja importância nem necessita de ser aqui explicada.

E quem escolhe as caras para ocupar tais cargos? Não são os cidadãos de forma directa. Nem sequer são os seus representantes no Parlamento Europeu. É o Conselho Europeu (Chefes de Estado e Chefes de Governo) que possui tal competência. Aos cidadãos compete-lhes assistir e, naturalmente, bocejar perante este tema. Eis um exemplo perfeito de como há um longo caminho a fazer para tornar esta Europa mais democrática, para tornar esta Europa dos cidadãos.
(Imagem: The ISN Blog)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

3 anos de Activismo de Sofá

Por pouco não me esqueci deste terceiro aniversário do Activismo de Sofá. Três aninhos, hein. Já é alguma coisa. É olhando agora para trás, nomeadamente para o primeiro post deste blog e para os posts do primeiro e do segundo aniversário, que me apercebo do tempo que já passou e do quanto este espaço já evoluiu.
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Evoluiu muito no número de visitas diárias, no número de comentários que recebe e evoluiu também no tipo de posts feitos. Ao fim de três anos, mais de 1400 posts foram aqui publicados.
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Mas destaria neste último ano dois aspectos em particular. Por um lado, este foi o ano das redes sociais aqui no Activismo de Sofá. A utilização do Twitter, do Facebook, mas também do You Tube ou do Flickr vieram transformar bastante este espaço, permitindo-lhe jogar em novas realidades e chegar a novas audiências.
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Em segundo lugar destacaria o círculo de amizades blogosféricas que, ao longo do tempo, se vão consolidando. Parecendo que não, com o passar dos anos, vamo-nos habituando a determinados espaços aqui na blogosfera, a determinados nomes e vamo-nos sentido parte de algo, sentindo-nos membros de determinados círculos. Esta coisa do virtual é intrigante. Diria, sendo um pouco lamechas é certo, que é este sentimento de comunidade, de amizades e empatias virtuais que também nos vai dando gás diariamente para continuarmos.
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Por tudo isto, a todos os amigos e simpatizantes, a todos os que por aqui vão passando, dêem cá um abraço e sirvam-se de uma fatiazita de bolo. :)
(Imagem: PET Brasil)

Com anticastristas destes...

Começo a desconfiar destes anti-castristas. Segundo aqui é indicado, as suas doações a membros do Congresso norte-americano com vista à manutenção das sanções à ilha têm aumentado. Mas quem disse que as sanções enfraquecem o regime? Quem disse que a legitimidade dos Castro no poder é enfraquecida pelas sanções? Enfim... Com inimigos destes, quem é que precisa de amigos?

Parecendo que não, é muito grave

Segundo relatório da Transparency Internacional, Portugal piorou no índice de percepção da corrupção por parte dos cidadãos. É certo que se tratam de percepções. E é também certo que no momento actual, com tantos casos na agenda, estranho seria se se verificasse uma melhoria da posição portuguesa.

De qualquer modo, as percepções dos cidadãos relativamente a este tipo de fenómenos não são de menosprezar. Quando se fala aliás de temas como a percepção de corrupção, como a confiança dos cidadãos nas instituições, como a confiança no sistema de justiça, o que está em causa é nada mais nada menos do que a qualidade da democracia.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Temos recorde...

"A taxa de desemprego em Portugal disparou, durante o terceiro trimestre deste ano, para 9,8 por cento..."(...) "Com este resultado, é ultrapassado o máximo de 9,2 por cento para a taxa de desemprego que se registou no primeiro trimestre de 1986..." (Público, 17/10/2009)
(Imagem: United Social Community)

Vamos negociar

Jardim quer um referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Hum... Podemos sempre negociar. Concordo se em troca Jardim concordar com um referendo de âmbito nacional à sua pessoa. Que tal, vamos a isso? É justo, não?
(Imagem: Arouca Online)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tréguas

Este consenso entre PS e PSD quanto aos malefícios das violações do segredo de justiça é curioso. Até agora cada um ia tirando partido da desgraça do outro sem grandes remorsos. Parece ter sido necessário que ambos se sentissem simultaneamente prejudicados para conseguirem chegar a um acordo de cavalheiros sobre a premência de resolver esta questão. No fundo, uma espécie de tréguas. Que grande mudança de paradigma, sem dúvida.

domingo, 15 de novembro de 2009

Hipocondria da vacina

É natural que uma vacina levante dúvidas. É natural que não seja absolutamente consensual. Mas o que parece estar a passar-se com os medos em torno da vacina contra a Gripe A é, no mínimo, paradoxal. Parece uma tipo de hipocondria muito à frente. Uma hipocondria tão avançada tão avançada que até teme a vacina.
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Como é evidente, e até seria escusado dizer, tal não se aplica a quem lamentavelmente acabou de ter uma perda irreparável. Embora seja certo contatar que o que se passou em Portalegre dará um contributo para esta hipocondria que começa a generalizar-se em torno da vacina.
(Imagem: Philadelphia Reflections)

Cabo da Roca


Há lugares em que contemplar o tempo ventoso e o mar revolto sabe particularmente bem.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Uma questão de fé

A ser verdade o que hoje noticia o Sol, tal representa mais um forte tiro na confiança que os cidadãos terão no seu primeiro-ministro. E a própria negação de Sócrates, ao sublinhar que não tinha conhecimento oficial do caso, pode significar uma situação de pior a emenda do que o soneto. Dela se pode deduzir que Sócrates tinha apenas conhecimento informal do caso e estava já a comentar o mesmo com o seu duvidoso amigo, metendo financiamentos partidários ao barulho? Enfim...

É certo que o Sol é dos jornais cujas manchetes são menos fiáveis e é evidente que, mesmo para um primeiro-ministro, a publicação de conversas telefónicas privadas num jornal é algo que justifica a sua total indignação. Mas tal não apaga os efeitos de tais notícias nos cidadãos. Nos dias que correm, e depois de tantas suspeitas de que tem sido alvo, a confiança pública na total integridade de Sócrates é cada vez mais uma questão de fé.
(Imagem: Viriatovitch)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Operação Duas Faces

Pedro Lomba no Público

Ora aqui está uma contratação de peso. A partir de hoje, Pedro Lomba integrará o leque de cronistas da última página do Público. Mesmo estando longe do posicionamento político de Pedro Lomba, tal não impede naturalmente de apreciar os seus textos. Este seu primeiro no Público não parece, à primeira vista, muito feliz. Teorias um pouco pacheco pereiristas a mais, julgo eu. Mas enfim, já diz o povo que "a primeira vez nunca é nada de especial".
(Imagem: Público)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O regresso dos aleijados

E eis que, de um momento para o outro, vemos Ferreira Leite a ressurgir no Parlamento, cheia de força, pedindo explicações sobre o processo Face Oculta. Cavaco, por seu turno, também aparece hoje revigorado a não comentar, mas a dizer-se preocupado com o caso. Quem os viu há apenas duas semanas atrás e quem os vê agora... Estão como novos. Há casos revigorantes para alguns, lá isso há.
(Imagem: My piece of tail)

Diz que é uma Aventura

Como seria de esperar, a postura da nova Ministra da Educação afigura-se a milhas do que a classe docente se habituou com a sua antecessora. A abertura e o diálogo com os sindicatos parece ter sido a mensagem que Isabel Alçada ontem tentou transmitir.

Como é evidente, no actual cenário, outra atitude da titular da pasta da educação seria neste momento algo totalmente suicida. Ou seja, Isabel Alçada recuou porque teve de recuar. Mas, embora seja certo que os sindicatos se manterão muito atentos, e ainda bem que assim é, o clima que ontem consta ter existido parece indiciar uma lufada de ar fresco.

Conclusões a tirar de toda esta situação: 1) a união e a indignação de toda uma classe profissional valeu a pena; 2) as maiorias relativas proporcionam algo que devia ser obrigatório em democracia – a abertura, o diálogo, a concertação.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os Casos e seus Efeitos

Na semana seguinte à tomada de posse do “novo” governo, dois casos de corrupção que estão na agenda (Freeport e Face Oculta) são perigosamente próximos do primeiro-ministro.

Não admira que, quando questionados sobre a confiança que detêm no primeiro-ministro ou a seriedade que lhe atribuem, os eleitores concedam pontuações modestas a José Sócrates.
(Imagem: PS Montalegre)

Ah e tal, um referendo e não sei quê… (II)

Como sublinhou o Daniel Oliveira no último Eixo do Mal, é sempre interessante constatar que os grupos que afirmam que há assuntos mais prioritários que o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que o país não pode perder agora tempo com essas coisas e que tem de se concentrar em assuntos mais urgentes, são os mesmos grupos agora defendem um referendo.
(Imagem: O Chamado Blog)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A música do dia

O PCP e a Queda do Muro

Como seria de esperar, a questão da queda do Muro é um assunto muito indigesto para o PCP. E é normal que os holofotes se voltem para os comunistas em busca de reacções. A meu ver, pode-se dar de barato a notícia no Avante sobre os eventuais retrocessos económicos e sociais verificados desde a queda do Muro.

Mas tal só é possível se existisse sequer uma referência à falta de democracia vivida do lá de lá do muro, sobre a falta de liberdade, sobre as polícias políticas, sobre a repressão, and so on. Sem tal referência, o que o PCP tem a dizer sobre esta matéria transforma-se inevitavelmente em algo distorcido.

O PCP vê na queda do muro o triunfo do capitalismo. É uma visão limitadíssima e tenho a certeza que tal é evidente para muitos e muitos comunistas. A queda do muro representa sobretudo o triunfo da democracia. Digo-o com a maior das sinceridades: é lamentável ver os comunistas embrenhados nestas jurássicas contradições.

Cair em tentação

Permitam-me o desabafo. Durante muitos anos resisti á tentação de comprar qualquer consola de jogos. Dada a minha fase juvenil viciada em jogos de carros, de futebol, de estratégia, sabia que não convinha voltar a despertar tal vício. Nunca comprei nem quis que me oferecessem Playstations nem nada do género.

No entanto, há umas semanas atrás, resolvemos comprar lá para casa uma Nintendo Wii devido à funcionalidade Wii fitness. É engraçado e a Nintendo tem a “vantagem” da vasta maioria dos jogos serem demasiado infantis para despertarem o meu vício terrível.

Mas eis que descobri na sexta-feira que existe o FIFA 2010 para a Wii. Como é possível?!? Era suposto só terem jogos infantis e nintendescos! E pronto, a desgraça aconteceu… Tenho o FIFA lá em casa… Um horror… Maldito vicio. Não é por acaso que este blog não é actualizado desde sexta-feira. ;)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Farpa Kultural

LinkExistem blogs que, apesar de não passarmos por lá todos os dias, nunca nos desiludem. Antes pelo contrário, nunca param de nos surpreender. O Farpa Kultural é um deles. Acompanho há muito e nunca me desiludo com a forma simples e inteligente com que os seus autores expressam uma ideia, uma convicção. É um blog que vale sempre a pena.

Mau Olhado

Se dúvidas existissem quanto à proximidade actual entre Sócrates e Armando Vara, estas parecem dissipar-se com esta notícia aqui. Sem que isto signifique qualquer tipo de insinuação (ou ainda levo um processo em cima e eu sou um homem simples, com família e casa para pagar), o primeiro-ministro parece ter uma espécie de mau olhado ou encosto.
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É que estes casos de alta trafulhice persistem em aparecer à sua volta com uma proximidade assustadora. José Sócrates deveria consultar rapidamente o Professor Bambo ou algo do género.
(Imagem: Why so Serious)

Sentido de oportunidade (ou falta dele)

Num momento em que se está longe de saber até onde alastrará o caso Face Oculta, parecendo existir muitos nervosismos nas hostes socialistas, o PSD mantém-se entretido nas suas lutas internas. É um partido porreiraço, sem dúvida.
(Imagem: Reprobatório)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O espectáculo já começou

Hoje o Parlamento teve direito à primeira troca dura de palavras entre Pacheco Pereira e Sócrates. E parece que nenhum deles desiludiu. Pacheco Pereira foi igual a si mesmo, montando conspirações de forma fervilhante. Sócrates respondeu no seu estilo normal de ataque pessoal, considerando que o seu interlocutor lança suspeições de "forma doentia". Nada de novo, portanto.

Escolas sim, guerra não!

O custo anual de um soldado americano no Afeganistão daria para construir aproximadamente 25 escolas nos Estados Unidos. E se, em vez de reforçarem o contingente em 40 000 soldados, os EUA apostassem em construir escolas em terras afegãs, hein? Não será a educação um maior factor de estabilização do que a força das armas? Vale a pena ler o curto e incisivo artigo de Nicholas Kristof no i de hoje.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Bolsa de Valores Sociais

Foi anteontem lançada em Portugal uma Bolsa de Valores Sociais (http://www.bvs.org.pt/). Um conceito que teve origem no Brasil e que serve como mecanismo de recolha de donativos por parte de todas as instituições sociais inscritas. O cidadão comum pode inscrever-se e comprar “acções” por 1€, num mínimo de 10 acções.

Após a compra, o “accionista” passará a receber informação sobre o impacto que o seu donativo teve no apoio à respectiva ou respectivas associações. A bolsa foi lançada com o apoio da Euronext, da Gulbenkian e da Fundação EDP. Certamente não promoverá milagres ou substitui outro tipo de apoios. Mas o conceito é muito bom e promete. Apesar de ainda ter poucas associações inscritas, vale a pena experimentar.

Ah e tal, referendo e não sei quê...

Quantas vezes será necessário repetir que, da mesma maneira que as questões penais não devem ser objecto de referendo, o mesmo acontece com os direitos, liberdade e garantias. Lamento o desabafo, mas qual é a parte que é difícil de entender a este respeito?
(Imagem: Global Debate)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ele há com cada coincidência

Segundo o Público, foi identificada uma forte correlação entre a anulação acelerada de inscrições nas listas do desemprego e a proximidade de eleições legislativas. Ou seja, sempre que se aproximam eleições, a subida do desemprego parece ser contida estatisticamente. Como o sublinha o Público, o IEFP recusa-se há meses a explicar tal correlação. É naturalmente possível que exista alguma coisa que esteja a escapar e explique tal fenómeno. Mas que é muitíssimo estranho, lá isso é.
(Imagem: Bruno Cochito)

Foi há um ano...

Há um ano assistimos a uma nacionalização na banca. Mas a uma nacionalização dos prejuízos, é bom não esquecer. Passado um ano, quem fez a referida nacionalização continua fugindo para a frente, mostrando-se convicto do que fez. Passado um ano, apenas o Vale e Azevedo de serviço - Oliveira e Costa - está a ser responsabilizado. Os restantes responsáveis, que certamente existirão pois não se faz um buraco financeiro desta dimensão por obra e graça de apenas um homem, continuam por apurar.
(Imagem: Cão Azul)

domingo, 1 de novembro de 2009

Um virar de página no Público

Hoje uma nova directora – Bárbara Reis - assume os destinos do Público, passados 11 anos de direcção de José Manuel Fernandes (JMF). Antes de mais, deixem-me dizer que leio o Publico há precisamente 11 anos (desde 1998). Ou seja, o Público que conheci sempre foi o de JMF e tal não impediu que fosse o meu jornal por excelência.

Infelizmente, JMF cometeu erros crassos enquanto director. Assumiu, por exemplo, uma parcialidade excessiva em alguns episódios cujo corrolário foi o recente Caso da Encomenda vinda de Belém (ou Caso das Escutas, se preferirem). Tal abalou muito fortemente toda a credibilidade do jornal. Esperemos, portanto, que esta nova direcção consiga lavar a cara de uma casa que se quer de referência.

É de lamentar que a saida de JMF fique marcada pelas piores razões. Mas seria também errado considerar que tal apaga toda a obra que realizou nos 11 anos que esteve à frente do jornal. Sai com uma nódoa difícil de tirar, mas que o tempo certamente se encarregará de atenuar. Para quem ainda não leu, aqui fica o último editorial de JMF.
(Imagem: Absorto)