1 - Cumpriu-se a tradição. A
maioria absoluta do PS demonstra mais uma vez que o eleitorado açoriano não é grande apreciador da alternância política. Nunca um líder do Governo Regional foi derrotado numa recandidatura. O PSD apenas perdeu o poder após 20 anos porque Mota Amaral saiu. Se Carlos César se recandidatar mais duas ou três vezes, certamente continuará a ganhar.
2 - César afirmou que não se recandidatará, apesar da não-promulgação do Estatuto Politico-Administrativo dos Açores a isso não o obrigar. Foi, sem dúvida, a resposta mais inteligente a dar neste momento. Como é evidente, tal não inibe que, daqui a três anos, César reconsidere "por força das circunstâncias".
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3 - O
PS venceu, pela primeira vez, em todas as ilhas. O resultado ficou um pouco aquém das sondagens (49,98%) possivelmente por ter sido o partido mais prejudicado pela abstenção. As favas eram já tão contadas que muita gente optou por ficar em casa.
4 - O
PSD foi vitima do ponto 1. Obteve o seu pior resultado de sempre nos Açores (30,27%). Enquanto o presidente do Governo Regional continuar a recandidatar-se, os tempos de mingua continuarão para os sociais-democratas.
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5 - O CDS obteve o resultado mais surpreendente. Conseguiu 5 deputados, vendo a sua representação subir em 3 deputados. O resultado de 8,7 % agradou comepnsa assim o empenho de Portas. Será certamente um vitória que será utilizada para colocar para trás das costas os diversos sinais de crise interna que o PP demontrou nos últimos meses a nível nacional.
.6 - O BE conseguiu 2 deputados. Os 3,3 % obtidos representam uma forte subida relativamente ao resultado de há 4 anos. O objectivo era conseguir eleger 1 deputado. A eleição de 2 representa a segunda maior surpresa destas eleições.
.7 - A
CDU, com 3,14%, consegue voltar a ter representação parlamentar. Tendo em conta as dificuldades de afirmação que o PCP sempre teve a nível regional, é sem dúvida um bom resultado.
8 - A eleição de
1 deputado pelo PPM representou uma surpresa. O círculo eleitoral do Corvo permitiu, deste modo, que um partido com 0,47 % dos votos a nível regional consiga ter representação. Paulo Estevão, um
conhecido aqui do Activismo de Sofá, consegue assim o seu grande objectivo. Será que assumirá na Assembleia Regional uma postura parecida ao representante do PND na Madeira? É bem possível...
.9 - Elevada abstenção (cerca de 53%) é o ponto mais negativo destas eleições. Os valores da abstenção nos Açores, mesmo nas regionais, sempre foram um problema. Entre as explicações normais de alheamento político, importa ter em conta que a pouca tradição de rotativismo também ajuda muito.
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10 - Por último, depois de 4 anos em que a Assembleia Legislativa Regional foi constituida apenas por 3 partidos, a entrada de 3 novos partidos implicará uma nova dinâmica para a oposição nos Açores. Nota muito positiva, portanto, para a reforma eleitoral que criou o círculo regional de compensação.