1 - Dizer-se que esta é uma vitória à tangente de Jardim e que tal representa um enfraquecimento do líder madeirense parece-me uma visão muito optimista. Pode ter sido o pior resultado de sempre de Jardim, mas conseguiu-o contra tudo e contra todos, após semanas e semanas de exposição mediática negativa. Se isto não é uma estrondosa vitória, o que será?
2 - O CDS consegue de facto um resultado impressionante. Mas parece-me que tal resulta também da expectativa mediática que se gerou em torno da sua candidatura. Desde logo, e sem se perceber como, se assumiu que José Manuel Rodrigues teria um grande resultado. Estas expectativas tão mediatizadas atraem votos.
3 - Os resultado do PTP e do PND são a demonstração que, até na oposição Jardim consegue fazer escola. Como tem sido sublinhado por diversos comentadores, trata-se da aplicação do folclore político celebrizado por Jardim contra o próprio.
4 - A esquerda, no seu todo, foi a grande derrotada. PS, CDU e BE têm de repensar a sua estratégia na região. É certo que não é só na Madeira que os tempos não andam famosos para a esquerda política, mas os resultados no arquipélago são um desaire que não deve ser minimizado.
5 - A qualidade da democracia da Madeira sai bastante mal tratada destas eleições. Há muito que estão identificados os perigos que Jardim representa. Mas esta foi de facto a campanha em que tal foi explicitado com maior clareza. E mesmo assim o eleitorado concedeu-lhe uma nova maioria absoluta. Relativizar tal facto e desculpabilizar o eleitorado é um sério contributo para não se ver a real dimensão do problema.
(Imagem: Engenharia Democrática)
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