segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Transições Incertas

Quando um regime ditadorial cai bruscamente, os países entram na cinzenta fase da transição para a democracia. Tal como é descrito nos diversos manuais destas áreas, trata-se de um período de indefinição onde a democracia pode surgir ou, pelo contrário, originar-se um novo regime ditadorial. Alguns dos países onde está a ocorrer agora a primavera árabe estão precisamente a passar por este período de incerteza.

Em poucos dias, tivemos sinais de esperança e de preocupação. Na Tunísia, tudo indica que as primeiras eleições livres correram bem, independentemente de ter ganho um partido não secular. Na Líbia, por seu turno, o linchamento de Kadhafi é no mínimo preocupante. Oxalá os líbios consigam rapidamente virar a página deste triste episódio.

3 comentários:

mfc disse...

A incerteza permanece.

Afonso disse...

E então quanto ao Egito? Esses livraram-se do Mubarak mas ficaram com o regime de pé, alicerçado nos verdadeiros tiranos, os generais do exército.
Dinis Vieira, autor do blog "Gangster do Colarinho Multicor" - Participa

Zuruspa disse...

Está tudo parvo?

O linchamento é preocupante... mas é inesperado? Os rebeldes líbios mostraram desde os primeiro momento ao que vinham: tribalismo e Sharia. Há 6 meses.

Como na Jugoslávia de 1991, a escolha era entre o veneno do Kadaffi, e o veneno do fundamentalismo religioso. A democracia NUNCA foi uma das escolhas, ISSO é que para mim foi preocupante, desde o início da "revolta".

Para quando eleiçöes na Líbia? Em 6 meses, ou esperam até matar toda a gente que potencialmente apoiou Kadaffi (aquele milhäo de pessoas em Julho na Praça Verde)?

Näo era o ditador odiado figadalmente pelo seu povo? Entäo que grande medo é esse da campa se tornar "local de culto"?
Os fundamentalistas nem mentir sabem. Tivessem dito "teve de ser no deserto porque nenhum povoado quer ter aquela escória lá enterrada" e eu até poderia acreditar.

Enquanto isso, no Yemen e Bahrain, os democratas estäo a ser torturados, e no Egipto a ver vamos.