Faço parte dos milhares de cidadãos do Centro de Saúde de Coração de Jesus, Lisboa, sem médico de família. Há cerca de cinco anos, fui às urgências do centro de saúde com uma gripe. Fui de imediato informado que não tinha vaga para ser atendido naquele dia, que as vagas tinham esgotado algures entre as 8:00 e as 8:10 da manhã. Arranjei-me recorrendo a amigos médicos. Quando a minha mulher estava grávida e procurou ser seguida no centro de saúde, foi informada que a médica estava de baixa, por isso o melhor era ser seguida no privado. Ontem fui ao centro de saúde com uma amigdalite e, às nove da manhã, informaram-me que já não havia vaga para ser atendido. Que voltasse no dia seguinte (?!) ou que fosse ao hospital... Deixei uma reclamação.
Hoje leio no Público que 2,5 milhões de utentes sem médico de família foram eliminados dos ficheiros dos centros de saúde, seguindo um critério de falta de utilização dos mesmos nos últimos cinco anos. E tudo isto é anunciado como sendo uma brilhante medida. Curiosamente, as maiores limpezas ocorreram nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, onde existem mais utentes sem médicos de família. Porque será? Obrigado, Paulo Macedo, por iluminares o país com o teu brilhantismo de gestor.
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