segunda-feira, 27 de julho de 2015

Das Listas (House of Power, House of Influence, House of Pride e uma série de outras coisas que transcendem os cidadãos)


Na semana passada, as aventuras e desventuras na constituição das listas do PS encheram os jornais. Hoje, sem circo associado, ficámos a conhecer os rostos cimeiros das listas PSD/CDS. Para o cidadão mais distraído, este é apenas o processo no qual os partidos apresentam as suas melhores caras para conquistarem votos. Para o cidadão que consegue ver um pouco além do que lhe é servido, o processo de formação de listas é um momento determinante para as máquinas partidárias, de onde sobressaem duas dinâmicas:
  1. Para os políticos profissionais, este é o momento onde se joga o seu futuro profissional. Como em qualquer emprego, é a sua promoção ou despromoção que está em causa. 
  2. Para aqueles que, não sendo políticos profissionais, empenharam o seu esforço e credibilidade nos últimos anos na defesa de uma força política, este é o momento do reconhecimento ou da ingratidão. 
Não é por isso de admirar que, durante os processos de formação das listas, as movimentações sejam mais do que muitas nas máquinas partidárias. Jogos de influência, jogos do "vale tudo" para obter um lugar ao Sol.

Apesar de serem peças centrais da democracia, os partidos não têm de ser organizações plenamente democráticas. Cada qual deve decidir como bem entender o melhor processo para formação das suas listas. Mas parece-me hoje cada vez mais estranho que a formação das listas, sobretudo nos grandes partidos, se desenvolva de forma tão pouco transparente para os cidadãos. 

Os cidadãos ainda estão pouco atentos a estas dinâmicas. Mas não será por muito mais tempo. Processos de abertura como as Primárias vão com certeza ganhar um progressivo destaque nos próximos anos.

1 comentário:

GWB disse...

É pela transparência que o Livre/Tempo de Avançar devia explicar muito bem porque afastaram o vencedor das primárias no Porto.