sexta-feira, 2 de março de 2007

Sentimentos Paradoxais quanto ao Regresso de Portas

Portas está de volta. Embora ainda muito a frio, não consigo deixar de ficar paradoxalmente animado com este seu regresso.
Ao seu melhor estilo, com direito a um discurso estudado ao pormenor, Portas manifestou-se agora disponível para voltar a liderar o CDS/PP. Apenas dois anos depois de uma despedida com traços teatrais, aquela que é sem dúvida a figura mais emblemática dos Populares nos últimos anos promote regressar em força.

Não sei exactamente porquê, mas não consegui deixar de ficar paradoxalmente contente/animado com o seu regresso. Não que goste das suas ideias, do seu estilo ou muito menos da sua obra... Antes pelo contrário! No entanto, acho que o regresso de Portas parece prometer o retorno de "alguma animação" no debate político.

Ora vejamos: num cenário político em que Marques Mendes age de forma demasiado correcta tendo em conta o partido que representa, em que Ribeiro e Castro se esforça desesperadamente para apanhar o comboio da agenda política, e em que Cavaco Silva se afirma numa consonância entediante com as políticas governamentais, o regresso de Portas anuncia uma "pedrada no charco" desta direita política que parece só existir no seio do próprio executivo governamental.

No fundo, e correndo o risco de ser tremendamente sarcástico, venha o Portas "porque o que faz falta é animar a malta".

Resta-me terminar partilhando esta preciosa peça de retórica "portiana" proferida hoje no CCB: "Portugal precisa de confiança. Este Governo precisa de oposição. A oposição precisa de liderança. O partido precisa de mudança."

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