quinta-feira, 29 de abril de 2010

Perder a vergonha

No dia do violento ataque especulativo, Sócrates e Passos Coelho chegaram a um entendimento para avançar desde já com algumas medidas do PEC. “Uma resposta pronta de confiança e tranquilidade aos mercados”, como sublinhou o primeiro-ministro. Pensávamos nós que iríamos encontrar medidas como o congelamento de grandes obras públicas, cortes nas regalias dos cargos políticos ou na alta administração pública, entre outras do género. No fundo, começar-se-ia por cima, pensando nós que dar o exemplo era o mínimo que podia ser feito para disfarçar um pouco a quem serão pedidos os grandes sacrifícios.

Mas não. Qual disfarçar qual quê? As três medidas ontem anunciadas pelo tão aplaudido acordo entre os dois maiores partidos foram todas centradas na poupança em domínios sociais: 1) diminuição do tecto máximo do subsídio de desemprego, 2) auditorias e fiscalizações às prestações sociais e 3) maior controlo no pagamento de prestações sociais. Perdeu-se a vergonha. O CDS, coitado, ficou de repente sem nada para propor...

4 comentários:

Micael Sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Micael Sousa disse...

Quando digo discordar com os cortes na acção social afirmo que concordo com o autor.

Numa época de crise não devem existir este tipo de cortes, pois muitos cidadãos efectivamente dependem deles e não têm outras formas de poder sobreviver...

Reforço novamente a concordância com o aumento de fiscalização. Pois há sempre quem se aproveite do sistema de acção social, os exemplos estão também lá fora.

Anónimo disse...

Estava em casa, onde vi a comunicação ao País de mais esta barbaridade.
Não sei que raio de cara fiz, mas ouvi a minha companheira brindar-me com um "olha que o televisor ainda não está todo pago...".

Anónimo disse...

Se lhes morre o gato fazem psicoterapia mas acham que o Zé Povinho anda aí num grande regabofe de prazeres ilegítimos. Ao compadrio e o amiguismo, a utilização do OGE como rendimento de quinta pelas cliques instaladas chamam-lhe a "natureza das coisas". Como de costume, « as ricas têm meninos e as pobres parem moços.»