quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sobre as viagens de Inês de Medeiros

A Assembleia já decidiu pagar as viagens de Inês de Medeiros a Paris. Voos semanais e ajudas de custo. E se calhar não existia mesmo alternativa dado que o regimento não previa este tipo de situações (espera-se agora que se consiga prevenir para o futuro). Neste contexto, por mais que custe, o desfecho era previsível e dificilmente contornável.

Mas tal não implica que muita gente não tenha ficado muito mal na fotografia. Ficaram mal todos aqueles que tentaram comparar este caso com o pagamento das deslocações aos deputados açorianos e madeirenses (?!?). Ficou mal Inês de Medeiros por ter mostrado que não pensou neste pormenor quando aceitou candidatar-se. E ficou sobretudo mal o PS que assobiou para o lado em todo este processo, tentando disfarçar o incómodo da sua vedeta estar a sair cara ao Parlamento.
(Imagem: Run on eMotion)

24 comentários:

Anónimo disse...

Perdão... a vedeta sai cara aos portugueses..

João Ricardo Vasconcelos disse...

Exacto. Essa é a parte que deixei que os leitores do post concretizassem. :)

Shyznogud disse...

o, deixemo-nos de demagogia barata. Defendes q os deputados devem residir nos círculos por onde são eleitos? depois de responderes podemos continuar a conversa.

Shyznogud disse...

um acrescento já porq isto é, de facto, um não assunto:

1. Um emigrante está proibido de se candidatar à AR? Não
2. Os deputados são obrigados a residir no círculo por onde se candidatam? Não.
3. Os deputados não residentes em Lisboa têm (e mto justamente, digo eu, ou o centralismo imperaria) dto a viagens pagas? Sim....

João Ricardo Vasconcelos disse...

Demogogia barata? Como te atreves, hein?

Agora um pouco mais a sério e respondendo à tua pergunta, sei que não podia ser feito de um dia para o outro e todos os partidos têm grandes telhados de vidro neste domínio. Mas sim, acho que se devia caminhar cada vez mais neste sentido.

E uma outra questão. Podemos aproveitar este dossier de Inês de Medeiros para discutir uma questão de fundo, como pareces apontar, Shyz. E eu acho bem. Mas tal não encobre a trapalhada política deste caso em concreto. Penso eu de que...

Shyznogud disse...

Mas o q eu acho grave é falar-se em concreto, se se quiser discutir q se discutam princípios e os regulamentos q definem as ajudas de custo aos deputados. Aliás, a chocar-me com algum caso específico ficaria com aquele deputado q reside nos açores e é candidato por viana do castelo e q, assim, recebe ajudas via residência e distrito q representa. Mas voltando... o dossier de candidatura da IM é claro qto à freguesia de residência, os regulamentos tb. o são (apesar de não contemplarem - porq ninguém pensou nisso - o caso de um emigrante candidato, não há nada q a distinga de dezenas de outros deputados. Ou seja, isto é um não-assunto, um argumento de política rasteirinha.

Shyznogud disse...

by the way, populismo demagógico por populismo demagógico o tal do teu conterrâneo fica mais caro ao erário público q "a vedeta"... o azar dela se calhar é esse mm, ser alguém ligado à área da cultura. Como ambos sabemos qm quer q venha daí está feito ao bife neste triste país.

João Ricardo Vasconcelos disse...

O caso do deputado açoriano Costa Neves dos Açores é uma anedota, sem dúvida. Não por residir nos Açores, como é óbvio, mas por ter sido candidato por Portalegre por decisão da Ferreira Leite.

Estamos também de acordo que este tipo de situações têm de ser reguladas através do regimento. Não o estando até ao presente, sim, acho que a solução encontrada de pagamento das viagens era inevitável. (Por acaso tenho curiosidade de saber como outros países tratam a questão dos deputados emigrantes)

Quanto à política rasteirinha, fazemos assim: eu concordo contigo se tu concordares comigo que o que se está a passar é uma resposta na mesma moeda à política rasteirinha que significou a candidatura de Inês de Medeiros. Uma candidatura que aconteceu sobretudo pelo facto de Inês ser uma cara conhecida e não tanto por lhe ser reconhecida competência ou currículo no exercício de cargos públicos/políticos. Nem sequer sei se lhe são reconhecidos grandes posicionamentos políticos no passado... Confesso a minha ignorância neste sentido.

Estamos de acordo quanto a esta última questão?

Shyznogud disse...

Não forçosamente. Sei q ela participou das reuniões novas fronteiras ou lá como se chama a coisa. Não sei se com contributos politicamente relevantes mas espero q sim. Obviamente q parte deste meu optimismo militante (e assumido) se deve ao facto de gostar muito de ver representantes da chamada (irritantemente) "sociedade civil" a terem tomates para abandonarem o seu cantinho confortável e meterem as mão na política, qqr q seja o partido em causa.

Anónimo disse...

Vedeta, só se for na Curraleira. Como actriz não faz nada de jeito à anos. Mas como lambisgoia ela opina em tudo. Esta gente para pagar um estilo de vida "superior" faz tudo......até "roubar" descaradamente.

Anónimo disse...

SR joão carlos vasconcelos AÇORES é PORTUGAL ou não percebe o fenómeno de insolaridade, vão isolar as ilhas. Agora a candidata a atriz , que nunca o foi e a deputada que nunca fará nada está no estrangeiro que eu saiba Paris não é Portugal antes As ilhas fossem francesas, e mais não digo porque não entende

João Ricardo Vasconcelos disse...

Percebo o optimismo militante e partilho-o de certo modo. E acredita que não gosto de vestir este papel de apontar o dedo a alguém que até não é um profissional da política, que não ganhou imunidade a críticas políticas duras.

Fazemos assim então, é a minha última oferta: em vez de a chamar de vedeta (fica feio, é verdade), passarei a chamá-la "representante da sociedade civil". Mas não abdicarei das aspas, ok? :)

Shyznogud disse...

pasra o último comentador deixo a pergunta: os emigrantes deviam, se bem o entendo, ser portugueses de 2ª neste caso?

Robin dos Bosques disse...

Uma vergonha.

Robin dos Bosques disse...

Por estas e por outras é que a abstenção está a subir e ainda bem, sustentar luxos, beneces e malandros, já chega.

Os professores quando colocados a um extremo do país e da sua residência, por uma causa mais nobre que é a Educação do que fazer politica, têm pagar do ordenado que ganham as viagens, a alimentação, o alojamento e demais despesas, sem nunca saberem quando são colocados junto das casas ou na efectividade, e esta "gente" usa e abusa do dinheiro dos ciontribuintes e demais regalias...

Que pensará o papá desta menina, desculpem deputada, cuja bandeira comunista não se cansa de apregoar, que vê estas vergonhas e cuja filha, usa e abusa das benesses....

Anónimo disse...

"A educação é mais nobre que a política". É o máximo e deve ser emoldurada.

Atena disse...

Permitam-me discordar ... eu até acho bem. Então a vida está tão cara (vejam bem a que preços andam os rolls royces), os ordenados estão baixos, e ainda era a Senhora Mediros que tinha que pagar a viagem para casa. A maior parte dos trabalhadores vai para casa com os passes pagos pelos patrões, portanto acho justo. Era o que faltava que agora não se pudesse morar longe do local de trabalho!

Fernando Paulo disse...

A maxima pode ser muito questionavel, mas o argumento é valido. Eu tambem quero viagens a casa pagas, alias, acho que todos os portugueses deviam ter as viagens a casa pagas. As complicações que se geram por se trabalhar longe de casa nao sao maiores para um deputado do que para um outro qualquer funcionario publico, ja agora para qualquer outro "cidadão deste país".

Tambem me parece simples, se um deputado é eleito por um lugar, deve ser residente nele. Se os circulos eleitorais sao inuteis, que se anulem entao.

Fernando Paulo disse...

se estamos a discutir principios, o principio de um circulo eleitoral será, suponho, a representatividade local. Se, por omissoes da lei, este mecanismo é manipulado pelas contas dos partidos, é outra história.

Anónimo disse...

Peanuts. Vê-se pelos comentadores que aparecem que a política anda pelas ruas da amargura. E é gente alfabetizada, que fará os emi-analfabetos.

Anónimo disse...

Não percebo tanto alarido. Ela tem direito, recebe não é? Por que havia de ser deputada e pagar do bolso dela?
O alarido só se percebe pela moda (de raiz anti-democrática)dos nossos dias de andar sempre contra os políticos. Veja-se a artigo de Helena Matos no Público de há uns tempos contra Inês de Medeiros!!
É claro que podemos imaginar um sistema em que os políticos não ganhem, ou mesmo que paguem, para o serem. Então quem irá para político? Um assalariado certamente que não (salvo se for gestor ou administrador de qualquer coisa). Há muitas maneiras de vedar o acesso da ralé à política.
Ainda por cima a quantia em jogo no caso da depuatda faz rir qualquer sugeito da classe média alta.

Anónimo disse...

Peanuts! É mesmo. Eu cá não quereria ser deputado se tivesse que arcar com as despesas de deslocação...

Unknown disse...

que post mais delicado! só falta pedir desculpa

Cláudia disse...

É vergonhoso que se peça aos portugueses para apertar o cinto, quando uma deputadazinha gasta muito mais numa viagem por semana a Paris que o que eu e muitos portugueses ganhamos num mês... É lamentavel.