A classe política nunca gozou de grande popularidade junto da opinião pública. Mas é nestes momentos de crise, agravados por acordos que abafam distinções políticas, que a sua impopularidade atinge níveis deveras preocupantes. Da vizinha do 2º andar ao taxista, ao senhor do café e à senhora da frutaria, a ideia de que "são todos uns malandros e inúteis" intensifica-se fortemente.
Ontem, ao passar por um carrinho de castanhas na Baixa, ouvi um cliente a dizer ao vendedor: "E veja só aquela escumalha que temos na Assembleia da República?! Era queimá-los todos, esses filhos da p....!" Não é evidentemente representativo, mas julgo que vivemos daqueles momentos em que se sente os pilares da democracia a estremecerem...
(Imagem: Vote 08)
3 comentários:
João acho que estás errado. Infelizmente, acho que é manifestamente representativo. Os comentários que vou ouvindo são os mesmos. E temo que este período resulte em duas situações alternativas: aumento da abstenção para além do razoável ou subida preocupante dos extremos parlamentares (PCP e BE).
Não é raro grandes crises resultarem em caos e no aparecimento de um ditador com a máscara de pôr ordem nas coisas. A democracia na 1.ª república em Portugal acabou assim e se há coisas interessantes na história é que há uma frequente tendência de repetir erros em casos semelhantes.
«os pilares da democracia»?
Que grande anedota!
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