Com quatro ministros e quase metade dos secretários de Estado com o estatuto de independentes, começo por sublinhar uma parte central do título do post: trata-se de um preconceito, i.e., algo que transcende a experiência ou até a explicação racional. Feita a ressalva, que não deve ser sobredimensionada, porquê então este meu pé atrás quanto a independentes em altos cargos políticos? Se calhar por temer dois perfis de independentes que, embora não generalizáveis, são muito típicos neste país:
- A pessoa que não possui de facto qualquer cartão partidário, embora seja detentor de ideias políticas claríssimas e alinhadas com determinado partido. Acresce a este facto a possibilidade de andar na órbita do referido partido há uma série de tempo, mas sem nunca assumir tal pertença ou ligação. Tal pessoa possui assim uma espécie de falta de frontalidade, uma dificuldade grande em correr o risco de assumir às claras um compromisso.
- A pessoa que é independente porque não tem qualquer ligação a partidos ou sequer à actividade política propriamente dita. Considera aliás essa coisa da política como algo secundário, que divide as pessoas em vez de as unir. Possui portanto um pensamento político muito pouco estruturado, o que também não deixa de ser preocupante.
(Imagem: Miller McCune)
1 comentário:
Ahah! Gostei muito desta análise e concordo inteiramente.
Parece-me, aliás, que mais importante do que decidir se fulano (gestor público) é ou não independente, seria mais útil todos os cidadão terem acesso ao seu Curriculum Vitae detalhado. Mas isso sou eu a sonhar alto.
Cumprimentos.
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