terça-feira, 11 de maio de 2010

O Declínio

Em Outubro, logo após o reeleição, a palavra de ordem era o investimento. O investimento é que era. Depois, aos poucos começou a ouvir-se falar ligeirinho sobre o défice. Surge então o PEC, um misto de vontade de investir em grandes obras e de cortar em prestações sociais. Depois os mercados ficaram nervosos. O ataque especulativo colocou a bolsa aos pulos e entenderam alguns que tudo isso se devia à dívida pública. Eis então que já chegamos a um cenário em que se fala em subida do IVA e até em cortes no subsídio de Natal.

Atenção que tudo isto se passou em poucos meses e sem que se percebam muito bem as relações causa-efeito. Uma coisa parece certa: o governo encontra-se à deriva e Sócrates atravessa claramente o seu pior momento. A nível interno no PS, tal fragilidade faz-se sentir como nunca. Tudo indica ter-se entrado num momento de declínio sem retorno.
(Imagem: Tutorials)

4 comentários:

João Galamba disse...

João,

Falar de tudo isto, ignorando decisões ao nível da UE, roça o absurdo. Lendo isto, parece que o melhor teria sido dizer: não sabemos o que vamos fazer; tudo é possível. Faz-se promessas sobre aquilo que se controla. Há duas semanas a UE dizia que este PEC era 'ambicioso, credível' e mais não sei o quê. Agora temos o pacote europeu; a contrapartida foram mais cortes. Eu acho que isto não faz muito sentido, mas olhar para isto tudo e dizer queo governo anda à deriva (quando grande parte do mundo anda à deriva) é uma forma de autarcia intelectual.

Abraço,
Joao Galamba

João Ricardo Vasconcelos disse...

João,

Percebo que, na tua posição, é complicado reconhecer erros cometidos, incoerências e gincanismos. E digo isto sem passar a mão pêlo. É uma evidência e é quase inevitável dadas as responsabilidades que possuis. Estou certo que não concordas com algumas das medidas tomadas (ou em vias de). E sabes que existem alternativas ao rumo assumido (e.g. começar por cortar em cima e não em baixo, apostar no corte ao desperdício e não no corte nas prestações sociais). Disfarçar a possibilidade de rumos alternativos (que não são revolucionários nem nada que se pareça, mas sim uma questão de bom senso)com o argumento da imprevisibilidade do que está a suceder e da implacabilidade da UE parece-me pouco.

Abraço,
JRV

Diogo disse...

Tudo é decidido lá fora. Dos «investimentos» em elefantes brancos até à perda ao subsídio de Natal. Sócrates pouco tem a ver com isto. É apenas uma marioneta nas mãos da Finança Internacional (com um tacho qualquer à espera).

Nuno Martins de Pina disse...

Qual UE qual carapuça!!!Foram as más políticas exercidas dede 1976,tempo do Sr. Medina Carreira,até 2005 quando era ministro das finanças o Sr. Campos e Cunha que a bola de neve engrossou.Agora..?? Agora temos que levar com ela.
Só gostaria de saber o que foram os
dez anões fazêr a Belém. E que raspanete levaram da Branca de Neve se é que levaram!!!