Em democracia, a comunicação é um instrumento central para se fazer política. Assim sendo, embora a proximidade ou mesmo a subjugação da actividade política à comunicação possa ser naturalmente questionada, importa igualmente ter presente uma perspectiva menos maniqueísta desta questão. A comunicação pode ser encarada como um instrumento essencial para dar forma a um conteúdo, a uma ideia, assumindo-se portanto como componente incontornável numa sociedade onde a informação prolifera. Neste sentido, tendo em conta as eleições altamente competitivas que teremos nas próximas semanas, onde as sondagens nunca demonstraram uma descolagem clara do PSD relativamente ao PS, e numa altura em que se tenta reduzir as alternativas políticas a pouco mais de pormenores, a comunicação assume uma preponderância fora de série. É ela que determina como a mensagem chega ao eleitorado. Daí o forte esforço de cada uma das forças políticas para se posicionar bem sobre cada tema que vai surgindo na agenda.
Não existem receitas acabadas sobre como um partido pode vencer no campo da comunicação e marketing político. E a este respeito até podemos deixar para segundo plano as campanhas de rua e os comícios. A comunicação nestes momentos é feita sobretudo pela forma como o partido se posiciona perante a agenda e como consegue também influenciá-la. No fundo, como consegue um partido ficar bem na fotografia, ganhando a opinião pública, mas também a massa crítica da sociedade (comunicação social, opinion makers, etc). Assim sendo, uma entrevista ou um debate televisivo bem sucedido pode valer mais do que 50 comícios. E um bom posicionamento sobre um tema chave da campanha pode valer mais do que 1.000 outdoors.
Como se tem tornado evidente, o PS está de facto a recuperar nas sondagens apesar de estar a tomar as medidas mais austeras das últimas décadas. E tal subida é feita não apenas à custa do eleitorado do centro que está a conseguir conquistar despoletando uma espécie de síndrome de Estocolmo, mas também de um eleitorado mais à esquerda que, por pressão do voto útil ou não, parece disposto a confiar-lhe o seu destino numa perspectiva do mal menor. Parece igualmente evidente que tal se está a dever a uma estratégia de comunicação do PS que está a garantir que Sócrates passe entre os pingos da chuva, não cometendo erros significativos, ao mesmo tempo que os deslizes de comunicação dos seus opositores estão a empurrá-los para trás.
Tal demonstra ainda com maior clareza que será sobretudo nos domínios da comunicação que se jogará o resultado das próximas eleições. Gostemos ou não, mais do que o conteúdo, será sobretudo a forma como o mesmo será apresentado pelos diversos partidos que determinará o sucesso ou insucesso neste pouco mais de um mês que resta até ao grande dia. E parecem não existir pruridos que resistam a esta realidade crua: ou se consegue ganhar nestes domínios, ou então não surgirão surpresas agradáveis a 5 de Junho. É o tudo por tudo e convém que todos estejam cientes e preparados para esta batalha que se joga taco a taco.
Não existem receitas acabadas sobre como um partido pode vencer no campo da comunicação e marketing político. E a este respeito até podemos deixar para segundo plano as campanhas de rua e os comícios. A comunicação nestes momentos é feita sobretudo pela forma como o partido se posiciona perante a agenda e como consegue também influenciá-la. No fundo, como consegue um partido ficar bem na fotografia, ganhando a opinião pública, mas também a massa crítica da sociedade (comunicação social, opinion makers, etc). Assim sendo, uma entrevista ou um debate televisivo bem sucedido pode valer mais do que 50 comícios. E um bom posicionamento sobre um tema chave da campanha pode valer mais do que 1.000 outdoors.
Como se tem tornado evidente, o PS está de facto a recuperar nas sondagens apesar de estar a tomar as medidas mais austeras das últimas décadas. E tal subida é feita não apenas à custa do eleitorado do centro que está a conseguir conquistar despoletando uma espécie de síndrome de Estocolmo, mas também de um eleitorado mais à esquerda que, por pressão do voto útil ou não, parece disposto a confiar-lhe o seu destino numa perspectiva do mal menor. Parece igualmente evidente que tal se está a dever a uma estratégia de comunicação do PS que está a garantir que Sócrates passe entre os pingos da chuva, não cometendo erros significativos, ao mesmo tempo que os deslizes de comunicação dos seus opositores estão a empurrá-los para trás.
Tal demonstra ainda com maior clareza que será sobretudo nos domínios da comunicação que se jogará o resultado das próximas eleições. Gostemos ou não, mais do que o conteúdo, será sobretudo a forma como o mesmo será apresentado pelos diversos partidos que determinará o sucesso ou insucesso neste pouco mais de um mês que resta até ao grande dia. E parecem não existir pruridos que resistam a esta realidade crua: ou se consegue ganhar nestes domínios, ou então não surgirão surpresas agradáveis a 5 de Junho. É o tudo por tudo e convém que todos estejam cientes e preparados para esta batalha que se joga taco a taco.
.
Artigo hoje publicado no Esquerda.net
(Imagem: Steve Whitese)
Sem comentários:
Enviar um comentário