terça-feira, 19 de abril de 2011

Bravo, Paulo

Pode-se achar o senhor politicamente execrável, mas há que dar a mão à palmatória quanto à forma inteligente como o PP tem gerido a sua posição nestas últimas semanas. Quando todos parecem guerrear, o Paulo vem falar de serenidade e responsabilidade. Quando todos apontam culpas mútuas, o Paulo vem falar de olhar para a frente e não chorar sobre o leite derramado. Esta postura consegue ser demagógica e anedótica até, mas não tenhamos dúvidas que pega muito bem numa larga fatia do eleitorado, sobretudo numa altura destas.

A forma como o PP está a gerir as negociações com o FMI também é um bom exemplo de “inteligência eleitoral”. Recebem o FMI, mas preparam um caderno de encargos com as suas posições. E fazem conferência de imprensa a anunciá-lo nos telejornais da hora de almoço.

A eficácia de um líder pode medir-se pela capacidade que tem em fazer valer os pontos de vistas do seu partido na agenda política. Neste sentido, Portas devia ser um caso de estudo. A continuar assim, vai conseguir um ainda melhor resultado do que nas últimas legislativas. E hoje ouvi alguém dizer, com grande probabilidade de razão, que o PP é o único partido que já sabe à partida que fará parte do próximo governo.
(Imagem: Imparcial)

2 comentários:

Pedro Fragoso disse...

Ao contrário do Bloco e do PCP, p.e., que não têm conseguido marcar a agenda política. Arriscam-se a nem chegar aos 13/14% juntos. E, nos tempos que correm, será uma péssima notícia.

Portas é muito inteligente e aproveita todos os deslizes do PSD e Passos Coelho. Com uma boa estratégia de comunicação, rodeou-se de gente capaz e está aí para ir à luta. O CDS, esse sim, pode chegar aos 13/14%. Só não será governo, de facto, se acontecer uma hecatombe. Mas falamos de um político de mais de sete vidas.

Vox disse...

Estratégias... Quem não o conheça que o leve!