Sempre fui daqueles que muda de canal quando ouve aquelas conversas sobre o potencial de Portugal em África, sobre Portugal poder ser uma porta de entrada para o continente africano devido aos laços da lusofonia, entre outras frases feitas. Sempre achei tal discurso não só despropositado, mas também embrenhado de um forte componente de saudosismo dos tempos do império.
No entanto, depois de quase uma semana em Moçambique numa reunião da CPLP, confesso que regressei bastante convertido sobre o tanto que pode ser feito entre os países de língua portuguesa. As possibilidades de cooperação, as oportunidades de investimento, as potencialidades de intercâmbio cultural. Basta lá estar um pouco para tal evidência se tornar clara, acreditem.
Este é um momento em que os escassos recursos exigem uma definição clara de prioridades. Se Portugal tem este forte capital de proximidade com diversos países africanos, se calhar é tempo de aproveitar seriamente tal mais-valia. As diversas partes agradecem.
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