A propaganda em torno da morte do "querido líder" atingiu níveis bizarros. Como se já não bastassem as sessões de choro colectivas nos quatro quantos do país, chegou-se até ao paranormal, com uma ave branca (maior do que uma pomba) a limpar a neve dos ombros de uma estátua de Kim Jong-il ou a forma como o gelo se quebrou num lago onde oficialmente o querido líder nasceu.
Primeira reacção: rir à fartazana com este tipo de disparates. Reacção no segundo seguinte: lamentar que uma sociedade totalitária, ao nível do "1984", ainda subsista nos dias que correm. Reacção no outro segundo: indignar-se, claro, e questionar como o mundo continua a girar apesar do que se passa na Coreia do Norte.
4 comentários:
Por instantes pensei tratar-se de um filme de "A Quinta Dimensão" ao ver o pranto dos norte-coreanos perante a morte de Kim Jong-il. As minha primeiras impressões, nauseadas, chegaram a uma conclusão - o medo, as décadas de isolamento, da ausência da realidade e a repressão provocavam aquele histerismo. Aquele a que estranhamente chamam de "Querido líder" foi responsável pela morte indirecta de milhares cidadãos através da fome, da tortura, da miséria, sacrificados pelo culto imbecil do narcisismo e do apetrecho nuclear que o legado soviético não foi capaz de satisfazer. Esta emulsão de comunismo com o socialismo tem muitos adeptos, por isso proponho que esses visionários passem uns dias nos calorosos campos de concentração norte-coreanos exercitando-se em trabalhos forçados, higienizados com lavagens cerebrais.
“新年愉快”
“新年愉快”
O problema é quando regimes supostamente democráticos também têm este tipo de adoraçäo cega pelos líderes. Tipo pela Europa...
... o discurso da inevitabilidade da austeridade repetido pela cáfila de "economistas" e "comentadores" até à exaustäo näo é também lavagem cerebral?
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