A discussão em torno das contrapartidas que devem existir para a ajuda pública aos bancos tem-se revelado curiosa, nomeadamente do ponto de semântico. O Presidente da República e agora o Banco de Portugal já manifestaram preocupações quanto à entrada do Estado (esse ser malévolo) nos bancos. E porque não colocar as coisas de outra forma? Sendo dinheiro público, dos contribuintes portanto, porque não falar na entrada dos contribuintes nos bancos?
(Imagem: Kings Clothing)
1 comentário:
Porque os termos desta entrada do Estado nos Bancos representam única e exclusivamente a injecção de dinheiro na Banca, sem qualquer contrapartida, sem qualquer poder de gestão, decisão ou participação do Estado que tem de se manter, como sempre, mudo, cego e surdo. Porque não se trata de nacionalizações mas sim de recapitalizações. O Estado, ou seja, os contribuintes, entram com o dinheiro, mas não têm quaisquer dos habituais direitos (ou sequer menos habituais) dos accionistas. Porque se trata na verdade e apenas de DAR dinheiro à Banca. Para que ela possa continuar os seus jogos de especulação, financiado-se a baixo custo (ou mesmo a custo zero, neste caso) para emprestar de novo depois, às Empresas, ao Estado ou contribuintes a juros exorbitantes.
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