Já nos fomos habituando às malabarices de Alberto João. Não conseguimos passar um ou dois meses sem que sejamos bombardeados com mais uma declaração polémica, mais uma figura menos própria ou mais uma noticia de uso pouco ortodoxo do poder pelo presidente do Governo Regional da Madeira. ..
Se tentarmos olhar para trás, concerteza temos dificuldade em recordarmo-nos de algum líder político com quem o Alberto João não tenha gerado conflitos. No tempo de Soares, era com Soares. No tempo de Guterres, era com Guterres. No tempo de Sampaio, era com Sampaio. No tempo de Durão e Santana, era com Durão e Santana. No tempo de Sócrates e Caváco, é concerteza com Sócrates e Cavaco. E podiamos continuar aqui eternamente, enumerando líderes partidários, deputados, etc, etc.
Curioso é verificar que, passados tantos e tantos anos, não me consigo recordar de um só deste líderes que tenha feito frente a Alberto João. Ou seja, não me recordo de um só líder que tenha retirado as consequências necessárias dos actos do governante madeirense. Nem mesmo quando é manifesta a falta de ética política ou a falta da necessária postura democrática de um representante de uma região autónoma.
Desta vez fomos surpreendidos com a demissão de Jardim e seu anúncio imediato de recandidatura ao Governo Regional. Desta fez não foi apenas mais uma declaração polémica ou uma figura menos própria. Embora actuando de acordo com as regras do sistema político, Jardim provocou, sem qualquer pudor, a antecipação de eleições regionais com o único propósito do confronto e consequente legitimação política.
Será que podemos esperar que Cavaco dê, no minimo, uma reprimenda ao governante madeirense por tal acto? Apesar da gravidade da situação, tenho muitas (mas mesmo muitas) dúvidas que tal aconteça. Mais uma vez, temo que mais esta clara afronta do governante madeirense passe em claro.
O que terá o senhor da Madeira de fazer ainda para que alguma instituição política deste país lhe atribua as devidas consequências dos seus actos?