quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Filibuster - Novo Blogue


Eis um blogue que vale a pena manter debaixo de olho: http://filibuster.blogs.sapo.pt/ Apesar de se considerar que a época dourada dos blogues já passou, é com particular agrado que vejo surgir estes novos projetos blogosféricos.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O perigoso Calimero Angolano

Um editorial do Jornal de Angola vem agora defender o fim dos investimentos daquele país em Portugal, argumentando com o ataque cerrado de que são alvo os empresários angolanos na imprensa nacional. Como é evidente, não há como negar que existe, perante o farto investimento angolano, um certo sentimento de potência decadente e agora dominada por aqueles que antes dominou. Um sentimento que roça mesmo a xenofobia e até racismo, incomodado pelos bimbos podres de ricos de Luanda que aqui vão gastando o seu dinheiro. Não haja dúvidas a este respeito.

Mas é igualmente evidente que generalização do referido sentimento a qualquer crítica que venha de Portugal é um comportamento típico de um regime habituado a mandar nas opiniões. Sobretudo quando tal comportamento reveste a forma de editorial num jornal do regime. Com este comportamento de perigoso Calimero, o Jornal de Angola consegue assim, mais uma vez, dar um triste sinal dos ventos que permanecem naquele grande país.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Bife a Cavalo



E de repente parece que a carne de cavalo estava em todo o lado. Até na indústria transformadora nacional. Será que alguma vez alguém enterrou um cavalo? E, mais importante do que tudo, será que alguém tem hoje coragem para pedir um bife a cavalo no restaurante da esquina?

Grândola no Telemóvel


Neste próximos tempos, sempre que o meu telemóvel tocar, Grândola para toda a gente! Uma boa forma de relembrar o 2 de Março. Música disponível aqui. Descarrega, coloca no teu telemóvel e envia para um amigo também.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

You Fucking Fuck


Quando vejo as caras do costume do comentário político nacional a continuarem a prescrever as receitas loucas que nos trouxeram ao estado atual , não consigo evitar pensar no gransioso Scarface...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O mais duro insulto feito em democracia


Enquanto o ministro refugiava-se dos estudantes, ouve-se a voz de uma miúda (com idade certamente para ser sua filha) a dizer: "VAI ESTUDAR!". Muuuuito poderoso...
(Imagem: Governo.gov.pt)

Está na hora



Por todo o país, milhares de pessoas saíram à rua neste sábado para pedir o fim das presentes políticas. De norte a sul, passando também pelas regiões autónomas, exigiu-se o fim do pesadelo em que o país está mergulhado. E até em Ponta Delgada, cerca de 200 pessoas vieram para a rua mostrar a sua indignação. Um dos slogans mais ouvidos em todas estas manifestações foi nem mais nem menos do que “Está na hora do Governo se ir embora”. E apesar deste slogan não ser novidade durante o último ano neste tipo de manifestações, são já os setores mais insuspeitos a defendê-lo sem rodeios. Atingiu-se portanto um ponto de saturação sem retorno. 

É aliás este grande ponto de viragem que nos permite antecipar o toque de finados do atual Governo. Quando o eleitorado começa a pedir abertamente eleições e as sondagens assim o apontam, não há dinâmica governativa que resista. E é isso que tem vindo a a acontecer progressivamente. Numa primeira fase, a queda antecipada do governo foi sendo assumida sobretudo por comentadores e outros líderes de opinião, mesmo que do mesmo quadrante político do Governo. Tal aconteceu sobretudo a partir de Setembro com a questão da Taxa Social Única e com o assumir que os cortes nos subsídios chegariam em 2013 aos trabalhadores do privado. A grande manifestação nacional de 15 de Setembro foi o grande ponto de viragem a este respeito, começando então a ser abertamente pedida a queda do Governo. De então para cá, com maior o menor intensidade, a popularidade do Executivo tem diminuído a olhos vistos. 

Mas para que a grande maioria do eleitorado apoie convictamente a queda do Governo, duas condições são determinantes. Em primeiro lugar, o custo-benefício da mudança. Ou seja, sempre que há uma alteração governativa, o impacto da mesma faz-se naturalmente sentir no aparelho público, com mudanças de titularidades de cargos, mudanças de estratégias, projetos em stand by, entre outros inconvenientes. São períodos em que a Administração Pública abranda por ausência de definições. Atualmente, mesmo tendo em conta o inconveniente económico que uma nova mudança de governo pode trazer, grande parte do eleitorado está já mais ou menos convencido que tal mudança é preferível à manutenção do atual rumo, cujos resultados estão à vista.

Em segundo lugar, e mais importante do que a questão acima, encontra-se a existência ou não de uma perspetiva clara sobre quem pode substituir o atual Governo. Ou seja, qual a alternativa e quem pode corporizar a referida alternativa? Neste aspeto, as perspetivas ainda não parecem assim tão claras, pelo menos a julgar pelas diversas sondagens existentes. Como é sabido, António José Seguro está longe de ser a figura com o carisma necessário que lhe permita assumir-se como a grande alternativa à governação atual. E a novela recente que proporcionou com António Costa veio com certeza acentuar o referido sentimento. Ou seja, a liderança do maior partido da oposição ainda não consegue convencer a maioria dos portugueses.

Não estão ainda reunidas todas as condições para que a queda do Governo tenha já uma data marcada. É um facto. Mas, como é sabido, o fenómeno político está longe de ser uma ciência exata. Estranho seria portanto que algo apenas sucedesse quando estivessem reunidas todas as condições para o efeito. Sabemos que o Governo vai cair, só não sabemos quando. Sabemos que as pessoas começam a querer abertamente que o governo caia, só não têm ainda uma alternativa clara que mobilize o seu apoio. Sabemos que “está na hora”, falta apenas preparar o “ir embora”.

Artigo hoje publicado no Açoriano Oriental
(Imagem: SIC Notícias)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Boa jogada...


Há que dar a mão à palmatória: a escolha de Portas para elaborar o "documento guia" para a reforma do Estado é uma boa jogada. Passos consegue assim, por um lado, colocar uma importante responsabilidade nos braços de Portas. Ou seja, uma boa forma de trazer de volta o seu algo insatisfeito parceiro de coligação. Por outro lado, ao fazê-lo, Passos está a abrir a possibilidade para que o ajustamento se faça com uma tónica menos liberal, mais ao estilo CDS, com um suposto rosto mais humano.
(Imagem: Psicolaranja)

A Corrida aos 20%


Ficámos na quarta-feira a saber que o desemprego atingiu 923 mil pessoas no último trimestre de 2012. Segundo o INE, atingiu o patamar dos 16,9%. Ou seja, a economia perdeu nada mais nada menos do que 200 mil empregos num ano. Em termos anuais, quando comparados 2011 e 2012, Portugal teve um aumento de desemprego na ordem dos 21%. Ficámos também a saber que que Algarve e Madeira estão já com 19,7% de desempregados e em Lisboa os números atingem os 18,7%.

E se os números das regiões mais afetadas demonstram que a corrida aos 20% de desemprego a nível nacional está ao rubro, Passos Coelho lá vai informando que tudo está “razoavelmente” de acordo com as previsões e que este aumento “é normal”.Acrescentemos a toda esta normalidade que apenas 43% dos afetados recebem prestações de desemprego e ficamos com uma triste ideia da calamidade em curso. Acrescentemos também que os dados oficiais conseguem sempre mitigar uma realidade mais dura e percebemos que o que já parece terrível é na verdade ainda pior.

E não é necessário ser-se uma “Maya” da política para se saber qual a linha discursiva que virá da direita política no poder: “Estamos surpresos, mas... O desemprego é um dos problemas do atual ajustamento, mas... Temos de intensificar o ajustamento em nome da competitividade da nossa economia.” A história repete-se constantemente. O cenário de calamidade economico-social em que estamos era previsível há muito. E os esquerdistas, os radicais líricos do costume, por acaso alertaram para ele assim que todo este processo começou: uma contração brusca na despesa do Estado e no poder de compra dos portugueses originaria um ciclo recessivo catastrófico.

Os resultados estão à vista. E o próximo grande passo na corrida aos 20% está já à porta: o corte dos quatro mil milhões. Esta semana, a este propósito, alguém me dizia um “seja o que Deus quiser...”. Corrijo para: seja o que nós quisermos.

Artigo publicano na sexta-feira no Esquerda.net
(Imagem: Eat Run Read)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

E o título do dia é....


Da sanidade mental ao brejeiro-cosmopolitismo


O post de Francisco José Viegas deixa-nos duas conclusões:

  • Pois... Os motivos de saúde invocados para sair do Governo estão bem à vista neste seu post. Com certeza, um abandono provocado por uma questão de "sanidade mental" contra algumas das orientações do Governo...;
  • "Tomar no cu"? Que raio de expressão é esta, hein? Ah e tal, sou cosmopolita até quando mando outros levar na peida.
(Imagem: Notas verbais)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A realidade, sem merdas...


"...taxa de desemprego pulou para os 16,9% no último trimestre de 2012, valor que compara com os 14% apurados no final de 2011 (...) A população empregada continuou a cair e está no nível mais baixo dos últimos 20 anos.(...) Em termos anuais, a população desempregada foi de 860 mil pessoas, tendo aumentado 21,8% em relação a 2011". in Público

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Vencer a Crise com o Estado Social - Convocatória


Encontra-se já aberta à subscrição de todos os interessados a convocatória da conferência "Vencer a Crise com o Estado Social e com a Democracia". Esta nova iniciativa do Congresso Democrático das Alternativas realizar-se-á em Lisboa no próximo dia 11 de Maio.

António (Vitorino) Costa


E pela segunda vez em pouco tempo, a montanha pariu um rato. António Costa voltou a hesitar, voltou a deixar as hordes de apoiantes sem jeito e voltou até a deixar desconcertada uma grande fatia do eleitorado do PS que, não sendo tonto, sabe perfeitamente que isto com Seguro não vai lá. É certo que a memória das pessoas é curta, é certo que o que hoje se diz com certeza em política, amanhã pode ser perfeitamente alterado por uma qualquer gota de água. 

Ou seja, se Costa daqui a uns tempos voltar atrás com o que ontem disse, continuará a ter uma maioria de apoiantes que o acolherão de braços abertos. Não haja dúvidas a este respeito. No entanto, o que conseguiu por agora foi nem mais nem menos do que tornar-se no novo António Vitorino deste PS. Ou seja, alguém que, mesmo tendo tudo e todos a clamar por ele e a estender-lhe uma passadeira vermelha, hesita, desconversa, finge que não é nada com ele. Esta sua atitute deixou-nos pelo menos com uma certeza: não é com certamente este o perfil que o país procura e precisa neste momento.

Tweet do dia


RT @tbribeiro: Se fosse autarca do PSD, o Papa anunciava agora candidatura a Dalai Lama.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Já nas bancas

Resumo da edição aqui

Food for the Soul

Sabe sempre muito bem voltar a estes clássicos. 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O inSeguro Costa




O episódio que Seguro e Costa nos proporcionaram na semana passada foi um triste exemplo do nervosismo e calculismo que neste momento alastra no maior partido da oposição. Depois de dias a fio sem o negar, depois de ter seguidores nos quatro cantos a manifestar-lhe abertamente o seu apoio, depois até de uma conveniente fuga de informação para o Expresso pouco tempo antes da grande reunião no Rato, António Costa afinal não quer desafiar a liderança de Seguro. Apenas quer a unidade do PS neste momento tão importante para o país. Tudo não passou de um terrível mal-entendido...

Mas o que se passou, e está a passar no PS, não é evidentemente nada de novo ou sequer minimamente surpreendente. Os partidos, sobretudo os que rotativamente atingem o poder, funcionam como organismos que se comportam com base no meio que os envolve. Se sentem que o poder está próximo, não conseguem disfarçar o nervosismo interno e inicia-se quase inevitavelmente a luta de posicionamentos internos. Procura-se, no fundo, estar no sítio certo para que, quando o poder cair, se possa lá estar para o apanhar. O que agora se passa com António Costa e todo o vasto movimento interno que o apoia enquadra-se nisso mesmo. Se até agora, um conjunto amplo de personalidades do PS se mantinha mais ou menos recatado, apesar da pouca simpatia por Seguro, com a percepção de que o fim do presente Executivo pode estar próximo, a atitude mudou radicalmente.

E apesar desta investida poder ser considerada um pouco desleal, a verdade é que António Costa tem razões para estar otimista. Seguro está muito longe de ser o líder carismático que o seu partido procura. Como solução surgida imediatamente após a saída de Sócrates, esperava-se que atravessasse o deserto e conseguisse conduzir o partido nesta fase. Não mais do que isso. Mesmo junto de muitos dos rostos que o apoiaram numa primeira fase, Seguro era visto como um líder para queimar. Pelo contrário, António Costa é encarado por inúmeros setores como o grande trunfo que o PS jogará no momento certo. Como a grande reserva que o partido mantém cuidadosamente na forma até que surjam expetativas claras de mudança. Esse momento chegou. E surgiu muito mais depressa do que se poderia imaginar.

Neste contexto, acho difícil o PS conseguir encontrar um candidato a primeiro-ministro tão forte quanto António Costa. O seu percurso, os seus posicionamentos e os setores que consegue mobilizar tornam-no no líder com o capital eleitoral que o PS procura neste momento. Julgo existirem poucas dúvidas a este respeito. E o perfil de António Costa é bom até para conseguir fazer pontes à esquerda do PS. As sensibilidades que conseguiu reunir à sua volta na Câmara de Lisboa e o capital de simpatia que consegue obter no eleitorado socialista que se posiciona mais à esquerda são mais valias suas difíceis de menosprezar.

Curiosamente, o episódio da semana passada conseguiu beslicar fortemente a popularidade de Costa em alguns setores. Até na comunicação social, nos comentadores da praça que lhe são mais favoráveis, se sentiu tal incómodo. O país ficou a conhecer um presidente da Càmara de Lisboa hesitante, caraterística que lhe é apontada noutros domínios também. E sobretudo numa altura onde se pede determinação, coragem para os embates em todas as frentes, Costa saiu manifestamente mal da fotografia. A memória do povo (ou deverei dizer da comunicação social) é curta, é um facto. E se Costa avançar a muito curto prazo, como tudo leva a crer que aconteça, este episódio cairá rapidamente nos domínios da irrelevância. De qualquer modo, convém que não pregue muitas partidas destas. De inSeguros está o país farto.

Artigo hoje publicado no Açoriano Oriental

Vencer a Crise com o Estado Social - Apresentação Pública


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Crescemos juntos, esse foi o problema



É só a mim que causa comichão estas mega-campanhas do Banco BIC, esse grandioso projeto de angolano-miramaralês que ficou na história pela fabuloso negócio de adquisção do BPN? Um bocadinho de vergonha não lhes ficava mal...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Let's look at the Trailler




Para além da natural preocupação como todos aqueles que perderam o seu trabalho, e do empobrecimento cultural que o referido passo significa para diversas cidades do país, o encerramento das 49 salas de cinema Castello Lopes leva-nos a questionar se tal é o prenúncio do fim de um tempo. O tempo dourado das salas de cinema, em que íamos alegremente ver filmes em grandes ecrãs conjuntamente com algumas dezenas de pessoas, numa sala escura com a natural magia associada. Depois dos videoclubes, parece ter chegado a vez dos cinemas não resistirem às novas formas de consumo de filmes, hoje alegremente descarregados em casa através dos serviços do operador de TV Cabo ou do programa de partilha de ficheiros lá de casa.

Sim, acho que faço parte daquela tribo cada vez maior que gosta de experimentar o último gadget, a última funcionalidade, o último novo serviço. Chega a ser infantil, mas é um vício difícil de contrariar. Daqueles que olha com limitada nostalgia os velhos hábitos de consumo e abraça desalmadamente as maravilhas dos amanhãs que parecem estar aí ao virar da esquina. Há uns anos, era um ritual saboroso comprar o jornal de manhã no quiosque da esquina e levá-lo a ler no autocarro. Hoje, o meu ritual santo é descarregar o jornal para o smartphone e levá-lo a ler no metro. Há uns anos, era um ritual ir comprar o CD da última grande novidade que tinha visto na MTV. Hoje o ritual pode ser descarregar o álbum que ouvi e gostei de manhã na rádio.

Os tempos mudam, os rituais mudam e o simbolismo é aquele que quisermos atribuir a cada ato. Não é por isso a nostalgia de um eventual fim de um tempo que nos deve tirar o sono, mas sim as dinâmicas que envolvem o que agora se está a passar. Por um lado, a famigerada crise que conseguiu criar ainda mais dificuldades aos setores da cultura. As pessoas têm de contrair o seu consumo e fazem-no prescindindo do que lhes parece menos crítico. Infelizmente, as salas de cinema é apenas mais um dos setores que está a sofrer com tal dinâmica. Por outro lado, os encerramentos de salas de cinema e a ainda maior concentração do mercado de cinema em Portugal num único operador deve gerar, no mínimo, um sério desconforto. A diminuição da diversidade dos filmes que são expostos e o quanto tal pode limitar o acesso à cultura pelos cidadãos não pode ser encarado como um mero pormenor.

Parece-me que estão-nos já a ser mostrados os trailers de dois filmes distintos: ou se consegue alguma intervenção pública para equilibrar o setor da exibição de filmes em Portugal ou então o mercado já escolheu o caminho que pretende prosseguir. Será esta uma oportunidade para as entidades públicas locais assumirem a responsabilidade de impulsionar a exibição de cinema na sua localidade? Se assim fosse, critérios que não a simples receita comercial poderiam voltar a vingar. Se calhar abrir-se-ia até a possibilidade de recuperar as dinâmicas de acesso a cinema diversificado que aos poucos desapareceram com o encerramento de salas independentes nos últimos anos. Porque não?

Já temos acesso aos traillers. Resta-nos escolher o filme que queremos ver.

Artigo hoje publicado no Esquerda.net