sexta-feira, 26 de junho de 2015
Ops... Afinal esta Maioria pode Ficar
As últimas sondagens já vinham anunciando a aproximação cada vez maior
entre a actual maioria e o PS. A margem, que nunca foi grande, foi diminuindo
mês após mês sob o olhar atento de todos. E eis que, a menos de quatro meses
das eleições, temos a primeira grande sondagem onde se verifica mesmo uma
ultrapassagem do PS pela coligação PSD/CDS. Com uma diferença mínima, é certo,
e dentro das margens de erro das sondagens, sem dúvida. Mas uma demonstração
clara que a perspectiva de mudança nas próximas eleições deixou de ser uma
certeza. Pelo contrário, chegámos ao momento em que a referida mudança começa a
ser algo tão provável como a manutenção da actual maioria.
No meio deste cenário, os primeiros olhares debruçam-se naturalmente
no PS. Não só não estão a conseguir descolar nas sondagens, como começam a dar
alguns sinais de serem ultrapassados pelo PSD/CDS. E tal torna-se
particularmente relevante quando António Costa sustentou a sua candidatura à
liderança do PS após o seu antecessor vencer as Europeias, mas com um resultado
que “soube a pouco”. Ou seja, assente no argumento de que António José Seguro
não conseguia, apesar de um contexto de amplo descontentamento na opinião
pública, fazer com que o PS descolasse nas sondagens. Costa depara-se agora com
um cenário igualmente intrigante ao vivido pelo seu antecessor. E parece que
não existe carisma, estado de graça ou empatia com a comunicação social que
valha ao líder socialista no momento actual.
Mas a actual sondagem continua a não dar razões de festejo para a
esquerda à esquerda do PS. O PCP mantém o score na casa dos 10%, sendo sim a
verdadeira novidade uma subida abrupta do Bloco de Esquerda (passa de 4% para
8%). Candidaturas como o LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR mantêm valores na casa dos 2%,
à semelhança do que tem acontecido nos últimos meses. A confirmar-se a real
duplicação das intenções de voto no Bloco, temos uma esquerda na casa dos 20%.
Mas tal duplicação carece ainda de alguma sustentação em próximas sondagens.
Tendo em conta o presente cenário, a pergunta da ordem do dia
formula-se mais ou menos desta maneira: “Como é possível que, após anos de
austeridade, anos de subida do desemprego e de diminuição dos salários, anos de
recordes de emigração, anos de diminuição dos direitos em todas as frentes…
Como é possível que o eleitorado não deseje de forma mais clara a mudança”?
Estaremos perante uma espécie de síndrome de Estocolmo, em que a vítima
estabelece, apesar de tudo, uma ligação sentimental positiva com o agressor?
O desgaste de imagem de António Costa e o fantasma Sócrates (a sua
prisão, mas sobretudo a recordação da sua governação) são assumidos por alguns
sectores como os principais motivos dos atuais resultados. Por outro lado, o
que se está a passar na Grécia e, sobretudo, o que nos chega pela comunicação
social sobre a crise grega gera um efeito conservador no eleitorado. O discurso
do “nós não somos a Grécia” regressou em força. No fundo, começa a instalar-se em
força a ideia que nós fizemos sacrifícios (e os Gregos, não), por isso não
devemos deitar tudo a perder.
Vasco Púlido Valente, na sua crónica no Público do passado Domingo,
apresenta ainda uma outra justificação. Comparando com o que sucedeu com
determinados povos em dados momentos históricos, os Portugueses habituaram-se
ao presente quadro. Ou seja, vivem uma situação objectivamente má, reconhecem
os erros e a incompetência de quem os governa, mas temem sobretudo uma qualquer
mudança de quadro. Habituaram-se a este referencial e não querem passar por novas
incertezas.
As sondagens valem o que valem e esta é só mais uma. De qualquer modo,
julgo que hoje já ninguém consegue negar a tendência de clara aproximação entre
o PS e o PSD/CDS, com a consequente indefinição sobre o que se passará nas
legislativas de Outubro. Até lá, valerá com certeza a velha máxima de “as
eleições não se ganham, perdem”. Ou seja, ganhará as eleições quem cometer
menos erros.
Artigo publicado terça-feira no Açoriano Oriental
terça-feira, 9 de junho de 2015
E se os Açorianos decidissem os seus candidatos?
Pela primeira vez na democracia portuguesa, os cidadãos serão
responsáveis por escolher e ordenar listas de candidatos a deputados. E o
referido processo está já em curso para as Legislativas de 2015. No quadro de
uma iniciativa particularmente arrojada, a candidatura cidadã LIVRE/TEMPO DE
AVANÇAR (www.tempodesavancar.net) garante
que qualquer cidadão possa ser candidato nas eleições primárias para a escolha
dos candidatos à Assembleia da República. E o carácter inovador do processo não
se fica por aqui. Qualquer cidadão pode depois escolher e ordenar os diversos
candidatos, resultando as listas a apresentar à Assembleia da República deste
processo de democracia participativa. Pela primeira vez na história da
democracia portuguesa, a escolha e ordenação dos candidatos não competirá a uma
direcção partidária.
Conhecemos o diagnóstico há muito. Os cidadãos estão afastados da
política e não se revêem nos partidos políticos. Consideram que os partidos são
máquinas de conquista de poder e de distribuição de benesses que estão
afastadas dos verdadeiros interesses da sociedade civil. Os cidadãos sentem-se,
por isso, mal representados. Aliás, não sabem quem são os seus representantes,
nomeadamente na Assembleia da República, e questionam-se deste modo sobre a
utilidade do modelo de representação actualmente existente.
O diagnóstico acima é assumidamente simplista. Destaca a questão da
representação e o afastamento entre eleitos e eleitores como um dos grandes
pontos críticos da democracia actual. Existem outros problemas na nossa
democracia, como é evidente. Demasiados, aliás. Mas é hoje indiscutível que a
representação é uma das questões centrais e as soluções para minimizar este
problema são inúmeras. O convite a independentes para integrar as listas, a
eleição do líder em primárias abertas à sociedade civil, entre outras. Sendo
todas as soluções naturalmente meritórias, a possibilidade das listas de
candidatos serem escolhidas e ordenadas pelos cidadãos eleva a vontade de
abertura e de participação dos cidadãos a um novo patamar de democracia.
Como resultado de um amplo processo de mobilização, cerca de 400
cidadãos em todo o país decidiram avançar e apresentar-se como candidatos nas
primárias do LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR. Alguns com experiência política, outros
com experiência de participação em movimentos cívicos e outros ainda movidos
pela importante simples vontade de participar. Nos Açores, 14 cidadãos
apresentaram-se como candidatos e estão disponíveis para representar a região
na Assembleia da República. Mulheres e homens com vontade de fazer diferente,
que entendem que este é o momento de avançar e participar num processo deveras
inovador na democracia Portuguesa
Eu sou um dos referidos
candidatos. E dou este passo em frente porque sempre entendi a política como a
materialização de uma cidadania que se quer ativa e interventiva. Porque
vivemos um momento em que os impasses à esquerda têm de ser ultrapassados. E
porque temos de deixar cair o tabu da vontade de governar, ao mesmo tempo que
mantemos a exigência com os principais pilares da esquerda: educação, saúde e
segurança social públicas. Espero contribuir para demonstrar que a alternativa
existe, tomando em mãos a responsabilidade de desenvolver pontes e tornar
possível a aplicação de um programa de um governo de esquerda em Portugal.
Compete agora a qualquer açoriano interessado participar neste
processo de escolha e ordenamento dos candidatos do LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR. E
pode fazê-lo até o dia 14 de Julho, inscrevendo-se em www.tempodeavancar.net e votando
depois electronicamente no dia 20 ou 21 de Junho. Estou (e estamos) nas suas
mãos.
Artigo hoje publicado no Açoriano Oriental
Etiquetas:
Primárias Tempo de Avançar
quinta-feira, 4 de junho de 2015
Avancei (e agora estou nas tuas mãos)
Sempre assumi que a democracia deve ser vivida todos os dias. Que a participação se faz participando. E que, se queremos mudar algo na escola, no trabalho ou no país, devemos arregaçar as mangas e fazer por isso. Simples, não? Sozinhos não conseguimos mudar o mundo. Mas se fizermos a nossa parte, se entregarmos o que conseguimos e o que achamos que devemos entregar, já estamos a ser verdadeiros revolucionários.
Sou candidato nas primárias da Candidatura Cidadã LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR (www.tempodeavancar.net) porque tenho a certeza que o país necessita de facto de uma alternativa. Porque não basta criticar sem querer assumir responsabilidades governativas. E porque estou certo que o virar o disco e tocar o mesmo do PS e PSD foi precisamente o que nos trouxe até aqui.
Quero ajudar a mudar o disco. Sei que posso ajudar a fazer diferente.
A apresentação da minha candidatura e as áreas preferenciais de intervenção podem ser consultadas aqui. Utilizarei o Ativismo de Sofá (Blogue e Facebook) como plataformas de comunicação desta candidatura.
Tratando-se de um processo de primárias para selecção dos candidatos a deputados à Assembleia da República, necessito do apoio de todos os que acham que o meu contributo será válido. Preciso mesmo que se inscrevam aqui até ao dia 12 de Junho e votem a 20 ou a 21 de Junho.
Conto contigo!
Etiquetas:
Primárias Tempo de Avançar
Subscrever:
Mensagens (Atom)