quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O CDS-PP e os Círculos do Poder

Paulo Ferreira escreve hoje no Público sobre os numerosos casos duvidosos que surgiram na sequência curta passagem do CDS-PP pelo Governo. A crónica reflecte bem a problemática das “tentações” no exercício do poder político.

Desde o caso do Casino de Lisboa, até ao famigerado Portucale, e passando até pelas famosas 62 mil fotocópias de Portas antes de sair do Executivo, a estadia de apenas 3 anos no exercício do poder fez com que sobre o CDS se acumulem casos de justiça ainda não esclarecidos. Como escreve o sub-director do Público, o partido de Portas junta-se ao PS e PSD nestes domínios.

Eis uma ilustração de como o poder corrompe. E pior do que isso, a fraca rotatividade no seu exercício gera facilmente situações de cartelização e de consentimentos mútuos de irregularidades. À medida que as principais forças políticas acumulam telhados de vidros, a sua capacidade de fiscalização mútua desvanece-se. A democracia sai seriamente penalizada…

3 comentários:

Anónimo disse...

Exactamente para que isso não acontecer a CRP previ vários orgãos de soberania e o principio da separação dos poderes.Um dos aspectos mais preocupantes e que poem em causa o exercicio da democracia é a situação em que se encontra a justiça.Contudo as tentativas de controle dos orgãos judiciais,dito pelos próprios,é muito perigosa

João Ricardo Vasconcelos disse...

Claro, sem dúvida. Mas a controlo mútuo das diversas políticas também constitui um mecanismo central em democracia. Quando tal controlo é ameaçado, a democracia sai fragilizada.

Rui Rebelo Gamboa disse...

A rotatividade é, de facto, essencial, na democracia do poder político. Com efeito, basta assistir por breves momentos aos debates mensais no parlamento, para se comprovar a situação de "telhados de vidro", pois qualquer pergunta mais incoómoda dirigida ao 1º min, por parte das bancadas PSD e CDS, leva logo com a resposta "quem são vocês para perguntar, se no vosso tempo fizeram pior?"