terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Timor, Atentados e Cultura Democrática

Os atentados ontem verificados demonstram bem a juventude da democracia timorense. O respeito pleno pelo estado de direito, a não-utilização da violência política e o acordo com o jogo democrático são valores ainda em estado jovem de amadurecimento.

Felizmente, parece que tudo não passou de um grande susto. Os rebeldes foram contidos e Ramos Horta parece estar fora de perigo. De qualquer modo, transpareceram novamente as ameaças que a jovem democracia timorense ainda enfrenta. A estabilidade democrática não é ainda algo totalmente adquirido. E é natural que assim o seja.

No entanto, um facto importantíssimo a assinalar: o imediato repúdio dos mais altos responsáveis da Fretilin perante o sucedido. Demonstra-se assim que, apesar de tudo, as principais forças políticas timorenses, incluindo a oposição, estão sintonizadas no respeito pelo jogo democrático. Tal constitui-se, por si só, como mais uma importante vitória na edificação da cultura democrática timorense.

2 comentários:

Anónimo disse...

"Os atentados ontem verificados demonstram bem a juventude da democracia timorense. O respeito pleno pelo estado de direito, a não-utilização da violência política e o acordo com o jogo democrático são valores ainda em estado jovem de amadurecimento."
Será paternalismo ou arrogância? Como são esses valores num continente que ainda há pouco tempo provocou duas gurerras mundiais? E que tem um passado de guerras quase constantes...

João Ricardo Vasconcelos disse...

Meu caro anónimo, não considero a frase paternalista ou arrogante, mas claro que deixo à consideração a sua adjectivação.

Os valores democráticos não são inerentes aos seres humanos. Ninguém nasce com eles. São criações sociais. Como tal, exigem aprendizagem, interiorização, amadurecimento.

Será arrogante ou paternalista afirmar-se que em sociedades com menor experiência democrática existe uma maior probabilidade de surgirem fenómenos de violência política?