terça-feira, 6 de outubro de 2015

5 notas sobre as Eleições


1 - As expectativas baixas podem ser um poderoso aliado
Partir para algo com baixas expectativas pode ser desmobilizador para as hostes. Mas se tudo for gerido de forma meticulosa, como de facto aconteceu com o PSD/CDS, evitando todo e qualquer erro, aos poucos pode rapidamente criar-se uma dinâmica poderosa. A ausência de favoritismo diminui a pressão. Para além disso, o "povo" simpatiza com reviravoltas e estas tornam a coisa muito mais interessante para a comunicação social.

2 - As eleições não se ganham. Perdem-se
E foi de facto isto que aconteceu ao PS. Os erros sucederam-se ao ponto de se ver envolvido numa espiral que já não se conseguiu livrar. O que era uma autêntica passadeira transformou-se aos poucos, e sem que o próprio percebesse, num caminho onde as espectativas elevadas foram minando cada passo. O "povo" e os media gostam de ver um Golias cair. 

3 - Surpresa
O Bloco foi, sem dúvida, a surpresa da noite. Mesmo as perspectivas mais positivas não faziam antever uma subida tão vertiginosa. Beneficiou de um eleitorado que não gostou de ver o PS a hesitar. Mereceu o resultado porque Catarina Martins não falhou e surpreendeu até nos momentos chave.

4 - Diz que é uma espécie de "sustentabilidade"
Apesar do PCP ter subido na votação, soube a pouco quando comparado com o Bloco. De qualquer modo, importa ter presente que o votante comunista é muito menos volátil do que a fatia do eleitorado que agora flutuou para o Bloco. 

5 - Os outros
Por mais engraçados, sérios ou inteligentes que possam ser, o campeonato dos outros é um campeonato diferente. Sem meios e, sobretudo, com uma cobertura mediática à parte, têm de correr por fora. As regras são outras.

¨*Dedicarei o próximo post ao resultado do  LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR.

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