quinta-feira, 26 de julho de 2007

O Aborto da Madeira

Finalmente começaram a ver-se algumas reacções ao que se está a passar na Madeira. Depois de Cavaco, Sócrates já reagiu. Marques Mendes e Portas também. É impressionante como algo aparentemente tão óbvio mereceu análises tão diversas. É impressionante como o fenómeno Jardim consegue continuar a fazer estragos, sem que por isso seja minimamente responsabilizado.

Sócrates considerou ontem inadmissível que a lei não esteja a ser cumprida na Madeira. Foi importante o seu depoimento, mas não terá quaisquer consequências políticas para além da resposta que já lhe foi dada por Alberto João: “Quem tem obsessão pela Madeira, deve tratar-se”. Previsível...

Cavaco Silva foi, no entanto, o primeiro a reagir. Ficamos a saber que um órgão de soberania cujos governos das regiões autónomas dependem politicamente considera que o problema deverá ser resolvido nos tribunais… Marques Mendes e Portas apanharam hoje a boleia do Presidente da República. Podem não gostar de Alberto João, podem até ter dúvidas quanto aos seus argumentos mas, tendo em conta o exemplo dado por Cavaco Silva, o melhor mesmo é não falar muito sobre esta questão.

Apesar da sua forma básica e populista de fazer política, o fenómeno Jardim consegue mesmo assim ter estes efeitos tão diversos. E ninguém pretende enfrentá-lo até às últimas consequências. Prefere-se assim esperar comodamente, e à distância, que o fenómeno acabe por desaparecer um dia…

O problema é que até lá ele parece continuar a querer fazer estragos. Tornou-se há muito o ícone negro da democracia portuguesa. A este propósito, hoje um conhecido meu saiu-se com esta: “O único abordo que devia ser proibido era o próprio Alberto João Jardim! Na Madeira e em todo o lado!”

1 comentário:

Anónimo disse...

lol. Gostei desta última frase. Podia ser o slogan de uma campanha civica de sensibilização aos cidadãos da Madeira sobre o mal que Jardim faz à saúde democrática da região.