domingo, 22 de julho de 2007

Reflexões sobre uma Direita em Reflexão

Marques Mendes parece não ter adversários à altura. Por seu turno, Portas reflectiu e chegou à conclusão que foi um erro seu… Enquanto se mantiver a onda rosa, os partidos da direita têm apenas um caminho a seguir: sobreviver e esperar que socialistas tropecem a sério.

Marques Mendes ainda não tem adversários para a presidência do PSD. Luis Filipe Menezes reflectiu, reflectiu bastante mesmo, e chegou à conclusão que não havia condições para se candidatar. A sua poderosa proposta de deixar os militantes sem quotas pagas votar acabou por não colher grandes simpatias… Por outras palavras, o autarca de Gaia chegou à conclusão que esta ainda não é a melhor altura para avançar. O mesmo aplica-se a todos os outros opositores internos de Marques Mendes. Entre barrosistas e santanistas, parece que ninguém está disposto a tomar as rédeas do partido nesta altura. Esperam-se melhores tempos…

No CDS, Paulo Portas reflectiu também. Reflectiu bastante mesmo. Concluiu que a estratégia para as intercalares de Lisboa foi um erro da recém-eleita direcção (os congressistas devem ter ficado impressionados com tão brilhante conclusão do seu líder). Como já era de esperar, não surgiram oposições internas de relevo. O CDS continuará com o seu grande líder nos próximos tempos.

Como é natural neste tipo de situações, a hegemonia socialista está a deixar os seus adversários à direita em maus lençóis. Dado que não se adivinham boas perspectivas de alcançarem o poder nos próximos tempos, PSD e CDS encontram-se perdidos internamente. Aguardam ansiosamente que os tempos melhorem, que o governo de Sócrates comece a tropeçar a sério em breve. Até lá, há muito pouco a fazer. Importa apenas sobreviver…

2 comentários:

Anónimo disse...

O momento actual pode justificar alguns determinismos. Mas é excessivo dizer-se que não há nada a fazer. A Direita pode e deve estar melhor preparada para fazer oposição ao governo. Tem de ter capacidade de apresentar propostas, defender políticas e propor alternativas. A onda rosa pode ser difícil de superar, mas a democracia e o país precisam de uma direita forte, capaz de ser a alternativa.
Esperar pelo momento do rotativismo parece-me muito redutor.

João Ricardo Vasconcelos disse...

Sim, concordo que devemos ter cuidado com o determinismo. No entanto, considero que a capacidade do PSD ser alternativa dependerá mais dos fracassos da governação socialista do que da capacidade social democrata em fazer uma oposição dita efectiva.
É o jogo da rotatividade das duas forças políticas ao centro.