quarta-feira, 11 de julho de 2007

UGT e CGTP: a Saga Continua

O cenário é quase sempre o mesmo: a UGT consegue negociar e os malfeitores vermelhos da CGTP viram as costas. Uma saga que dura há três décadas e promete continuar por muitos e muitos anos.

Os jornais noticiam hoje o acordo conseguido entre a UGT e o Governo no domínio da Função Pública. Por seu turno, a Frente Comum afecta à CGTP recusou o entendimento. Á vista desarmada (e só mesmo à vista desarmada), subentende-se uma maior capacidade de negociação da UGT quando comparada com a sua congénere CGTP.

Curioso é verificar que, apesar de tudo, as duas centrais sindicais fazem sempre diagnósticos semelhantes sobre a situação do emprego no país: crescimento da precariedade, ataques aos direitos dos trabalhadores, etc, etc. Neste sentido pergunto: o que há de estranho quando sobrepostos os dois cenários acima apresentados? É sobretudo a CGTP que não consegue negociar? Ou será a UGT que acaba sempre por ceder, orgulhando-se depois dos pontos e vírgulas que conseguiu acordar com o Governo?

Concordo naturalmente que os sindicatos devam negociar. Concordo até que a CGTP poderia ser um pouco mais construtiva nas posições que defende. Mas não posso deixar de lamentar os trâmites dos acordos a que a UGT chega quando negocia com os Governos que são da mesma cor política que a do seu secretário-geral. Com que legitimidade virá amanhã protestar contra as políticas deste mesmo Governo? Virá manifestar-se contra todos os artigos da nova legislação, excepto os dois ou três pontos e vírgulas que conseguiu alterar?

É lamentável este tipo de postura da UGT. Não só enfraquece profundamente a força negocial de todos os outros trabalhadores, como certamente envergonha os seus próprios associados

1 comentário:

Anónimo disse...

contradiçoes