Lopes da Mota renunciou finalmente ao cargo no Eurojust depois de ser praticamente certo que exerceu de facto pressões sobre os magistrados do caso Freeport. E é bom que tal tenha acontecido, que se consiga fazer alguma justiça nestes casos e que sirva de exemplo.
Mas, vá-se lá saber porquê, parece que fica sempre no ar a sensação de que a sua pena de suspensão das funções de magistrado durante 30 dias é algo para inglês ver. Uma punição que apenas aconteceu porque não havia escapatória e porque era preciso sacrificar alguém para conter um pouco a ideia de impunidade que começa a ganhar dimensões perigosas na opinião pública.
Mas se calhar amanhã, quando tudo estiver um pouco mais calmo, tudo poderá voltar à normalidade, tudo poderá voltar ao business as usual...
(Imagem: Horta do Zorate)
Mas, vá-se lá saber porquê, parece que fica sempre no ar a sensação de que a sua pena de suspensão das funções de magistrado durante 30 dias é algo para inglês ver. Uma punição que apenas aconteceu porque não havia escapatória e porque era preciso sacrificar alguém para conter um pouco a ideia de impunidade que começa a ganhar dimensões perigosas na opinião pública.
Mas se calhar amanhã, quando tudo estiver um pouco mais calmo, tudo poderá voltar à normalidade, tudo poderá voltar ao business as usual...
(Imagem: Horta do Zorate)
2 comentários:
Se realmente foi punido por se ter chegado à conclusão de que efectivamente pressionou e tentou interferir numa investigação... parece que, afinal, isso não é minimamente grave. 30 dias?!
Pois, 30 dias de suspensão podem levar o próprio e a opinião pública a pensar que o prevaricador saiu a ganhar.
De qualquer modo, ainda que seja um sinal "para conter um pouco a ideia de impunidade que começa a ganhar dimensões perigosas na opinião pública", antes isso do que passar impune como é hábito.
O sentimento popular de que há uma justiça para o cidadão comum, e outra reservada a altos dirigentes públicos e gente endinheirada, é um perigo, uma vergonha, à qual uma Democracia digna desse nome não consegue resistir. Quando essa certeza atingir o povo, a revolta popular estará próxima.
Espero que a justiça portuguesa se livre do intrometimento da politica no seu seio.
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