sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Boa sorte...


A presença online veio de facto colocar em causa o modelo de financiamento dos jornais. Não haja dúvidas a este respeito. E tal tem-se feito sentir em todo o mundo, em todos os títulos de referência, procurando-se há muito encontrar modelos alternativos que assegurem receita para uma imprensa que se quer de qualidade.

De qualquer modo, a opção do Público de passar para um modelo pago, de 10 € por mês após os 20 primeiros textos lidos, é arriscada. Muito arriscada mesmo. Certamente terão feito as suas pesquisas de mercado, mas parece-me excessivamente otimista pensar que os leitores passem a pagar 10 euros por mês por conteúdos que tinham na sua maioria de forma gratuita. 

Em primeiro lugar, porque a vastissima maioria dos leitores da edição online não lêem os artigos de fundo, mas sobretudo as notícias Lusa que, podendo encontrar no jornal do lado, preferem o Público por lhe reconhecerem qualidades diversas. Terão agora todas as razões para procurarem tais notícias no jornal do lado. Por outro lado, se o objetivo era começar a obter receita, seria necessário um preço bastante mais competitivo para evitar uma debandada. Diria que nunca superior a 3 € para poder aceder a um pouco mais do que até agora acediam gratuitamente e algo mais para ter um acesso ilimitado. A ver vamos...

PS: Considerar que esta campanha pode ser conduzida com o slogan "Público sem limites" parece-me um pouco tonto.

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