terça-feira, 19 de novembro de 2013

Livre - Notas Soltas sobre o novo partido

  1. Há já algum tempo que se adivinhava este passo de Rui Tavares, um tipo inteligente que, não haja dúvidas, tem estado no lado certo da barrricada. Com algumas posições menos felizes, é certo, mas.. ninguém é perfeito.
  2. Não deixa de ser sintomático que esta esquerda que quer unir a esquerda tenha sentido a necessidade de formar um novo partido de esquerda;
  3. Existe espaço político para o surgimento deste tipo de partido. A zona que começa na ala esquerda do PS e abranje a ala menos radical do Bloco sempre deu mostras de ter um grande potencial a este respeito; 
  4. As eleições europeias são o momento perfeito para lançar este tipo de partido. São as menos exigentes para as forças políticas (sem necessidade de estruturas locais ou regionais). Uma lista de 20 e poucas pessoas, algumas boas ideias e capacidade de chegar à comunicação social permitem já que se possa fazer um brilharete;
  5. Se o objetivo do novo partido for conseguir um ou dois lugares nestas eleições, diria que não é nada transcendente. Como é evidente, o problema surgirá depois, com a necessidade de formar e olear uma máquina partidária mínima. De qualquer modo, nos dias de hoje, mais vale apostar em fenómenos com uma durabilidade incerta do que em grandes movimentos organizados que, certamente, não passarão do wishfull thinking;
  6. Um partido que pretende estruturar-se sobretudo à volta de uma pessoa têm hipóteses muito limitadas de sobrevivência. Se existem outros grandes rostos por detrás do movimento, convém que se assumam rapidamente;
  7. A esquerda tem destas coisas: a vontade incessante de começar de novo, de pensar que agora é que é, agora é que vamos lá. A formação constante de novos partidos mostra a vitalidade da esquerda, mas mostra sobretudo a sua dificuldade estrututural em se entender.
  8. À partida, tenho uma visão bastante cética relativamente a este novo fenómeno, pelas diversas questões acima enumeradas. Veremos como evoluirão os acontecimentos.

1 comentário:

O Cardume disse...

Valha-me santo Ambrósio. Com pessoas como Sá Fernandes e Joana A.Dias? NÃO OBRIGADO!!!!!