quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Será a eutanásia um tema assim tão fracturante?

Aproveitando de algum modo a discussão em torno do caso Eluana, um grupo de socialistas vai apresentar uma moção sobre eutanásia ao Congresso do partido. Algumas reacções negativas já se fizeram sentir. Mas será a eutanásia um tema tão fracturante como o aborto ou o casamento homossexual? Julgo que não.

Naturalmente que as clivagens religiosas far-se-ão sentir. Mas em termos etários, por exemplo, parece-me que este tipo de discussão poderá não reflectir um conflito geracional tão evidente quanto isso.

Em determinadas camadas etárias da população, falar-se de casamento homossexual, aborto ou legalização da cannabis são causas que lhes são estranhas dadas as suas experiências de vida. No caso da eutanásia, trata-se de uma causa que, se calhar mais do que às camadas mais jovens, lhes pode ser bastante próxima.
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Trocando em miúdos, se perguntarmos a um idoso o que pensa sobre o casamento homossexual, existe uma probabilidade significativa deste levantar o sobrolho. Mas se perguntarmos a um idoso se em casos de sofrimento extremo e de inexistência de esperanças médicas, uma pessoa poderá decidir se quer terminar a sua vida ou não, se calhar não encontraremos tantas respostas negativas quanto as esperadas à partida.

6 comentários:

Jordão disse...

Concordo! Se referendámos o aborto, porque não a eutanásia. Afinal de contas são as próprias pessoas que decidem sobre a sua própria vida, ao contrário do aborto onde outros decidem sobre a vida ou a morto de alguém!
Um abraço

virita disse...

O referendo poderá permitir que tal acto se possa fazer legalmente.De qualquer modo as pessoas poderão decidir se o deixarem escrito ( de forma oficial, penso eu ,pois doutro modo alguém o poderá escrever sem consentimento do próprio) ou se ainda estiverem em condições de tomar tal decisão.E a família poderá ter ela voto no acto? Deve ter,não? E se nesse hospital nenhum médico concordar' É obrigado ou terão de levar o doente para casa?
É complicado

virita disse...

O referendo poderá permitir que tal acto se possa fazer legalmente.De qualquer modo as pessoas poderão decidir se o deixarem escrito ( de forma oficial, penso eu ,pois doutro modo alguém o poderá escrever sem consentimento do próprio) ou se ainda estiverem em condições de tomar tal decisão.E a família poderá ter ela voto no acto? Deve ter,não? E se nesse hospital nenhum médico concordar' É obrigado ou terão de levar o doente para casa?
É complicado

Anónimo disse...

e o casamento homossexual, porque não é referendado?
Eu

Anónimo disse...

Porque é que as nossas liberdades individuais têm de ser determinadas por crençãs e superstições de tempos medievais? Porque esta (a eutanásia) na realidade é uma questão religiosa. Essa gente que acredita em Deus ( e já agora no Pai Natal) pensa que pode fazer a humanidade andar para trás..eles são na sua maioria pessoas de baixo nível cultural que infelizmente refletem bem o atraso da nossa sociedade...a sua influência é perigosíssima pois infligem a todos nós sofrimentos brutais..bloqueiam investigações em terapias médicas que podem aliviar o sofrimento a milhões...impedem-nos de têr uma morte com um mínimo de dignidade....forçam as mulheres a terem filhos contra a sua vontade etc..etc..(...) Alexandre Semedo

Unknown disse...

O foco seria eutanásia;vida ou morte,provávelmente estariamos saindo do assunto se eu focasse em religião, aborto etc. e sim éticas e leis.
Imagine!E se fosse você? que estivesse sofrendo,embora querendo viver e no caso tivesse respirando por aparelhos necessitando de outras pessoas para viver. Vida é única e não há direitos de alguém decidir por mim em relação a vida. No meu ponto de vista a Eutanásia é a escolha da morte. Vida, vida, vida, vida e vida quem tem poder sobre minha vida? A eutanásia,o "super homem",leis,os meus familiares, Deus?
Um abarço!