Por más razões, esta rentrée está a ser marcada por uma intensa sucessão de acontecimentos de oposição à política seguida. A novela da TSU originou uma onda de desagrado que teimava em não chegar. Do 15 de Setembro à manifestação deste fim-de-semana da CGTP, multiplicam-se as ações de protesto de grande dimensão e as iniciativas com elevado valor simbólico. Os portugueses finalmente despertaram e começaram a perceber sem rodeios que, com esta política, o país não vai lá. Atingiu-se igualmente um ponto de viragem na popularidade do presente Executivo. Se antes do Verão, o cenário já estava longe de ser famoso para Passos e companhia, são hoje diversos os setores que pedem abertamente a demissão do Governo. E é precisamente com toda esta envolvência que surge neste 5 de Outubro o Congresso Democrático das Alternativas (www.congressoalternativas.org). Contando, no final deste domingo com perto de 3500 subscritores e 1300 inscritos, este será garantidamente um dos grandes eventos políticos com que Outubro se inicia. Tudo indica que a Aula Magna será pequena para acolher a iniciativa.
O Congresso pretende responder claramente à suposta fatalidade de não existirem alternativas à política seguida. O debate temático preparatório centrou-se em questões como os desafios da denúncia do memorando da troika, na construção de uma economia sustentável que dignifique o trabalho, no lugar de Portugal na Europa e no Mundo, na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva e no desenvolvimento de uma democracia plena, participada e transparente. E a proposta de declaração, que será colocada à consideração dos participantes, resulta de dezenas de contributos das mais diversas áreas de especialidade académica e profissional. Lançando propostas muito concretas sobre como reagir e ultrapassar a situação atual, o Congresso dará um determinante contributo programático à ampla contestação política que agora se faz sentir
Organizado por cidadãos de diferentes proveniências da esquerda política, a iniciativa é também a demonstração que a esquerda consegue encontrar denominadores comuns. A esquerda consegue entender-se e, sobretudo, consegue apresentar alternativas que, de forma complementar, dão corpo a uma resposta global à crise que atravessamos. Este 5 de Outubro promete. E tu, do que estás à espera para ir ao Congresso Democrático das Alternativas?
Artigo hoje publicado no Esquerda.net
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