segunda-feira, 31 de maio de 2010
Mais um massacre para a conta de Israel
Vamos lá tentar descomplicar
Tiago, ainda bem que tendes a concordar. E antes de mais deixa-me dizer que é a minha espécie de anti-cavaquismo primário que me impulsiona tão fortemente para este tipo de apelos pragmáticos. Porque, regra geral, tendo a ter um pouco mais de cuidado na utilização de argumentos a coberto do pragmatismo. Compreendo a questão do nosso sistema possibilitar que a convergência possa ser guardada para a segunda volta. O problema, Tiago, é que ambos nos lembramos do que sucedeu há 5 anos. E se há 5 anos Cavaco não deu hipóteses, a dificuldade de derrotar uma recandidatura presidencial é tendencialmente ainda maior. Daí a forte necessidade de convergência.
Quanto à transposição da lógica da convergência para a governação, julgo que tentarmos aqui aferir se a culpa é mais do PS ou do Bloco, os nossos argumentos sairão certamente enviesados. Dir-te-ia, por exemplo, que não é PS o principal adversário do Bloco, quando muito poderá serão sim diversos aspectos da linha política da presente governação. E continuaríamos assim com uma discussão quase infindável.
De qualquer modo, sim, não acho positiva qualquer tendência que preconize que ambos os partidos se olhem mutuamente como principais adversários, não haja dúvidas a este respeito. Não considero que grandes entendimentos sejam possíveis entre o Bloco e a actual liderança socialista. Mas veremos se, com uma próxima liderança que certamente já não estará muito distante, tal cenário de entendimentos se apresenta mais viável.
(Imagem: Douglas Wilson)
sexta-feira, 28 de maio de 2010
O Déjà Vu Crónico
Artigo publicado hoje (sexta-feira) no Esquerda.net
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Sobre a redução do número de deputados
Blog "O que fica do que passa"
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Liberdade rima com diversidade
Artigo publicado ontem no Açoriano Oriental
A Catarina e os Bancos
Assim é complicado
terça-feira, 25 de maio de 2010
Uma taxa sobre as transacções financeiras em proveito dos povos e do planeta
A luta contra a pobreza, a garantia e preservação dos bens e serviços públicos à escala mundial, reclamam urgentemente novos meios de financiamento. O combate à fome e à insegurança alimentar, às pandemias, às doenças ainda hoje subestimadas, à desregulação climática, à precariedade energética, bem como o acesso à educação, à saúde e a uma habitação decente e a protecção da biodiversidade, exigem desde já a mobilização de elevados recursos financeiros para que seja possível pôr em prática, à escala do planeta, as políticas globais capazes de contribuir para a realização dos direitos económicos e sociais fundamentais.
Acreditamos que é tempo de converter a actual crise financeira numa oportunidade para todos, que é tempo de agir em defesa dos interesses dos povos e do futuro do nosso planeta.
A ATTAC Portugal convida-vos a subscrever esta petição dirigida aos Governos dos países do G-20, que reunirão em Toronto nos próximos dias 26 e 27 de Junho, e a colaborar na divulgação e adesão a esta campanha internacional!
Sobre a peregrinação a Wall Street
Mas no momento actual também era interessante, já agora, perceber o que de estrutural pensam fazer as principais forças políticas para que crises como a actual sejam prevenidas no futuro. É porque ontem assistimos à indignação generalizada. Hoje somos brindados com a reverência e penitência. E amanhã, teremos o conveniente e tradicional esquecimento? Pois pois…
Benfica-Papa-Mundial
(Imagem: ENPM)
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Ficar tonto com tanto disparate
Na primeira parte, Helena Matos considera que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é um avanço para nenhures, uma vez que se trata de um diploma que “não resolve nada que a anterior legislação não acautelasse” e que “desempenhou em 2010 o papel que há cem anos se reservou à perseguição aos jesuítas ou seja, acalentou-se a ficção de um país sempre em progresso, dividido entre os progressistas bons e os reaccionários maus”. Coitados de todos os defensores de alargamento de direitos civis. Se tivessem ouvido os conselhos de Helena, não se prestariam a este triste papel de defender direitos que já estavam consagrados. Que palermas…
Na segunda parte do artigo salta-se para a crescente popularidade das questões do género que, na opinião de Helena Matos, são perfeitas patetices que apenas existem porque estão na moda. Aliás, por esta ordem de ideias, coitados dos países mais desenvolvidos (nórdicos, p.ex) que, apesar de possuírem menores desigualdades de género do que em Portugal, discutem estas questões há décadas e continuam a achá-las plenas de actualidade. Que bananas… Deviam receber conselhos de Helena para não se prestarem a tão tristes figuras.
Por último, e para rematar, Helena Matos debruça-se sobre o caso da monitora em Mirandela que pousou para a Playboy. A cronista do público não a critica, mas aplaude o facto da Câmara poder ter assumido em mãos o destino a dar à senhora. Porque no caso dos concursos dos professores, até os pedófilos são inamovíveis pelo Ministério da Educação. Ou seja, a nossa ensaísta está pouco preocupada se a condição de pedófilo é ou não aferida ou acautelada pelos Tribunais. Pela sua ordem de raciocínio, as Câmaras ou o Ministério da Educação é que deviam destrinçar quem é pedófilo e quem não é. Brutal… Como é que ninguém se lembrou disto antes? Obrigado, Helena Matos!
Novo Esquerda.net
É uma aposta que conta já com alguns anos e que tem-se revelado cada vez mais desafiante, sobretudo por ambicionar produzir informação não para dentro, mas para fora. Não apenas para militantes, mas para um público bastante mais vasto. Sou suspeito, mas acho que o Esquerda é o mais ambicioso projecto online desenvolvido por uma força política a nível nacional. Vale a pena passar por lá, sobretudo agora que está de cara lavada. :)
domingo, 23 de maio de 2010
Algumas notas sobre a Madeira
domingo, 16 de maio de 2010
Vou só à Madeira e já venho
sexta-feira, 14 de maio de 2010
A Anedota
(Imagem: rraurl)
A Santa Pequenez
Focando-nos apenas no caso de Lisboa, um aparato de segurança (mas também cerimonial) impressionante rodeou toda a visita. Artérias centrais da cidade foram cortadas ao trânsito, linhas de metro interrompidas, polícia de 10 em 10 metros nos trajectos, piquetes com dezenas de motos e carros das forças de segurança a acompanhar as deslocações do papa, helicóptero da Força Aérea em cima do acontecimento. Uma operação de segurança nunca vista numa capital que curiosamente recebeu há bem pouco tempo atrás dezenas de chefes de Estado e de governo aquando da assinatura do Tratado de Lisboa e na Cimeira Europa-África. Esta nossa mania de fazer tudo à grande leva a estes conhecidos exageros. Um aparato que, pelo menos no caso de Lisboa, revelou-se não raras vezes totalmente despropositado tendo em conta o modesto número de fiéis que acompanhou grande parte dos trajectos do papa dentro da cidade..
Mas, para lá das razões de segurança, procurou-se justificar todo o aparato cerimonial com o argumento de sermos um país maioritariamente católico. Das recepções oficiais aos cortes de trânsito e escoltas policiais, das paradas às tolerâncias de ponto, todas as honras concedidas na recepção ao líder da Igreja Católica tiveram como base tal premissa. Até os avultados gastos em tempo de apertar o cinto foram assim justificados. O catolicismo é, indiscutivelmente a religião maioritária e hegemónica em Portugal. Não haja dúvidas a este respeito. Mas a dimensão do que se passou e a inexistência de vontade de o disfarçar levou a que a visita de Bento XVI se assemelhasse à recepção de um líder da religião oficial do Estado, e não à recepção de um líder de uma religião maioritária.
No fundo, assistiu-se a um impressionante papismo das autoridades portuguesas. Papismo enquanto expressão de devoção ao Vaticano de um Estado que se julgava laico, mas papismo também por todo o aparato ter se calhar excedido aquilo que o próprio papa acharia razoável. Não querendo entrar numa desvalorização absoluta de toda a visita papal (até porque tal seria cair numa espécie de papismo invertido), importa, no entanto, reconhecer que assistimos a uma série de momentos que foram uma explendorosa expressão da nossa pequenez. Uma santa pequenez, neste caso... Não se pede insensibilidade das autoridades perante a dimensão do catolicismo português. Bastava um pouco de bom senso.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Distracção Crónica
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Dossier "Há mais vida para além do PIB"
A ATTAC, com este Colóquio, abriu o debate público em Portugal sobre os indicadores de medição e avaliação do desenvolvimento das sociedades humanas e a necessidade de serem estudados indicadores complementares ou alternativos do PIB, dadas as reconhecidas limitações deste indicador quantitativo. Como os contributos recolhidos nesta iniciativa comprovaram, este não é um debate neutro ou à margem dos interesses em conflito na sociedade. Os indicadores usados influenciam e justificam as políticas públicas. Esperamos que a nossa iniciativa estimule novas reflexões e estudos e uma participação alargada dos cidadãos e dos movimentos sociais no debate desta temática, que influencia profundamente as escolhas relativas ao nosso futuro colectivo.
A ATTAC coloca agora à disposição de todos os interessados um dossier contendo variada documentação sobre este debate, designadamente as intervenções e apresentações de quase todos os economistas participantes no painel do Colóquio: José Maria Castro Caldas, José Francisco Carvalho, Gualter Baptista e Manuela Silva (que publica este mês um artigo na edição portuguesa do Le Monde Diplomatique sobre a temática em questão). No dossier encontra-se também disponível o sumário das conclusões da Comissão Stiglitz que estudou esta temática e os contributos dos economistas L. Dowbor e J. M. Harribey.
Os interessados poderão encontrar este dossier, consultar e aceder a esta documentação em www.attac.pt:
Sai uma Europa para a mesa do fundo
Aparatos à Portuguesa
Percebo que quem organiza estas recepções se entusiasme e queira mostrar que, quando fazemos algo, fazemos bem. No fundo, a nossa famosa síndrome do somos muita bons. Mas foram grandes os constrangimentos provocados por tão grande operação de segurança. Aliás, retirando a passagem pela Baixa e a missa do Terreiro do Paço, os percursos do papa fizeram-se com poucos espectadores, num cenário não raras vezes deserto.
Tais constrangimentos despropositados fomentam inclusive sentimentos pouco hospitaleiros para com o papa. E se tivermos em conta os avultados custos destas operações num dia em que se tornou quase certo o aumento do IVA e o imposto extraordinário sobre o 13º mês, ficámos com boas pistas para encontrar parte do desperdício público de que tanto se fala.
(Imagem: Presidência da República)
terça-feira, 11 de maio de 2010
O Declínio
Atenção que tudo isto se passou em poucos meses e sem que se percebam muito bem as relações causa-efeito. Uma coisa parece certa: o governo encontra-se à deriva e Sócrates atravessa claramente o seu pior momento. A nível interno no PS, tal fragilidade faz-se sentir como nunca. Tudo indica ter-se entrado num momento de declínio sem retorno.
(Imagem: Tutorials)
segunda-feira, 10 de maio de 2010
O Portugal Católico
Não negando as limitações de tal conceito, pergunto aos que por aqui passam quantas pessoas do seu círculo são efectivamente católicos praticantes (ir à missa com regularidade, p/ex). Um estudo de 2001 da própria Igreja (citado na Wikipédia) fala em 2 milhões de portugueses que vão à missa. Se tivermos em conta que se trata de um estudo da Igreja de 2001, percebemos que o tal Portugal Católico é grande, muito grande, é um facto. Mas não tão grande quanto por vezes somos levados a pensar.
PS: Os constrangimentos da visita papal fazem-se sentir sobretudo em Lisboa, área urbana onde a hegemonia católica e religiosa é menor do que no resto do país. Escusado será sublinhar que o aparato papal está a deixar muita gente incomodada e mesmo chateada por estas bandas. Eu incluído...
(Imagem: Borrão de Tinta)
Jesus Campeão!
(Imagem: A diferent direction)
A reacção tardia (e propositada?)
(Imagens: MCM Videos)
domingo, 9 de maio de 2010
Há betão para além das grandes obras
sábado, 8 de maio de 2010
Os efeitos dos círculos uninominais
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Sobre as eleições no Reino Unido
2 – As inconveniências de um sistema eleitoral maioritário estão à vista. Os liberais democratas com 5 pontos a menos do que os trabalhistas, correm o risco de obter um quarto dos deputados deste últimos.
3 – Embora tenha vencido, Cameron ficou muito aquém. E Brown, apesar de todo o desgaste e trapalhada, não se saiu tão mal como era esperado há poucos meses atrás e possui ainda a hipótese de vir a formar Governo (em coligação).
(Imagem: Everything about Public Relations)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Entrevistas Chatas
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Um pouco de coerência, sff
Triste Anedota
Em suma, passados vários anos, a Feira Popular desapareceu, o Parque Mayer continua a ser uma miragem, a CML fez um duvidoso negócio de permuta e culpados nem vê-los. Todos são inocentes. A justiça portuguesa vê mais uma vez reconhecida a sua triste reputação...
(Imagem: A Vida é um Palco)
Fazer melhor figura
(Imagem: Freephoto.com)
terça-feira, 4 de maio de 2010
Do Investimento Público às Grandes Obras
Sobre as viagens de Inês de Medeiros II
(Imagem: Antunes de Burnay)
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Brincar aos Cowboys
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Não raras vezes surge-nos uma notícia que um polícia atingiu a tiro de forma involuntária um qualquer suspeito. Veja-s o caso recente do rapper MC Snake atingido mortalmente num processo ainda por esclarecer. Como se fosse normal a polícia sacar da sua arma e desatar aos tiros quando lhe apetece, quando é sabido que tal só pode acontecer quando está em causa a vida de alguém.
Para lá do disparate que foi alguns adeptos portistas que se lembraram de apedrejar o autocarro benfiquista no final da A1 (comentários para quê?), alguém reparou que polícias à paisana que seguiam em carros imediatamente atrás responderam com tiros de shotguns para as margens da autoestrada? Vejam o vídeo acima, segundos 00:20 a 00:40. Tudo isto se passou a alta velocidade, respondendo a polícia às pedradas com desorientados disparos de canhão. Se tais disparos atingissem (certamente de forma letal) alguém, logo ouviríamos que se tratou de um acidente. Enfim, cowboyada no seu melhor.