terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Vaga de Democratização?

As expectativas internacionais que agora estão depositadas no Cairo não acontecem por acaso. A queda de ditaduras e a tentativa de implantação de democracias pode de facto ser algo muito contagioso. São as chamadas vagas de democratização, fenómeno significativamente estudado no âmbito da Ciência Política.

A título de exemplo, a conhecida terceira vaga de democratização teorizada por Samuel Huntington começou em 1974 em Portugal e alastrou-se nos anos seguintes para a Espanha, Grécia, América Latina e Europa Central e de Leste. Seria portanto formidável que uma 4ª vaga se iniciasse agora com base no que se está a passar na Tunísia e no Egipto.
(Imagem: Neoavatara)

4 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

Está é a ser aberto caminho para uma vaga de islamização de todo o norte de África e a instalação de ditaduras islamico-fascistas muito piores das que existem agora.

Maquiavel disse...

O KK o disse... cheira-me que isto näo vai dar em 25 de Abril a espalhar-se a Leste, é mas é mais Iräo 1979, ou Iraque 2003...

Na Tunísia os islamitas já voltaram do exílio e está nas ruas, no Egitto a "Irmandade Islämica" juntou-se à "oposiçäo democrática". Em países onde a maioria da populaçäo é iletrada e/ou desempregada, mais facilmente se controla. O 25 de Abril acabou porque o Portugal maioritário era (e é) conservador e católico, mas pelo menos a Inquisiçäo já tinha acabado há 200 anos. Nos países árabes ainda näo, antes pelo contrário.

... mas esperemos que esteja enganado!

Anónimo disse...

Isto anda tudo ligado!

http://www.anovaordemmundial.com/2011/01/video-george-soros-clama-por-uma-nova.html

Micael Sousa disse...

Se os processos revolucionários são por arrasto, porque ficaram os países islâmicos isolados das revoluções sociais e tecnológicas que a Europa viveu nos últimos 4 séculos? Provavelmente os regimes políticos mudaram nestes países, mas não me parece existir o mesmo tipo de unidade que permitiu, por exemplo no Japão, um salto vertiginoso do "feudalismo" para a democracia. Um salto destes não é para todos, é um salto de séculos! No entanto, com isto, não defendo que a história seja um mesmo percurso directo e universal. Estas minhas palavras são meros exercícios de comparação.