sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Legitimidades Eleitorais

O PS já possui uma justificação oficial para se opor aos projectos do BE e dos Verdes sobre o casamento homossexual. Alberto Martins justifica o voto contra com a "falta de legitimidade de mandato, eleitoral e social, porque há uma ausência de um debate aprofundado sobre a matéria na sociedade".

Quanto à falta de legitimidade do mandato, é um argumento curioso na semana que corre. Será que a revisão do Código de Trabalho é consonante com o contrato eleitoral socialista? Julgo que nem será preciso responder a esta questão...

Relativamente à ausência de um debate aprofundado, no programa eleitoral do PS de 2005 consta o compromisso de “lançar um amplo debate nacional sobre a igualdade e orientação sexual”? Ou seja, o PS está agora a justificar-se com base na ausência de um debate que ele mesmo prometeu promover... Comentários para quê?

2 comentários:

Anónimo disse...

Eh! Seja rigoroso: O que lançou esta disscussão é um projecto (Proj. Lei 218/X) do Partido Ecologista "Os verdes", da CDU, que foi apresentado em 2006 e ficou a boiar numa comissão até agora.

O BE é que não perdeu a ocasião de fazer mais um bocadinho de show-off e apagar mediaticamente o projecto da CDU.

É ler aqui: http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?ID=21188

João Ricardo Vasconcelos disse...

Tem toda a razão. Se calhar levado pelos mediatismos, atribui neste post (e não nos anteriores) responsabilidades apenas ao BE. Já emendei. As minhas desculpas.

Relativamente ao facto do projecto dos Verdes ter estado tanto tempo parado (desde 2006), confesso que não tinha conhecimento. Gostava de perceber qual a razão para, desde então, nunca ter sido agendada a discussão. Os Verdes nunca conseguiram o referido agendamento? Chegaram a propor o agendamento?

O debate de 10 de Outubro foi agendado por iniciativa do BE. Em última análise, porque é que os Verdes deixaram que fosse o BE a agendar a discussão e a assumir o protagonismo nesta matéria?