
Não é crítico, e estranho seria se os partidos políticos não tentassem influenciar directamente as restantes organizações de teor político existentes na sociedade. Mas é a robustez da organização dos comunistas portugueses que origina que as suas tentativas de domínio em algumas organizações possam ter efeitos tão críticos.
O tipo de organização marxista-leninista não admite facções, admite pouco os estados de espírito e limita ao máximo a autonomia política dos seus militantes. O seu modus operandis é holística, prevendo que os seus militantes não se abstraiam dessa condição em qualquer outra organização em que estejam envolvidos. Prevê inclusive que a actuação dos militantes se submetam sempre às orientações das estruturas partidárias, sendo um braço do partido nas organizações em que estejam envolvido.
A organização marxista-leninista é um modelo cada vez mais em extinção nos dias de hoje. A sua compatibilidade com os modelos democráticos é limitada. De qualquer modo, no PCP persiste e continua a ser aplicada, para espanto de muitos. Resultado: as naturais tensões acabam por surgir até nas organizações que, historicamente, melhor suportavam este tipo de “paternalismo” do PCP.
Sem comentários:
Enviar um comentário