Vital Moreira reflecte hoje no Público sobre a relação da esquerda com as necessidades de modernização. Considera que, embora a modernização não seja um monopólio da Esquerda, é um valor tipicamente associado às forças políticas que se situam à esquerda no espaço político. O professor de Coimbra refere que, devido à “emergência do movimento neoliberal de desintervenção do Estado na economia e de desmontagem do Estado social”, a esquerda foi colocada numa ingrata posição defensiva face à modernização.
Face ao exposto, Vital Moreira considera que a Esquerda tem de assumir sem preconceitos os objectivos modernizadores, não podendo esquecer no entanto os seus valores “políticos, culturais, ambientais”. Elogia, portanto, a visão modernizadora do actual Executivo e diagnostica a necessidade modernizadora da esquerda.
Os pressupostos teóricos de Vital Moreira parecem globalmente correctos. Apenas nos parece nebuloso o seu conceito de “modernização” e a necessidade apontada de modernização da esquerda. Como certamente concordará, nem toda a Direita proclama uma total desmontagem do Estado a curto prazo. A sua acção caracteriza-se sim por uma progressiva reforma do mesmo, tendo em conta precisamente objectivos de equilíbrio financeiro, capacidade do mercado colmatar a intervenção pública em alguns domínios, entre outros aspectos.
Neste contexto, o que distingue a Direita acima referida da Esquerda modernizadora defendida por Vital Moreira? Os princípios que se auto-atribui? Os objectivos últimos enunciados?
Na nossa perspectiva, a Esquerda pode e deve ser modernizadora. Mas o que a deve distinguir, nomeadamente nos domínios do Estado Social, é a não colocação em causa dos direitos adquiridos pelo cidadão nos referidos domínios. Se a modernização da Esquerda envolve um recuo na defesa dos referidos direitos, tal coloca em causa um dos principais, se não o principal, parâmetro de distinção entre a Esquerda e a Direita nos dias de hoje. Ou seja, a referida Esquerda Modernizadora acabará por encontrar sérias dificuldades em se encaixar no próprio conceito de Esquerda.
Face ao exposto, Vital Moreira considera que a Esquerda tem de assumir sem preconceitos os objectivos modernizadores, não podendo esquecer no entanto os seus valores “políticos, culturais, ambientais”. Elogia, portanto, a visão modernizadora do actual Executivo e diagnostica a necessidade modernizadora da esquerda.
Os pressupostos teóricos de Vital Moreira parecem globalmente correctos. Apenas nos parece nebuloso o seu conceito de “modernização” e a necessidade apontada de modernização da esquerda. Como certamente concordará, nem toda a Direita proclama uma total desmontagem do Estado a curto prazo. A sua acção caracteriza-se sim por uma progressiva reforma do mesmo, tendo em conta precisamente objectivos de equilíbrio financeiro, capacidade do mercado colmatar a intervenção pública em alguns domínios, entre outros aspectos.
Neste contexto, o que distingue a Direita acima referida da Esquerda modernizadora defendida por Vital Moreira? Os princípios que se auto-atribui? Os objectivos últimos enunciados?
Na nossa perspectiva, a Esquerda pode e deve ser modernizadora. Mas o que a deve distinguir, nomeadamente nos domínios do Estado Social, é a não colocação em causa dos direitos adquiridos pelo cidadão nos referidos domínios. Se a modernização da Esquerda envolve um recuo na defesa dos referidos direitos, tal coloca em causa um dos principais, se não o principal, parâmetro de distinção entre a Esquerda e a Direita nos dias de hoje. Ou seja, a referida Esquerda Modernizadora acabará por encontrar sérias dificuldades em se encaixar no próprio conceito de Esquerda.
1 comentário:
Caro JRV: Vital Moreira é pura e simplesmente uma pessoa não credível, que não deve ser levada a sério.
Um aguadeiro propagandista que recebe umas prebendas e uns cargos para dizer aquilo que diz.
Todas as conclusões do caro JRV estão correctas no final do post.
A "esquerda moderna" como conceito nada mais é do que uma política próxima do CDS-PP ou mais à direita.
Ou seja não existe "esquerda moderna".
O que existe é direita e esquerda.
Nada mais.
E actualmente em Portugal, a "esquerda" é do mais conservador, reaccionário, retrogrado, imobilista e chantagista para com o eleitorado que alguma vez, suspeito, a direita pós 25 de Abril foi.
É apenas e só isso, que faz a direita parecer algo que ainda é credível.
E a visão modernizadora do executivo não existe.
Não há uma única reforma do Estad e da sociedade a ser feita.
Há é cortes financeiros aplicados sobre algumas classes profissionais.
Isso é algo diferente de se "fazer reformas".
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