Tudo parece correr bem a Passos Coelho. Do estado de graça em que se encontra junto de opinion makers e comunicação social em geral, ao facto do seu partido estar unido por sentir a proximidade do poder, passando pela conjuntura recessiva que tem impulsionado que muitas das suas ideias de redução do peso do Estado e de diminuição da despesa pública estejam na ordem do dia, tudo joga a seu favor. Passos nem necessita de se esforçar muito. As passadeiras vermelhas estão a estender-se à sua frente. As sondagens têm simultaneamente demonstrado e contribuído para tal estado de graça, chegando-se a um ponto em que é quase certo que será o próximo primeiro-ministro e em que se adivinha o fim a médio ou mesmo a curto prazo da era Sócrates. Teremos assim mais um momento de alternância no poder.
Existem naturalmente custos associados à alternância democrática no poder: a suspensão das mais diversas políticas públicas em curso, o abrandamento de vastos sectores da administração do Estado durante semanas ou meses aguardando novas definições, a adaptação funcional do aparelho público ao novo poder (novas leis orgânicas, reorganização de organismos), entre outras. No entanto, os aspectos positivos da alternância, para além da demonstração de funcionamento do regime democrático, também não são de desprezar. Costumam agrupar-se na conhecida expressão “lufada de ar fresco”, que se materializa em dimensões de forma e conteúdo.
No que à forma diz respeito, um novo Governo significa normalmente novas caras, novas formas de posicionamento público, novos estilos de relacionamento com a comunicação social. A este respeito, adivinha-se que um primeiro-ministro Passos Coelho representará uma espécie de mudança na continuidade. A comunicação e a imagem continuarão a ser prioritárias, embora seja de esperar uma postura mais dócil e dialogante por aposição à arrogância que Sócrates alimentou como imagem de marca.
Relativamente ao conteúdo, um novo governo procura trazer novas ideias, novas prioridades, novos projectos. E é sobretudo aqui que a expressão “lufada de ar fresco” mais esmorece quando aplicada a Passos Coelho. Ele é flexibilização da legislação de trabalho, ele é aperto nas prestações sociais, ele é recuo do Estado em sectores como a Educação ou Saúde. Ele é, em suma, um liberal assumido que teve a felicidade de encontrar no presente contexto de crise um óptimo ambiente para passar uma série de ideias que em situações normais não seriam tão facilmente engolidas por vastas camadas da opinião pública. Neste sentido, até lhe deve ser agradecida alguma sinceridade: as suas cartas têm sido postas uma a uma em cima da mesa.
Se a era Sócrates significou retrocessos nos direitos sociais em diversos domínios, os anos de Passos prometem ser bem piores. Tendo como referência o desmantelamento do Estado-Providência que Sócrates por vezes esforça-se por disfarçar, o novo líder do PSD já demonstrou que fá-lo-á sem grandes parcimónias. Podemos de facto esperar verdadeiras lufadas de Passos Coelho, não haja dúvidas a este respeito… Mas certamente terão muito pouco de “ar fresco”.
Existem naturalmente custos associados à alternância democrática no poder: a suspensão das mais diversas políticas públicas em curso, o abrandamento de vastos sectores da administração do Estado durante semanas ou meses aguardando novas definições, a adaptação funcional do aparelho público ao novo poder (novas leis orgânicas, reorganização de organismos), entre outras. No entanto, os aspectos positivos da alternância, para além da demonstração de funcionamento do regime democrático, também não são de desprezar. Costumam agrupar-se na conhecida expressão “lufada de ar fresco”, que se materializa em dimensões de forma e conteúdo.
No que à forma diz respeito, um novo Governo significa normalmente novas caras, novas formas de posicionamento público, novos estilos de relacionamento com a comunicação social. A este respeito, adivinha-se que um primeiro-ministro Passos Coelho representará uma espécie de mudança na continuidade. A comunicação e a imagem continuarão a ser prioritárias, embora seja de esperar uma postura mais dócil e dialogante por aposição à arrogância que Sócrates alimentou como imagem de marca.
Relativamente ao conteúdo, um novo governo procura trazer novas ideias, novas prioridades, novos projectos. E é sobretudo aqui que a expressão “lufada de ar fresco” mais esmorece quando aplicada a Passos Coelho. Ele é flexibilização da legislação de trabalho, ele é aperto nas prestações sociais, ele é recuo do Estado em sectores como a Educação ou Saúde. Ele é, em suma, um liberal assumido que teve a felicidade de encontrar no presente contexto de crise um óptimo ambiente para passar uma série de ideias que em situações normais não seriam tão facilmente engolidas por vastas camadas da opinião pública. Neste sentido, até lhe deve ser agradecida alguma sinceridade: as suas cartas têm sido postas uma a uma em cima da mesa.
Se a era Sócrates significou retrocessos nos direitos sociais em diversos domínios, os anos de Passos prometem ser bem piores. Tendo como referência o desmantelamento do Estado-Providência que Sócrates por vezes esforça-se por disfarçar, o novo líder do PSD já demonstrou que fá-lo-á sem grandes parcimónias. Podemos de facto esperar verdadeiras lufadas de Passos Coelho, não haja dúvidas a este respeito… Mas certamente terão muito pouco de “ar fresco”.
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1 comentário:
¡Hola buenas!
Acabo de ver tu blog y para mi es interesante y tengo que felicitarte, te animo.
Mi blog es: http://sordobierzo.blogspot.com/
Muchas gracias.
Un saludo
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