domingo, 8 de julho de 2007

Incompatibilidades na Madeira só em 2011

Ficámos hoje a saber que o regime de incompatibilidades dos deputados madeirenses só entrará em vigor em 2011. Até lá, as suas empresas poderão continuar a fazer livremente negócios com a Região.

Em Maio passado, a Assembleia da República, com os votos favoráveis do PS, PCP e BE, tentou estender o regime de incompatibilidades dos titulares dos cargos públicos aos deputados madeirenses. A medida foi considerada violadora da autonomia político-administrativa da região. Como não podia deixar de ser, a tentativa de moralização vinda da Assembleia da República foi considerada como mais um acto colonialista. Mas ok, até aí tudo bem…

Com o projecto do PSD madeirense que deu entrada na passada sexta-feira na Assembleia Legislativa Regional, os deputados madeirenses, e suas empresas, vão continuar a poder fazer negócios com a região até 2011. Passando-se o caso na Madeira, acho que já nem vale a pena comentar os tremendos atropelos que tal constitui para a transparência administrativa dos negócios da região.

Questiono-me, no entanto, como vêem os madeirenses a presente situação. Como encararão este adiamento tão gritante proposto agora pelo seu PSD? Acharão normal que as empresas dos seus representantes políticos possam livremente desenvolver negócios com a região? Como encaram as outras empresas madeirenses esta situação? Será que os madeirenses consideram normal que este princípio tão elementar da transparência administrativa seja agora tão descaradamente adiado na sua região?

Gostava sinceramente de perceber o que acha o comum cidadão madeirense sobre esta questão. Gostava de ver um repórter de televisão a questionar as pessoas nas ruas da Madeira sobre esta situação. Não consigo acreditar que os madeirenses achem tudo isto como algo perfeitamente normal…

1 comentário:

Anónimo disse...

Infelizmente os madeirenses já nos foram habituando a estranhos raciocinios eleitorais. Parecem achar que as acusações ao seu líder e ao seu modelo democrático não passam de conspirações e invejas colonialistas