Manuel Alegre disse de sua justiça. Ninguém o cala! Deixou recados ao partido, ao governo, ao primeiro-ministro. Mas será que pretende ir além disso? E, por outro lado, o que ganha o PS com um Manuel Alegre?
Antes que Agosto chegasse, Manuel Alegre resolveu reaparecer. Buscando fundamentação na história do partido, chamou a atenção para as derivas governamentalistas. Criticou o seguidismo, tentou repelir o medo instalado, ergueu a bandeira da liberdade e apelou ao seu partido socialista de centro-esquerda.
No entanto, o PS a quem Alegre apela não é o mesmo partido que actualmente governa o país. Como é sabido, o PS de hoje é um partido de poder, o seu objectivo é o poder e só sobrevive graças ao poder. O pragmatismo, a tecnocracia e a cartelismo dificilmente cederão o seu lugar ao romantismo e idealismo tão bem personificados em militantes como Manuel Alegre.
Alegre conseguiu grandes vitórias nos últimos tempos. Mas, no momento de dar o passo corajoso, optou sempre por recuar. Prefere manter-se no partido, fazendo uns biscates por fora, do que assumir-se seriamente como força alternativa. Prefere ser apenas uma voz no partido que, de quando em quando, diz de sua justiça, puxa umas orelhas e consegue umas manchetes irreverentes nos jornais…
Como é natural, o PS acaba precisamente por ganhar com esta postura de Alegre. Um partido de poder precisa sempre de uns sectores mais idealistas que moderem ligeiramente os insaciáveis pragmatismos e aparelhismos. Precisa de umas figuras que, de quando em quando, levantem alguma polémica, invoquem o glorioso passado e mostrem que há pluralismo no seio da organização. Resta saber se é essa a postura que Alegre procura conscientemente para si próprio, mas isso já seria uma outra conversa…
Antes que Agosto chegasse, Manuel Alegre resolveu reaparecer. Buscando fundamentação na história do partido, chamou a atenção para as derivas governamentalistas. Criticou o seguidismo, tentou repelir o medo instalado, ergueu a bandeira da liberdade e apelou ao seu partido socialista de centro-esquerda.
No entanto, o PS a quem Alegre apela não é o mesmo partido que actualmente governa o país. Como é sabido, o PS de hoje é um partido de poder, o seu objectivo é o poder e só sobrevive graças ao poder. O pragmatismo, a tecnocracia e a cartelismo dificilmente cederão o seu lugar ao romantismo e idealismo tão bem personificados em militantes como Manuel Alegre.
Alegre conseguiu grandes vitórias nos últimos tempos. Mas, no momento de dar o passo corajoso, optou sempre por recuar. Prefere manter-se no partido, fazendo uns biscates por fora, do que assumir-se seriamente como força alternativa. Prefere ser apenas uma voz no partido que, de quando em quando, diz de sua justiça, puxa umas orelhas e consegue umas manchetes irreverentes nos jornais…
Como é natural, o PS acaba precisamente por ganhar com esta postura de Alegre. Um partido de poder precisa sempre de uns sectores mais idealistas que moderem ligeiramente os insaciáveis pragmatismos e aparelhismos. Precisa de umas figuras que, de quando em quando, levantem alguma polémica, invoquem o glorioso passado e mostrem que há pluralismo no seio da organização. Resta saber se é essa a postura que Alegre procura conscientemente para si próprio, mas isso já seria uma outra conversa…
4 comentários:
Caro JRV, Manuel Alegre é um vaidoso, mas, ao contrário do nome sisudo.
Ficou ofendido, e fez "beicinho", e qual criança contrariada, avançou contra o próprio partido, aquele que sempre deu guarida Às suas "poesias".
Até se zangou com Soares, companheiro de várias décadas, tudo por vaidade e culto da personalidade.
Mas, ao contrário de H. Roseta, que assumiu a ruptura com o partido, entregando o seu cartão de militante para se candidatar á CML, Alegre não quis prescindir da única coisa (a par de escrever) que sabe fazer na vida, ser Deputado e saborear das benesses desse cargo político.
O que seria Alegre sem o PS?
O que seria o PS sem Alegre?
...as bocas de Alegre, deram-lhe a tão desejada luz dos holofotes, mais uns "15 min. fama"....embora algumas levem a "morada" certa!
E, embora me pareça claro, no comentário anterior referia-me à candidatura de Manuel Alegre á Presidência da Republica. (vs H. Roseta, que também esteve a seu lado nessa altura, mas que é muito mais consequente)
Falta a Alegre a coragem que Helena Roseta teve. Ou assim ou sopas. no meio é que não dá
JRV
Excelente! Como sempre.
Eu acho que Manel Alegre é uma voz incómoda para o "sistema" e não acho que seja sisudo...é mais controlado, tenta manter uma postura de seriedade e de pouco comprometido!
É uma figura valiosa no meio de tanto "boy"!
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