No seu artigo de hoje, André Freire questiona a possibilidade da esquerda estar ou não preparada para se coligar em 2009. Avança assim com um dos cenários que começa a ser uma hipótese provável: “E se Sócrates não conseguir uma nova maioria absoluta?”
Os exemplos de coligação à esquerda em Portugal são inexistentes ao nível do Governo da República. A forma como o PS se afirmou no sistema partidário português foi precisamente em forte oposição com as forças políticas existentes à sua esquerda. Não me parece que tal tradicionalismo histórico esteja em vias de ser alterado, quer por vontade do PS, quer por disponibilidade do PCP ou do BE.
É certo que Jerónimo de Sousa falou recentemente na necessidade de uma “ruptura democrática de esquerda”, reunindo “forças políticas, independentes e movimentos sociais”. Mas quem conhece o PCP sabe que a probabilidade de se coligar com os socialistas numas legislativas é quase inexistente. Por seu turno, Francisco Louçã procurou afastar liminarmente tal possibilidade, surpreendo ao ter anunciado a mais de um ano de distância que não se repetirá a coligação com o PS em Lisboa. A existência de legislativas em 2009 apresentou-se, de forma mais ou menos explícita, como a principal justificação.
Posto isto, mais facilmente se assistirá a um governo PS minoritário recorrendo pontualmente a acordos com a direita para ver aprovados os seus orçamentos, do que a um cenário que inclua a já mitológica “coligação à esquerda” que teima em não aparecer há mais de 30 anos
Os exemplos de coligação à esquerda em Portugal são inexistentes ao nível do Governo da República. A forma como o PS se afirmou no sistema partidário português foi precisamente em forte oposição com as forças políticas existentes à sua esquerda. Não me parece que tal tradicionalismo histórico esteja em vias de ser alterado, quer por vontade do PS, quer por disponibilidade do PCP ou do BE.
É certo que Jerónimo de Sousa falou recentemente na necessidade de uma “ruptura democrática de esquerda”, reunindo “forças políticas, independentes e movimentos sociais”. Mas quem conhece o PCP sabe que a probabilidade de se coligar com os socialistas numas legislativas é quase inexistente. Por seu turno, Francisco Louçã procurou afastar liminarmente tal possibilidade, surpreendo ao ter anunciado a mais de um ano de distância que não se repetirá a coligação com o PS em Lisboa. A existência de legislativas em 2009 apresentou-se, de forma mais ou menos explícita, como a principal justificação.
Posto isto, mais facilmente se assistirá a um governo PS minoritário recorrendo pontualmente a acordos com a direita para ver aprovados os seus orçamentos, do que a um cenário que inclua a já mitológica “coligação à esquerda” que teima em não aparecer há mais de 30 anos
2 comentários:
Infelizmente tens toda a razão...
Mais: Muitas vezes os partidos da esquerda a sério, queixam-se que não têm força eleitoral suficiente para conseguir ter peso num entendimento à esquerda com o PS.
No entanto, esses partidos ao dizerem: Nós nunca faremos entendimentos pós eleitorais com outras forças políticas, seja qual fôr o nosso peso eleitoral, empurram os seus potenciais eleitores para um voto útil ou para abstenção.
É de facto uma estratégia que só pode acabar mal.
graças a Deus.
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