terça-feira, 30 de junho de 2009

Descubra as diferenças

A senhora do Endividamento...
.

.
.
... e a senhora da Humidade.
.

Mais uma marcha-atrás...


Mário Lino admitiu hoje que o concurso para o novo aeroporto não deverá avançar antes das eleições. Mais uma marcha-atrás, ainda por cima vinda novamente do ministro jamé. E o problema é que não são marchas-atrás que possam passar despercebidas. Quer queiram, quer não, neste momento qualquer recuo governamental é fatalmente acompanhado daquele som estridente da marcha-atrás das carrinhas de mercadorias: “Bip! Bip! Bip!”.
(Imagem: Tinta Fresca)

Presseurop - Novo Jornal Europeu


Lançado recentemente e disponível em diversas línguas, o Presseurop (http://www.presseurop.eu/pt) é um agregador de notícias de diversos jornais europeus de referência (uma espécie de Courrier Internacional). Confesso que só o explorei ligeiramente, mas parece-me uma iniciativa interessante.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O Programa do Pacheco Pereira


.
Viram este programa do Pacheco Pereira que ontem estreou? É brutal. 15 minutos onde Pacheco fala ao país. Fala sobre os perigos para a democracia, os ataques à liberdade, a degradação da comunicação social. Enfim, 15 minutos de tempo de antena para o virtuoso Pacheco nos abrir os olhos para o (seu) mundo.

Como é evidente, uma estação de televisão é perfeitamente livre de conceder o privilégio de um programa deste género a quem quiser. Mas, num ano tão quente em tempos eleitorais como este, o PSD deve estar muito agradecido. Não foi Menezes que uma vez sublinhou que meia hora de televisão equivalia a não sei quantos deputados? Bem, o PSD ainda não ganhou as legislativas, mas o seu grupo parlamentar já começou a crescer a olhos vistos.

A (im)parcialidade dos Politólogos

Pedro Magalhães aproveita hoje o seu último artigo no Público para responder a João Galamba do Jugular sobre os presunçosos politólogos que cada vez mais povoam a opinião publicada. E fá-lo explicando o óbvio. Sublinha que, como em qualquer outra área de formação, o conhecimento científico é sempre bem-vindo e naturalmente valorizado pela comunicação social. Mas que tal não pressupõe, como é evidente, idoneidades obrigatórias por parte de quem detém tal conhecimento.
.
No fundo, e trocando por miúdos, Pedro Magalhães acaba por ter de explicar algo tão óbvio que até arrepia. Que sim, os politólogos têm opiniões políticas. Da mesma maneira que os sociólogos têm opinião própria sobre a sociedade, os economistas sobre a economia, os juristas sobre a justiça, os médicos sobre a saúde, os jornalistas sobre a actualidade, and so on. Parece-me algo tão evidente que até tenho dificuldade em debater tais questões sem as considerar uma perda de tempo.
.
Como também me parece óbvio, João Galamba não precisa que lhe expliquem coisas tão básicas como as acima expostas. Certamente, levado pelo precipitação opinativa que tantas vezes se apodera de qualquer blogger, acabou por não ser muito feliz no referido post. E continua sem o ser neste aqui. Mas é a vida. Qual corporativismo qual quê? Quem se mete com os politólogos, leva! ;)
(Imagem: Executed Today)

Golpe nas Honduras e a Reacção Internacional


Felizmente parece haver consenso na crítica ao golpe dos militares. Da Venezuela aos EUA, passando pela UE, parece haver total acordo. É de saudar tão alargado consenso até ao momento. Sobretudo tendo em conta que Zelaya é uma figura nada consensual, sendo grande a tentação de muitos sectores aplaudirem o seu afastamento.

domingo, 28 de junho de 2009

Obama Kills Fly - Hip Hop Remix

(Via Eixo do Mal - Sic Notícias)

Os Outdoors do PS


Passadas três semanas das europeias, os outdoors de campanha do PS continuam em cada esquina, a grande maioria já seriamente degradados e literalmente a cair aos bocados. Que mensagem quererá o PS passar com este suposto desleixo? Mostrar aos portugueses que o partido está em poupança nestes tempos d'A Crise? Impulsionar sentimentos de pena?

Pois, não sei... Mas a primeira impressão visual que provocam parece-me simples: “Bolas... O PS está mesmo em crise.
(Imagem: Avantar)

Bruxelas

Partilho aqui algumas fotos de Bruxelas. Fotos que tirei de rajada quando lá estive no início da semana que passou.

sábado, 27 de junho de 2009

Verão Quente


Como seria de esperar, a vitória nas europeias está a proporcionar uma subida do PSD. Pela primeira vez desde que está na oposição, encontra-se agora à frente do PS no Barómetro da Marktest. Trata-se de um empate técnico, é certo, mas que confirma que até Setembro a competição entre PS e PSD estará ao rubro.

O emprego é a prioridade


Desmistificando o manifesto lançado pelos 28 economistas de “referência” há uma semana atrás, surge agora um manifesto subcrito por 60 académicos de diversas sensibilidades à esquerda. Considera-se que o emprego é a questão central e que a intervenção pública é incontornável neste domínio. Ver aqui o manifesto e seus subscritores. A iniciativa constitui uma agradável surpresa, sem dúvida.
(Imagem: Umbanda Arquivo)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

E porque hoje é sexta-feira...

...tomem lá este grande som: Gossip - Heavy Cross
(Via Radar)
.

Isso, Manuela. Conta-nos mais…


Segundo o Expresso, Ferreira Leite não se coibiu ontem de tecer rasgados elogios à "persistência" de Santana Lopes. O país ficou ontem a saber que Santana é um exemplo democrático. Brutal não é? Conta-nos mais, Manuela, conta-nos mais… Já tínhamos saúdades das tuas gafes.
.
"Foi presidente do partido, foi primeiro-ministro e foi deputado depois de ter exercido essas funções. E, depois de o partido neste momento ter definido como critério que alguém candidato a uma autarquia não se devia candidatar a deputado por uma questão de seriedade perante o eleitorado, o Pedro Santana Lopes teve a humildade de optar por se candidatar a uma autarquia (...) É verdadeiramente notável em termos de humildade democrática que desejo que todas as pessoas soubessem protagonizar. Efectivamente, é um exemplo democrático para todos os elementos do partido" (Manuela Ferreira Leite, 25/06/2009)
(Imagem: Enguia Fresca)

By the power of Grayskull!


Vamos rasgar e romper com todas as soluções que têm estado a ser adoptadas em termos de política económica e social” (Manuela Ferreira Leite, 25/06/2008)

Como ontem sublinhou Medeiros Ferreira, as vitórias mudam de facto os políticos. Vejam só a Manuela. Transformou-se, caramba! Que power!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson (1958-2009)


Se é para roubar, roube-se à grande!

As irregularidades agora atribuídas aos antigos administradores do BCP não são novas. Há muito que eram denunciadas. Mas o Ministério Público finalmente formalizou a sua acusação, nomeadamente por manipulação de resultados do banco. Resultados esses que permitiram a atribuição de bónus aos administradores.

Fruto da falcatrua acima, o Ministério Público calcula que foram repartidos entre 2001 e 2004 cerca de 24 milhões de euros entre os diversos administradores. Calcula-se, por exemplo, que Jardim Gonçalves tenha recebido indevidamente 9,7 milhões de euros… Palavras para quê?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não Tropeçou


A entrevista de Ferreira Leite não foi brilhante (ver entrevista completa aqui). Exceptuando talvez a questão da TVI, não teve momentos que mereçam particular destaque. Mas a líder da PSD não tropeçou. Conseguiu 50 minutos sem gafes evidentes. Parecendo que não, tal pode ser um dos pontos centrais desta entrevista.

Não esteve bem, mas também não esteve mal. E, desde o 7 de Junho, tal pode ser suficiente. Tal como já disse anteriomente, na minha humilde opinião de comentador de sofá chegamos a uma fase em que não é o PS que tem de tropeçar para que o PSD possa ganhar. É ao contrário. O ónus inverteu-se. O PSD tem de tropeçar para que o PS possa ganhar. Assim sendo, por muito que me custe dizer, Ferreira Leite cumpriu o seu objectivo.
(imagem: SIC)

Façam Barulho!

Como já muitos sublinharam, o que está em causa no Irão não é a pessoa de Mousavi, mas sim a possibilidade de alguma abertura no regime iraniano. E tudo o que for feito com seriedade neste sentido deve ser incentivado, apoiado e aplaudido.
.
Como é evidente, deverão evitar-se ingenuidades no apoio excessivo a Mousavi. E deverão evitar-se acções de outros Estados que possam ser acusadas de ingerência nos assuntos internos dos iranianos. Mas não tenhamos dúvidas que a pressão exercida pela opinião pública mundial (ou como lhe quiserem chamar) poderá ser certamente um dos maiores impulsionadores da mudança no Irão.
(Imagem New Brunswick Talk News)

Sobre as eleições no mesmo dia

É normal que muitos considerem desejável a concentração das legislativas e das autárquicas no mesmo dia. A poupança de 4 milhões de euros não deve ser desprezada e o argumento utilizado por alguns de que os eleitores não saberiam distinguir entre os diversos actos eleitorais é pouco sólido. E até é provável que a abstenção fosse menor se os eleitores tiverem de se deslocar às urnas apenas uma vez.
.
No entanto, o outro lado da moeda é que a concentração destes dois actos eleitorais na mesma data implicaria que os temas autárquicos fossem totalmente esmagados pelas legislativas. Não seria catastrófico, é certo, mas revelar-se-ia muito pouco abonatório para as dinâmicas políticas locais. Assim sendo, tendo em conta a importância que deve ser concedida à democracia local, e embora admita naturalmente os argumentos contrários, parece-me preferível que as duas eleições não coincidam.

Vai mas é para os Tuíteres e Faiceboques!

Prémio Lemniscata

O Carlos Santos (O Valor das Ideias) e o Vítor Dias (O Tempo das Cerejas) atribuíram a este espaço o Prémio Lemniscata: “O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores."

Agradeço tão grande distinção, sobretudo vindo de blogs com tanta qualidade. Não costumo aderir muito a estas iniciativas porque, qual infantilidade qual quê, acho sempre terrível manifestar preferência por uns quantos blogs, em prejuízo de uma série de outros que são também paragens mais que obrigatórias.

De qualquer modo, desta vez vou ser crescido, pá! Regras são regras e lá terá de ser (e não há-de doer nada, pá!). Os meus 7 contemplados são:
.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A vitalidade da democracia no Irão

Preparar-se em Banho-Maria

As últimas eleições não correram muito bem a Passos Coelho, é sabido. Mas não se preocupem que o Pedro é responsável, o Pedro não vira as costas ao partido, o Pedro está sempre disposto a “ajudar”. Já manifestou que aceitará ser candidato por Vila Real. E já disse que, contrariamente à líder, pediria a maioria absoluta.

Passos Coelho não desiste de ser uma sombra permanente. E coloca-se sempre numa posição que impossibilita que a actual direcção lhe possa dar um forte “chega para lá”. O Pedro é esperto. Para quê entrar em conflitos abertos com a actual direcção? Marca a sua diferença de forma suave, irritante até.
.
É preferível ser-se irritantemente conciliador e manter-se sempre na ribalta. Até porque o Pedro não tem grandes pressas. A sua posição é sustentável por mais uns tempos. Pode bem ir-se cozinhando em banho-maria. No momento em que os seus adversários caírem por si, lá estará o eterno jovem, conciliador e sempre-em-pé Pedro para os suceder.
(Imagem: Em Canto Meu)

Lá em casa tudo bem


O Conselho Nacional do PSD terminou bem. E parece que terminou cedo também, tão amplo foi o consenso após a vitória de há duas semanas atrás. A euforia tenta ser disfarçada com apelos à calma e, claro, à humildade. Convém não tropeçar, não é? Confesso-me comovido com tão grande harmonia no seio do partido laranja.
(imagem: Lot to Laught)

Heart of Europe

Encontro-me agora em Bruxelas devido a mais uma reunião de um grupo internacional em que participo. Aqui o espírito europeu parece estar sempre no ar. A UE ganha sentido, quando mais não seja pelo quão agradável é conversar, discutir e articular com os "irmãos europeus".

Faz bem vir a Bruxelas para se sentir a dimensão e o alcance da União. É-se, voluntariamente ou não, contagiado por um sentimento de pertença, de afinidade, de destino comum. Aqui, no “Heart of Europe” (slogan de uma campanha de turismo em Bruxelas), tudo parece mais claro, quase evidente, recheado de sentido.

Este “sentido” precisa de ser levado para os Estados-membros. Mas este feeling, que não existe quando se está longe dos centros de decisão europeus, não é suficiente como é óbvio. A UE necessita de chegar ao cidadão dito comum através da sua participação, da sua opinião. Necessita das bases de legitimidade que só este lhe pode conceder.
.
Todos os esforços no sentido de envolver os cidadãos devem ser aplaudidos. Do mesmo modo, todos os bloqueios erguidos para afastar os cidadãos (como vimos na negação do referendo ao Tratado, p/ex) devem ser denunciados. Posto isto, continuo à espera que alguém me explique onde está o anti-europeismo deste tipo de atitude?
(imagem: Comissão Europeia)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Era dos Biombos

Desculpem voltar às frases da semana passada, mas a necessidade de biombos identificada por Carlos César para tapar alguns ministros deste Governo é uma pérola difícil de esquecer. Paulo Portas não conseguiria um soundbite tão bom… De facto, muitos biombos serão erguidos com o aproximar das eleições. Há que estar atento na Era dos Biombos que já se iniciou.
(Imagem: Kachu Sims)

domingo, 21 de junho de 2009

Frase da Semana

"Estou muito contente comigo."

Naquela que será recordada como a entrevista da humildade, Sócrates acabou por deixar escapar a pérola acima. Como sublinha Fernando Madrinha no Expresso, a frase diz tudo sobre a suposta mudança do primeiro-ministro e consegue responder com um redondo "não" à famosa questão de Sérgio Godinho: "Pode alguém ser quem não é?"
(Imagem: SIC)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

É um orgulho, um orgulho…

~
.
Estou extremamente orgulhoso do apoio unânime que recebi. Mais que orgulhoso, estou comovido”, afirmou Barroso após receber luz verde dos líderes europeus.

Straight, not Narrow

É já amanhã a 10ª Marcha do Orgulho LGBT em Lisboa. E do orgulho porquê? Do orgulho por oposição a qualquer tipo vergonha, num tempo onde nem sequer a igualdade perante a lei está garantida. Este ano a temática da defesa do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo assume particular relevo.

Por isso, a tod@s os que não suportam desigualdades, injustiças, preconceitos, obscurantismos, participem na marcha. Participem independentemente da vossa orientação sexual. Peço desculpa a todos os homossexuais, mas esta deixou de ser apenas a sua causa. Straight, not narrow! hehehe

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Problemas Técnicos


Desde ontem de manhã, o endereço activismodesofa.blogspot.com deixou de estar activo. Em browsers como o Firefox ou o Chrome, quem aceder ao referido endereço encontra uma mensagem de redireccionamento para o activismodesofa.net. No entanto, acedendo com o Internet Explorer encontra-se simplesmente uma mensagem de endereço não identificado. Tem sido este o caso de muitos leitores deste espaço, que assumem assim que o blog se encontra em baixo.

Já contactei o Blogger e dizem tratar-se de um problema geral que será resolvido a curto prazo. Até lá, os que ainda não o fizeram, aproveitem para actualizar o endereço activismodesofa.blogspot.com por activismodesofa.net. Obrigado.
(imagem: photobucket)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aventar

.
Só há pouco tempo tive conhecimento deste blog. O Aventar (http://www.aventar.eu/) é recente mas conta já com um grande ritmo de postagem. E se a quantidade impressiona, a qualidade não fica nada atrás. Conta entre os seus autores com alguns nomes conhecidos. Em suma, mais um espaço blogosférico que vale a pena acompanhar.

Deixai vir a mim as criancinhas


À tarde enfrenta uma moção de censura. E à noite terá uma entrevista na SIC Notícias. Ou muito me engano, ou os portugueses conhecerão hoje um novo Sócrates. Um Sócrates que, embora determinado, será mais humano. Que, embora persistente, demonstrará maior humildade. Que, embora convicto de um rumo, mostrar-se-á conciliador e compreensivo. Efeitos do 7 de Junho…
(Imagem: Sócrates 2009)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Efeitos do 7 de Junho (II)


Já é oficial. Mário Lino confirmou hoje que a decisão final sobre o TGV só será tomada na próxima legislatura. Uma inflexão de estratégia que só pode ser explicada pela derrota de 7 de Junho. O Ministro bem pode argumentar que não se trata de uma novidade uma vez que os prazos do procedimento não permitiriam que fosse de outra maneira. Mas, mesmo que assim seja, porquê só agora o PS se lembrou de sublinhar tal facto? Ah pois é...
(imagem retirada d' O Cobrador da Pérsia)

Balanço da Campanha na Web

O Luís Leiria, do Esquerda.net, faz hoje um balanço da campanha online do Bloco nestas últimas europeias. Vale a pena ler. Embora possa ser parcial ao afirmá-lo, também fiquei com a sensação que as restantes forças políticas apostaram muito pouco na Web 2.0 (twitter, facebook, youtube). Erro crasso. Veremos como este panorama evoluirá nos próximos meses. Sim, porque muito estranho será se não evoluir...

A campanha já começou


A esperada reunião da Comissão Política Nacional do PS aconteceu ontem. Como seria de esperar, dela não saíram mais do que os normais lugares comuns (o PS está unido; vai explicar as suas reformas ao país; com perseverança mas também com humildade; o país terá de decidir que primeiro-ministro quer ter – Sócrates ou Ferreira Leite; entre outros).

Há um ano atrás, nem nos seus piores sonhos os socialistas podiam imaginar o estado em que se encontram hoje. Continuam a pedir uma maioria absoluta, é certo. E até podiam pedir uma maioria de 2/3 porque sabem que, neste momento, a maioria simples já será uma grande vitória. Mas uma coisa parece certa: o tiro de partida já soou no Largo do Rato e a campanha já começou.
(imagem retirada daqui)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Efeitos do 7 de Junho?

Segundo hoje anunciou Mário Lino, o Governo cumprirá o calendário previsto para o TGV. Um projecto caro cuja viabilidade continua a dividir até a opinião especializada. Mas atenção: o Ministro das Obras Públicas está a demonstrar alguma cautela ao não revelar se adjudicará o troço em questão até às eleições.
.
Uma coisa parece certa: avançar com o TGV neste momento seria um erro político para o PS. O PS não poderia esperar que o país não se escandalizasse em torno desta questão. Este eventual passo atrás dos socialistas parece demonstrar cautela. Eis os primeiros possíveis efeitos do 7 de Junho.
(imagem retirada daqui)

Diz que é uma espécie de Estado

Netanyahu admitiu um Estado palestino, o que foi considerado por muitos como algo histórico. E certamente o será, dado que veio de alguém da direita extremamente conservadora de Israel. Mas vejamos bem o tipo de Estado que Netanyahu admite:

O território dado aos palestinos será sem exército, sem controlo do espaço aéreo, sem entrada de armas, sem a possibilidade de se fazer alianças com o Irão ou com o Hezbollah.” Exigiu depois que se reconheça Israel como o país do povo judeu. Apelou, por fim, a que “recomecem imediatamente as discussões de paz sem condições”. Ora vejamos, primeiro impõem-se condições e depois exige-se que as discussões comecem sem condições (do outro lado, portanto). Brutal, não é?

Como é natural, não pretendo botar abaixo um discurso que representa uma evolução positiva. Estando em causa o conflito israelo-palestino, qualquer progresso é bem-vindo. Não haja qualquer dúvida a este respeito. No entanto, parece-me estranho que tantos foguetes estejam a ser lançados. Permitam-me uma analogia extrema: se nos nossos dias um racista convicto admitir que os seres de outras raças até têm alma, é um progresso sem dúvida, mas não serei capaz de o aplaudir.
(imagem retirada daqui)

domingo, 14 de junho de 2009

Elementar, não?

Após a derrota, Sócrates sublinhou que não inverteria o rumo. Muitos comentadores consideraram tal afirmação como mais um acto de arrogância do primeiro-ministro. Mas estavam à espera de quê? Que, após a derrota, Sócrates viesse a público dizer que “percebeu os sinais”, que “aprendeu a lição” e que se irá redimir?

Ó meus amigos, francamente. Mesmo que seja essa a intenção do primeiro-ministro, a última coisa que seria de esperar era que viesse a público “pedir perdão”. Este tipo de lições demonstram-se com actos. Proclamá-las seria um passo atrás em termos políticos pouco prudente.

Nos próximos dias saberemos a reacção de Sócrates à derrota sofrida através dos seus actos, através da postura que assumirá. Nunca o saberemos como resposta a questões do tipo: “Sr. Primeiro-Ministro, vai inverter o rumo?”.
(imagem retirada daqui)

sábado, 13 de junho de 2009

No mundo do Opus Dei

O i publica hoje uma entrevista ao líder do Opus Dei em Portugal, José Rafael Espírito Santo. Vale a pena a sua leitura, quanto mais não seja pelo carácter intrigante da mesma.

Mostrando-se uma pessoa inteligente, é formidável ver como o entrevistado consegue dar um ar doce a ideias tão profundamente conservadoras. Desde a negação do divórcio até ao elogio da capacidade das mulheres para cuidarem da familia e da casa, passando naturalmente pela relativização do preservativo e, como seria de esperar, a questão do casamento homossexual.

As ideias acima são expressas sempre rodeadas de conceitos brandos como o amor a Deus, a felicidade como dever, a pessoa humana, a moral, entre outros. Como é natural, a fé, as crenças e as concepções do mundo são actos livres que devem merecer o devido respeito. Mas é dificil não se ficar incomodado (assustado até) perante um meio com ideais tão profundamente conservadores.
(imagem retirada daqui)

O António que era muit’à frente


.
Nos 25 anos da morte de António Variações, há que, no mínimo, tirar-lhe o chapéu pelo murro na mesa que a sua figura e a sua música representaram. Era muit’á frente, de facto. Ainda hoje o seria. Deixo o video acima e vale a pena dar uma vista de olhos neste artigo do i.

Quem ri por último...


A esperança durou pouco. Era bom demais para ser verdade. Ahmadinejad venceu com grande à vontade e o mundo terá de o aturar durante, pelo menos, mais 4 anos. Como se tal não bastasse, as notícias vindas Teerão são ainda mais preocupantes com a informação de confrontos e da eventual detenção de Moussavi (notícia ainda por confirmar).
(imagem retirada daqui)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

De olhos postos no Irão


Contrariamente ao que poderia ser esperado à partida, não é certo que Ahmadinejad vença as eleições iranianas. A primeira volta realiza-se hoje e grandes expectativas estão depositadas no moderado Mousavi. Como é evidente, qualquer solução séria que diminua o belicismo externo e o conservadorismo interno de Ahmadinejad será um progresso.
(imagem retirada daqui)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Quadratura da Roda

Bem ou mal, as noites televisivas de quinta-feira ficaram recheadas de comentário político. À já antiga Quadratura do Círculo juntou-se há uns meses para cá a Roda Livre com Villaverde Cabral, Púlido Valente e Rui Ramos. Inicialmente olhei para esta última com desconfiança. Mas, aos poucos e sem que desse por isso, assumiu o seu lugar. Actualmente as duas funcionam para mim como a primeira e a segunda parte de um mesmo programa de quinta à noite: chamo-lhe a Quadratura da Roda.

Mal Agradecidos


Paulo Portas declarou guerra às sondagens. Mas não percebo tamanho ódio. Afinal de contas, se as sondagens não se tivessem enganado com o CDS, este não teria tido qualquer alibi para festejar no domingo passado. Com esta questão das sondagens, até se conseguiu disfarçar ligeiramente o honroso 5º lugar. ;)
(Imagem retirada daqui)

Eu é mais bolos… E tu?


.
O video acima exprime bem o que penso sobre a discussão em torno do casamento entre pessoas do mesmo sexo: If you don’t like gay marriage, don’t have one. Simples, não é? Uma máxima que exprime bem a liberdade, tolerância e individualismo (no sentido positivo) que deveriam pautar as sociedades democráticas dos nossos dias.

A Caça ao Recado


Sem dúvida que os discursos do Presidente nestas datas especiais sublinham assuntos que, apesar de batidos, são normalmente dignos de alguma reflexão. Mas qualquer reflexão, a existir, é rapidamente submersa pela caça ao recado, esse grande desporto jornalistico nacional.

É já uma tradição. Especulam-se segundas intenções no discurso, deduzem-se alvos, procuram-se insistentemente reacções e tá feito. É um espectáculo muito divertido, sem dúvida.
(imagem retirada daqui)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Vai uma salva de palmas para Cavaco?


Como seria de esperar, Cavaco vetou a lei de financiamento dos partidos. Depois da contestação que a lei mereceu, estranho seria que a deixasse passar. Não encontro, portanto, grande razão para se aplaudir o gesto do PR.
.
Acredito até que este veto constitui um alívio para os partidos (excepto o PCP, claro). Constitui uma oportunidade para se redimirem do disparate que fizeram passar e que até já se arrependeram. Cavaco, por seu turno, agradece que lhe continuem a enviar diplomas destes. Autênticas prendinhas. Assim lá vai aparecendo com os seus vetos que o país, algo ingenuamente na minha opinião, tende a glorificar.
(imagem retirada daqui)

Sobre a Derrota do PS nos Açores


Foi, sem dúvida, uma das grandes novidades da noite eleitoral. Perder nos Açores? A quase 8 pontos do PSD? Ainda por cima em 8 das 9 ilhas? Como foi possível?
.
Diversos argumentos tornavam esta derrota pouco ou nada previsível. A tendência do eleitorado açoriano votar quase sempre de acordo com o partido no Governo Regional, a força do candidato socialista Luis Paulo Alves e o facto do PSD-Açores ter saído menorizado com a substituição do seu anterior eurodeputado faziam prever uma noite não muito complicada para os socialistas.
.
Assim sendo, o que correu mal? Um prognóstico no fim do jogo pode apontar para as seguintes questões: 1) algum descontentamento do eleitorado açoriano com o Governo regional, mas sobretudo com o Governo nacional; 2) efeito da nova líder do PSD-Açores, Berta Cabral; 3) memória das posições de Vital Moreira quanto ao Estatuto do Açores e à Lei das Finanças Regionais; 4) pouco envolvimento de Carlos César em torno de Vital Moreira (retribuiu assim ao professor que lhe chamara “cacique” regional há uns meses atrás).
.
Independentemente das explicações acima, importa reter mais este sinal de que o eleitorado açoriano está a ganhar alguma sofisticação. Começa a aplicar o seu voto de forma diferenciada consoante o acto eleitoral; começa a dar ao seu voto uma dimensão de protesto; os partidos fora do centro começam a existir. A crer nesta sofisticação progressiva, são sinais de que o eleitorado açoriano tenderá a apreciar a rotatividade no poder com maior frequência. Nomeadamente a nível regional.
(imagem retirada daqui)

Follow da líder, pá!


Fenómeno curioso da noite eleitoral, e que será interessantíssimo de acompanhar nos próximos dias/semanas, foi a saída do armário de muitos barões do partido e consequentes juras de fidelidade à líder. Os mesmos que, curiosamente e vá-se lá porquê, tinham andado muito tímidos e low profile nos últimos tempos. O cheiro a poder sempre fez milagres, sobretudo no PSD.
(imagem retirada daqui)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Coitado do Dias Loureiro


Segundo o Correio da Manhã, Dias Loureiro não tem bens em seu nome, exceptuando uma ou outra conta bancária com valores pouco significativos. Todo o seu património está em nome de familiares. Já viram? O senhor é tão distraído, tão distraído, que até não tem bens em seu nome… Coitado…
(imagem retirada daqui)

Esperar que o PSD perca?

O resultado de ontem constituiu um terramoto para as hostes socialistas. O que agora começa a estar causa para Outubro não é o ter ou não ter maioria absoluta. É sim o ganhar ou perder as eleições.

As eleições não se ganham, perdem-se. O PSD teve de esperar que o PS perdesse. Até Outubro, para além de optar pelo tipo de caminho a seguir, é possível que o PS tenha de esperar que o PSD perca.

É que o PSD pode ter embarcado num tipo de dinâmica vitoriosa complicada de parar. Ainda é cedo para ter certezas a este respeito. Mas é, sem dúvida, uma das possibilidades em cima da mesa. E escusado será dizer que esperar que o outro perca é sempre um pouco chato.
(imagem retirada daqui)

E agora, PS?


O PS deve perder um bocadinho de tempo a reflectir sobre o que ainda poderá fazer para os embates que se avizinham. Remodelação governamental e deixar cair algumas políticas que tanta tensão têm gerado? Ou seguir um rumo coerente com os últimos anos, num misto de kamikazismo e calimerismo?

A solução, a existir, deverá estar algures no meio destas duas possibilidades uma vez que a adopção de qualquer uma delas de forma isolada não seria bem acolhida pela opinião pública/opinião publicada.
(imagem retirada daqui)

Todos Ganharam… Excepto o PS


Os resultados de ontem foram deveras surpreendentes porque apenas um partido perdeu em todas as frentes. Os restantes 4 principais partidos tiveram bons resultados. Estranho, não é? Mas foi o que de facto aconteceu.

O PSD, de forma quase inacreditável tendo em conta o que se passava há um mês e meio atrás, conseguiu vencer as eleições. É interessante ver como um resultado colado aos 30% está a dar para fazer uma festa tão grande.

Se 9% já era um bom resultado para o Bloco, obter 10,7% é uma subida estrondosa. Não restam dúvidas de que é partido que tem vindo a crescer muito para além de muitas previsões. E o seu potencial de crescimento teima em alargar-se constantemente.

A CDU obter 10,7% também é um grande resultado. Mais uma vez, contrariando todas as expectativas, o PCP “teima em não definhar”. E consegue tal resultado mesmo quando aquele que era apontado como o seu carrasco (o BE) também tem um excelente resultado.

O CDS também conseguiu ter um bom resultado. Com sondagens que não passavam dos 5% ou 6% no limite (uma até chegou a dar 3%), o CDS obteve 8,5%. Foram a 5ª força política, é certo. Mas por mais que me custe dizer, Portas e Melo têm razão para estarem contentes.

Até o resultado do MEP foi surpreendente. 1,5% não é bom, mas também não é mau de todo para uma força política que acabou de nascer. Quem sabe se em Outubro não conseguirão eleger alguém para a AR? Para já, não arrisco palpites

Todas as vitórias acima foram possíveis porque a lógica bipolarista foi atenuada. É um facto que há muito não sucedia e alguns já se apressaram a lamentar os resultados dos extremos. São, portanto, pouco crentes na flexibilidade da democracia e na capacidade que esta possui em chocalhar positivamente o status quo político.
(imagem retirada daqui)

domingo, 7 de junho de 2009

Apelo Musicado

E vergonha, hein?


De há uns meses para cá, quem passeia pela Baixa de Lisboa viu surgirem as faixas acima em edifícios antigos. Recorrendo a uma técnica que julgo ter sido inaugurada em Lisboa por Santana Lopes, o Executivo camarário autopromove-se anunciando que já deu luz verde para a remodelação de determinados edifícios antigos.

Para o efeito, solicita que os proprietários fixem as faixas acima para toda a gente poder ver que a Câmara está a trabalhar. Mas enfim, julgo que a maioria das pessoas até já deu de barato este tipo de propagandismo algo terceiro-mundista.

No entanto, ontem ao passear pela Baixa deparei-me com uma novidade. Já não bastava o Executivo camarário usar o dinheiro público para se autopromover com as faixas gabarolas acima, agora usa-o também para pressionar e apontar o dedo ao outro órgão democrático da autarquia: a Assembleia Municipal.


A foto acima é bastante elucidativa. Enfim... Um bocadinho de vergonha por este tipo de acções era bem-vinda, não?
(1ª imagem retirada daqui)

Na mouche!

Grande artigo de São José de Almeida no Público sobre a formação do MPI - Movimento pela Igualdade e o que este poderá representar na defesa dos direitos dos homossexuais. Não poderia estar mais de acordo. Recomendo fortemente a leitura na integra aqui.

sábado, 6 de junho de 2009

Para Reflectir


Enquanto o país roia as unhas colado à SIC, assistindo aos últimos 10 minutos do jogo da Selecção (empatado na altura), Cavaco Silva falava ao país na RTP de umas eleições que diz que vão acontecer amanhã e diz que são importantes...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tudo Bons Rapazes

A notícia sobre as intenções do Banco Efisa (Grupo BPN/SLN) em recrutar especificamente um distinto membro do PS para o seu Conselho de Administração é sinistra. Oliveira Martins, Cravinho, Vera Jardim, Augusto Mateus ou Alberto Costa foram algumas das possibilidades apontadas.

Como é evidente, tal não atribui qualquer tipo de responsabilidade aos visados. Mas coloca a tónica nas badaladas pouco transparentes relações entre o poder económico e o poder político. Sim, porque tal não acontece só no sector financeiro. Vá-se lá saber porquê mas os ex-ministros ou outras destacadas figuras dos partidos do arco governamental parecem ter sempre uma tremenda facilidade em ser colocados em cargos de topo de grandes grupos económicos.
.
A verdade é conhecida de todo um povo: ser ex-ministro ou militante destacado de um partido de poder dá currículo e abre muitas portas. E essas portas no privado abrem-se porque esperam igual retribuição do arco do poder.
.
Trata-se de um fenómeno que devia ser estudado em Portugal, nomeadamente no âmbito da Ciência Política. Em vez de se procurar aferir o percurso das elites políticas antes do exercício do poder, seria tão ou mais interessante aferir o percurso das elites elites políticas após o exercício do poder.

Imparcialidades Jornalisticas


"...MMG presta, paradoxalmente, um bom serviço ao jornalismo. O de lhe (nos) dar um pretexto para pensar - para se (nos) pensar(mos). Demasiado complicado? Não oportuno? Sim, é complicado. Mas urgente. Porque fingir que o jornalismo não se faz de escolhas e de perspectivas, que não depende de uma atitude deliberada e consciente de construção da verdade, é elidir a questão fundamental - a da honestidade." (Fernanda Câncio, DN, 05/06/2009)
(Imagem retirada daqui)

Obama e o Discurso do Cairo


Ainda não vi a versão integral acima (via Entre as Brumas da Memória), mas as primeiras opiniões sobre o discurso ontem proferido e sobre esta tentativa de aproximação dos EUA ao mundo muçulmano parecem muito positivas.
.
"Nenhum sistema de Governo pode ou deve ser imposto por uma nação sobre outra. [...] A América não acha que sabe o que é melhor para toda a gente [...] Mas acredito que todos os povos querem certas coisas: a possibilidade de dizer o que pensam e ter algo a dizer no modo como são governados, confiança no Estado de direito e na igualdade da justiça, transparência de um Governo que não roube o que é do povo, liberdade de se viver como se queira. Estas não são apenas ideias americanas, são direitos humanos, e por isso é que os apoiaremos em todo o lado." (Via Público)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A 5º Força Política


Em Fevereiro de 2005, Portas demitiu-se depois de um mau resultado nas legislativas. O CDS obteve então 7,26% e o Bloco ficou a menos de 1 ponto. Entre outros argumentos, Paulo Portas sublinhou que “Não há nenhum país civilizado no Mundo onde a diferença entre trotskistas e democratas-cristãos seja de um por cento.

Nestas Europeias, as sondagens teimam em ser desastrosas para o CDS (a Marktest dá hoje 3,3% aos populares). A não ser que uma surpresa gigantesca suceda, o CDS será mesmo a 5ª força política. Como reagirá Portas? Assobiará para o lado? Sim, provavelmente sim. Terá de engolir em seco e continuar a remar seja para onde for. É a vida...