Os resultados de ontem foram deveras surpreendentes porque apenas um partido perdeu em todas as frentes. Os restantes 4 principais partidos tiveram bons resultados. Estranho, não é? Mas foi o que de facto aconteceu.
O PSD, de forma quase inacreditável tendo em conta o que se passava há um mês e meio atrás, conseguiu vencer as eleições. É interessante ver como um resultado colado aos 30% está a dar para fazer uma festa tão grande.
Se 9% já era um bom resultado para o Bloco, obter 10,7% é uma subida estrondosa. Não restam dúvidas de que é partido que tem vindo a crescer muito para além de muitas previsões. E o seu potencial de crescimento teima em alargar-se constantemente.
A CDU obter 10,7% também é um grande resultado. Mais uma vez, contrariando todas as expectativas, o PCP “teima em não definhar”. E consegue tal resultado mesmo quando aquele que era apontado como o seu carrasco (o BE) também tem um excelente resultado.
O CDS também conseguiu ter um bom resultado. Com sondagens que não passavam dos 5% ou 6% no limite (uma até chegou a dar 3%), o CDS obteve 8,5%. Foram a 5ª força política, é certo. Mas por mais que me custe dizer, Portas e Melo têm razão para estarem contentes.
Até o resultado do MEP foi surpreendente. 1,5% não é bom, mas também não é mau de todo para uma força política que acabou de nascer. Quem sabe se em Outubro não conseguirão eleger alguém para a AR? Para já, não arrisco palpites
Todas as vitórias acima foram possíveis porque a lógica bipolarista foi atenuada. É um facto que há muito não sucedia e alguns já se apressaram a lamentar os resultados dos extremos. São, portanto, pouco crentes na flexibilidade da democracia e na capacidade que esta possui em chocalhar positivamente o status quo político.