É normal que muitos considerem desejável a concentração das legislativas e das autárquicas no mesmo dia. A poupança de 4 milhões de euros não deve ser desprezada e o argumento utilizado por alguns de que os eleitores não saberiam distinguir entre os diversos actos eleitorais é pouco sólido. E até é provável que a abstenção fosse menor se os eleitores tiverem de se deslocar às urnas apenas uma vez.
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No entanto, o outro lado da moeda é que a concentração destes dois actos eleitorais na mesma data implicaria que os temas autárquicos fossem totalmente esmagados pelas legislativas. Não seria catastrófico, é certo, mas revelar-se-ia muito pouco abonatório para as dinâmicas políticas locais. Assim sendo, tendo em conta a importância que deve ser concedida à democracia local, e embora admita naturalmente os argumentos contrários, parece-me preferível que as duas eleições não coincidam.
(Imagem: Internet e Downloads)
2 comentários:
Tema para ajudar a subir a temperatura neste verão com sabor a outono. Bom postal
JNAS
Cada país e as suas circunstâncias forjam a sua própria cultura democrática, por isso não são para aqui chamados os casos de simultaneidade de eleições noutros países.
O esmagamento das eleições locais não é uma pequena coisa em termos de debate político e de vida democrática.
E se se admite que são as legislativas que abafariam quase completamente as autárquicas e que em alguma medida uniformizariam as votações, então isso quer dizer que desapareceriam assinaláveis assimetrias de influência nas autárquicas por comparação com as legislativas.
Quem conhecer bem os resultados eleitorais autárquicos perceberá logo às primeiras qual seria a força política mais vitimada pela simultaneidade.
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