sexta-feira, 7 de março de 2008

Fiscalização das Secretas e o Triste Argumento de Nuno Melo

O debate ontem no Parlamento aqueceu depois de Nuno Melo ter considerado que o PCP e o BE não deveriam ter assento na Comissão Fiscalizadora das Serviços de Informações da República Portuguesa. O argumento foi simples: “Posso confiar que não divulgariam um qualquer documento ou informação, se nisso vissem vantagem política?”

Estamos certamente habituados ao baixo nível que por vezes atinge a retórica parlamentar. No entanto, ver o CDS desconsiderar assim outras bancadas é mais do que lamentável. Sobretudo tendo em conta as dezenas de milhares de fotocópias da Defesa que Portas levou consigo aquando da sua saída do Ministério, como relembrou Fernando Rosas.

É natural que a fiscalização dos Serviços de Informações exija cautela. Mas se tal representar que apenas os dois maiores partidos possam ter assento na referida comissão, tal será admitir abertamente que o Parlamento possui dois tipos de partidos:

1) Os partidos do sistema, de confiança, responsáveis e com sentido de Estado (vulgo PS e PSD);
2) Os outros partidos, que apenas servem para que algumas margens da sociedade se sintam representadas (vulgo PCP, BE e CDS).

De qualquer modo, do debate de ontem podemos tirar uma importante conclusão - o CDS não tem problemas em se auto-secundarizar.

2 comentários:

Anónimo disse...

E não só. Isto ainda é mais engraçado vindo da parte de um partido político cujo actual líder, há 3 anos atrás saiu de um ministério após ter fotocopiado 60 mil documentos do respectivo ministério.

Podemos confiar que o líder deste partido não divulgará um qualquer documento ou informação se acaso veja nisso vantagem política?

Anónimo disse...

Questões desta natureza (Serviços de Informação da Républica, e sua fiscalização), têm de ser tratadas de forma muito cuidadosa.

Não é certamente com ataques mesquinhos e de avaliação de carácter, que se eleva o o debate nesta questão.
Nuno Melo prova do seu veneno. Não só pelo reparo - e bem -, de Fernado Rosas, mas porque ele próprio, com esta afirmação, só pretendia uma coisa; descredibilizar pessoal e politicamente quem milita e representa os partidos em questão. E isso, é exactamente um aproveitamento político de uma questão tão sensivél como é a Segurança Nacional.

A auto-exclusão também me parece um tiro no pé. Lá está, deu preferêncial ao vil ataque, do que à procuara de soluções equilibradas e ponderadas de Fiscalização matérias de interesse Nacional.

Depois, levou com a "boca" de Bernardino Soares que disse, "isto não é um casino".....