sábado, 4 de outubro de 2008

Sobre uma possível convergência entre o PCP e o BE

Jerónimo de Sousa surpreendeu ao mostrar abertura para eventuais convergências à esquerda que possam incluir o BE. Como é sabido, a postura do PCP para com o BE nunca foi de grande empatia. E vice-versa. O que significa, portanto, este súbito piscar de olho?

Com o surgimento do BE em 1999, o PCP viu ser-lhe retirado o quase exclusivo da representação política à esquerda do PS. Por seu turno, o crescimento do BE assentou muito na afirmação das suas diferenças face ao PCP. Concorrendo por parcelas do eleitorado bastante próximas, é natural que o relacionamento entre as duas forças políticas raramente tenha sido pacífico.

Posto isto, o que pode ter mudado para que Jerónimo de Sousa abra agora portas a uma possível convergência? Será esta apenas uma forma de Jerónimo mostrar abertura, concluindo-se depois não existirem condições por culpa do BE? É possível que não, mas prognósticos só no fim do jogo.

Quase dez anos depois do surgimento do BE, é natural que ambas as forças políticas se tenham melhor habituado uma à outra. Certamente perceberam que concorrem por eleitorados semelhantes e não idênticos. Assim sendo, faz todo o sentido que a convergência aconteça, mas deve ser cautelosa.

O eleitorado do PCP está demasiado habituado a definir-se por oposição ao BE. E vice-versa. Uma súbita aproximação poderia significar algumas perdas eleitorais para ambos os partidos, nomeadamente para o BE uma vez que possui um eleitorado menos fidelizado.

1 comentário:

Anónimo disse...

convergência? acho que o "pedido formal" de uma aceitação em congresso do PCP não é convergência... é um "vai para a tua terra Jerónimo páh!"