sexta-feira, 3 de julho de 2009

Qualidade da Democracia e Comparações Internacionais


O estudo hoje divulgado pela SEDES debruça-se sobre um tema que assume uma relevãncia impar na ciência política contemporânea: a qualidade da democracia. No fundo, o posicionamento e avaliação dos cidadãos perante as instituições, perante os valores e perante os direitos democráticos. E o estudo hoje divulgado pela SEDES aponta importantes questões a este respeito sobre a realidade nacional.

No entanto, e embora globalmente positiva, a cobertura mediática que o tema mereceu pecou por não fazer qualquer referência a comparações internacinais. Ou seja, o facto de 51% dos portugueses se declararem nada ou pouco satisfeitos com a democracia é grave. Mas, se tal valor for semelhante aos Estados Unidos, à Suécia, à Grã-Bretanha, à Noruega, à Dinamarca, à França ou à Alemanha, diria que se calhar temos razões para estar menos preocupados. As comparações internacionais são centrais para se poder análisar este tipo de dados.

1 comentário:

josefernandesphoto.com disse...

Discordo de que não tenhamos que nos preocupar se os níveis de dissatisfação forem comparáveis aos dos países desenvolvidos. Talvez os cidadãos desses países tenham uma expectativa muito maior da sua Justiça. Somos um povo apático que está habituado a ter pouco e a não responsabilizar as elites. A questão da Justiça é a questão primordial em Portugal. Não só a nível de aplicação indiscriminada mas também da morosidade e da luta contra a corrupção. Estou há quatro anos a tentar legalizar o meu primeiro divorcio na América para poder averbar o meu segundo casamento com uma americana que entretanto se cansou de estar ilegal e decidiu voltar para os EUA.