O PSD tem hoje a sua primeira forte descida na era Passos Coelho, reflectindo o tiro no pé que foi a apresentação da revisão constitucional e a crítica ao veto da compra da Vivo. A sondagem mostra que até à lavagem dos cestos é vindima. De qualquer modo, a não ser que Passos não aprenda com os erros, tudo leva a crer que não passará de um ligeiro percalço. A ver vamos.
(Imagem: Viriato 15)
(Imagem: Viriato 15)
3 comentários:
Agora existem de facto 2 caminhos: PPC continua a jogar claro e a ser coerente com as suas ideias (o que pode aumentar a sua credibilidade, mas tem custos eleitorais)ou faz o jogo da demagogia (por norma leva à descredibilização da política, mas trás vitórias a curto prazo).
Espero que não se torne socialista de meia tigela, pois de Sócrates estou cheio até à medula.
Caríssimo João Ricardo Vasconcelos,
Pedro Passos Coelho esquece as lições da História política mundial dos últimos anos e continua apostado em asfixiar o Estado Social. Contudo, as suas propostas não parecem bem aceites a avaliar pela perda de fulgor das últimas sondagens, apesar do país estar já um pouco cansado da liderança do actual primeiro-ministro. Urge, com efeito, salvaguardar o Estado Social para que o país, a Europa e o mundo se possam libertar da rede da Globalização Neoliberal que tem agravado as desigualdades sociais e aprofundado o abismo das crises múltiplas com que o planeta está confrontado.
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
http://www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
Desapossados
Após a apresentação do projecto de governo liberal de Passos Coelho sob a forma de revisão constitucional, perpassa em grande parte do PSD uma subterrânea perplexidade.
Este partido é constituído por uma parte significativa dos votantes portugueses e ainda possui um número expressivo de militantes. Muitos deles, os mais velhos e mais numerosos, à volta da imagem construída, mal ou bem, pela governação cavaquista. Imagem essa cujos contornos encaixam na defesa do chamado Estado Social: Leonor Beleza na Saúde, Bagão Félix na Segurança Social (embora este mais ligado ao CDS e independente), Roberto Carneiro na Educação e outros.
Os mais novos, muito pouco numerosos, à volta de uma imagem «liberal» que agora, incompreensivelmente, se apresenta como moderna ou, quem sabe, pós-moderna (incompreensivelmente, pois estamos no meio da mais devoradora crise saída das cloacas de Wall Street e provocada pela «esmerada» aplicação dessas teorias).
O sentimento surdo e dominante que começa a grassar é de não pertença por parte do primeiro grupo. Sentem-se esbulhados, desapossados, e, se este sentimento ganhar líder, restam duas hipóteses a Passos Coelho: ir criar um partido à direita do CDS, ou passar pelo calvário habitual. Este poderá tornar-se mais evidente se a queda nas intenções de voto se acentuar.
A ver vamos.
Desapossados.
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