Qual a relação entre corrupção e o poder local? Será de facto um tipo de poder tendencialmente mais corrupto? Certamente existirão dissertações académicas sobre a referida temática. Curioso é verificar que os acontecimentos das últimas semanas voltaram a impulsionar as teses de senso comum que defendem a existência de uma forte correlação.
Pelos vistos, e após a negação de ontem do gabinete camarário, confirmou-se hoje que Carmona Rodrigues é arguido no caso Bragaparques. Sim, como é natural, a constituição como arguido não é sinónimo de um veredicto de culpa. É certo. Mas também é certo que o fumo de corrupção que parece alastrar no executivo camarário da CML não pode deixar de colocar a opinião pública na expectativa de um eventual fogo.
Por seu turno, no concelho vizinho, Isaltino Morais foi novamente constituído arguido com acusações tão diversas como corrupção passiva, participação económica em negócio, branqueamento de capitais e abuso de poder. Passados poucos anos do episódio das “contas do sobrinho na Suiça”, o autarca de Oeiras vê-se novamente embrulhado em acusações de corrupção.
Como é natural, os presentes casos voltarão a reacender o debate, tão badalado nas últimas eleições autárquicas, sobre a legitimidade de exercício do poder por indivíduos suspeitos de crimes que envolveram precisamente este tipo de actividade.
Mas, mais interessante ainda do que esta questão, reacende-se também o debate sobre a capacidade de julgamento da opinião pública local perante autarcas indiciados sobre esse tipo de crimes. Vejamos o caso de Felgueiras, por exemplo, onde uma autarca com fortíssimas acusações de corrupção, foi heroicamente reeleita precisamente pelo eleitorado e contribuintes que mais terão sido prejudicados pelas suas eventuais falcatruas.
Vejamos agora também o caso de Oeiras, concelho exemplar em diversos indicadores a nível nacional: população com altas taxas de qualificação, que beneficiou de um crescimento populacional e um investimento crescente nos últimos anos. Pergunto-me: como é possível que um eleitorado tão qualificado, tenha reconduzido Isaltino ao poder apesar de todos os indícios de corrupção anteriores?
A democracia tem deste mistérios cujo estudo será, no mínimo, muito interessante...
Pelos vistos, e após a negação de ontem do gabinete camarário, confirmou-se hoje que Carmona Rodrigues é arguido no caso Bragaparques. Sim, como é natural, a constituição como arguido não é sinónimo de um veredicto de culpa. É certo. Mas também é certo que o fumo de corrupção que parece alastrar no executivo camarário da CML não pode deixar de colocar a opinião pública na expectativa de um eventual fogo.
Por seu turno, no concelho vizinho, Isaltino Morais foi novamente constituído arguido com acusações tão diversas como corrupção passiva, participação económica em negócio, branqueamento de capitais e abuso de poder. Passados poucos anos do episódio das “contas do sobrinho na Suiça”, o autarca de Oeiras vê-se novamente embrulhado em acusações de corrupção.
Como é natural, os presentes casos voltarão a reacender o debate, tão badalado nas últimas eleições autárquicas, sobre a legitimidade de exercício do poder por indivíduos suspeitos de crimes que envolveram precisamente este tipo de actividade.
Mas, mais interessante ainda do que esta questão, reacende-se também o debate sobre a capacidade de julgamento da opinião pública local perante autarcas indiciados sobre esse tipo de crimes. Vejamos o caso de Felgueiras, por exemplo, onde uma autarca com fortíssimas acusações de corrupção, foi heroicamente reeleita precisamente pelo eleitorado e contribuintes que mais terão sido prejudicados pelas suas eventuais falcatruas.
Vejamos agora também o caso de Oeiras, concelho exemplar em diversos indicadores a nível nacional: população com altas taxas de qualificação, que beneficiou de um crescimento populacional e um investimento crescente nos últimos anos. Pergunto-me: como é possível que um eleitorado tão qualificado, tenha reconduzido Isaltino ao poder apesar de todos os indícios de corrupção anteriores?
A democracia tem deste mistérios cujo estudo será, no mínimo, muito interessante...
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